Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Em crise, setor têxtil demite mais de 2,3 mil em um ano em Americana, SP

Dos que ficaram desempregados, 25% não receberam direitos trabalhistas.
Entre problemas estão concorrência, variação do dólar e impostos.

Do G1 Campinas e Região

Mais uma vez em crise, o setor têxtil da região começou o ano em queda. Uma das cidades mais afetadas foi Americana (SP), que terminou o ano passado com mais de 2,3 mil demissões em indústrias. Dos que ficaram desempregados, 25% terão que recorrer à Justiça para conseguir receber seus direitos. 

"Ele falou para todo mundo que a gente estava sendo demitido porque estava em crise (...) E falou que ia liberar o fundo de garantia e o seguro desemprego, mas de fevereiro para cá não depositou o fundo de garantia de ninguém, a cesta básica atrasada, a segunda parcela do 13º também não pagou aos funcionários. (...) É um abuso", reclama a operadora de máquinas Isolete Francisca de Sousa.

O porteiro Paulo Roberto Rocha também não se conforma com a situação e teme como fará para sustentar a família. "Está bem claro, está aqui, não vai pagar. Tem uma ressalva aqui que eu tenho que procurar um advogado, entrar na Justiça e esperar (...) Eu só espero que quem está lá tenha um pouco mais de boa vontade", lamenta.

Segundo o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil de Americana, Antônio Martins, o único caminho agora é o judicial. "A posição do sindicato é encaminhar os trabalhadores à Justiça (...). Nós já fizemos várias reuniões com as empresas e eles não tinham prazo para pagar"

Porteiro reclama por não conseguir receber direitos após demissão em Americana (Foto: Reprodução/EPTV)Porteiro reclama por não conseguir receber direitos após demissão em Americana (Foto: Reprodução/EPTV)

Crise em 2015
O setor já havia passado por outra crise em maio de 2015, quando 10 mil pessoas foram demitidas no estado de São Paulo. Na época, já havia a previsão de que a tendência continuaria nos meses seguintes. 

Além das demissões, a jornada de trabalho de quem ficou nas indústrias teve que ser diminuída, assim como a produção. 

Sem prazo
Das três indústrias que registraram as maiores demissões no município, a diretora de uma delas disse que vai realizar o pagamento aos ex-funcionários, mas ainda não informou nenhum prazo para que ele seja feito. 

As causas mais apontadas pelos gestores para efetuar as demissões são a concorrência com outros países, a variação do dólar, a alta carga tributária e o aumento da cobrança de energia. 

Desempregados esperam por informações sobre direitos trabalhistas não recebidos (Foto: Reprodução/EPTV)Desempregados esperam por informações sobre direitos trabalhistas (Foto: Reprodução/EPTV)

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Queda na produção de vestuário, de decoração, de revestimento, faz com que os pedidos se reduzam ou até desapareçam, não falta de competência empresarial, falta de mercado, exportar, bem seria solução mas abrir mercados depois de tanto tempo fora dele é missão que Governo Federal, Apex, entidades sérias empresariais deveriam se utilizar de forma urgente tentando preservar o que sobra, uma lástima, vocações perdidas, história industrial abandonada, medidas urgentíssimas a serem adotadas, sem conversas moles, sem promessas não cumpridas, ações que visem atenuar o terrível cenário.

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