Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Em encontro da Cadeia Produtiva da Moda, análise das economias nacional e global impactadas por diversos fatores

Guerra entre Rússia e Ucrânia e inflação em alta em todo o mundo promovem reflexos no Brasil.

No Comitê da Cadeia Produtiva da Moda (Commoda), que se reuniu no último dia 18/11, debateu-se o cenário econômico atual, além do panorama da indústria têxtil de confecção e suas perspectivas a curto e médio prazos.

Igor Rocha, economista-chefe do Departamento de Economia da Fiesp, avaliou a economia global, a economia nacional e as expectativas diante de um período desafiador como será o ano de 2023. Para ele, o quadro é complexo, em função da guerra entre Rússia e Ucrânia que se arrasta e o inverno na Europa, com reflexos inevitáveis no âmbito doméstico e do ponto de vista de operação das empresas.

Esses fatores se somam à escalada de inflação na zona do Euro, afetada pelo conflito, e as repercussões no restante do mundo. O mundo irá conviver com uma inflação mais alta, diferente do período pós-2008 no qual havia ampla liquidez internacional e crédito alto. Deve-se aprender a conviver com essa nova situação que se coloca, alertou o economista.

Rocha igualmente sinalizou que os Estados Unidos estão provocando uma crise com vistas a uma recessão forçada a fim de puxar os juros – em alta, no momento – para baixo. Em sua análise, trata-se de um choque de oferta, após um período de forte expansão.

No plano nacional, quanto aos índices de commodities, eles aumentaram durante a pandemia de Covid-19, o que foi bom para o Brasil sob determinado aspecto por ser um país de matérias-primas. Qualquer política econômica deve levar em conta o tripé investimento, preços de commodities e consumo: “O Brasil é exportador de commodities e este cenário externo acaba afetando a economia doméstica”, afirmou.

Se em 2020 se viveu um cenário de ‘terra arrasada’, com exceção do caso da China, automaticamente há certa recomposição no ano seguinte, o que ocorreu em 2021. Em 2022, o mundo cresceu 3,2%; os emergentes, 3,7; e a América Latina, 3,5%, mas 2023 deve requisitar um enfrentamento em função das taxas de juros que estão vigorando em diversos países, na visão do especialista.

No âmbito doméstico, a economia vem sendo puxada pelo setor de serviços. Com impostos cortados – IPI e ICMS –, com reflexos no preço dos combustíveis e da energia, a inflação, que se encontrava em patamar elevado, na casa dos 10%, recuou, mas ainda sofre com a dinâmica inflacionária mundial.

Para Igor Rocha, a expectativa é de desaceleração da economia, aperto monetário, pressão nas cadeias de suprimento, mas a expansão fiscal, que favoreceu a economia em 2022, terá reflexos positivos também em 2023. De qualquer forma, o próximo ano será desafiador, disse, em sua conclusão.

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Fotos: Ayrton Vignola/Fiesp

Ao tratar do cenário da indústria têxtil de confecção e as perspectivas de curto e médio prazos, Fernando Valente Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), frisou que essa cadeia produtiva integrada é uma das cinco maiores do Ocidente. É um mercado que gira quase US$ 800 bilhões por ano; 95% da receita advém do mercado local e 5% do mundial.

No debate, Pimentel tratou da perda da competitividade sistêmica nacional e da setorial. Para ele, é preciso dar atenção à microeconomia doméstica que gera reflexos em custos, além da insegurança jurídica existente com normas excessivas.

Com um milhão e 300 mil empregos diretos e, se forem somados os indiretos, de 7 a 8 milhões de pessoas, ainda há a questão da informalidade a ser enfrentada e que deve constituir um dos itens do tripé a compor a agenda microeconômica setorial. Os outros dois pilares se referem à sustentabilidade e ao trabalho a ser feito com as autoridades estaduais, municipais e federais.

Em sua avaliação, o mercado é concentrado e São Paulo é o maior produtor individual, por exemplo, mas o setor é altamente capilarizado no quesito emprego, mas este é um ponto de atenção. É preciso ofertar atratividade para as vagas e apoiar-se na tecnologia como ferramenta auxiliar.

Por fim, Pimentel, no estudo que apresentou no Comitê da Cadeia Produtiva da Moda, enfatizou a necessária atenção às regras ambientais vigentes, à Economia Circular, à Indústria 4.0 e também às exigências existentes em função das alterações climáticas que irão alterar os padrões de exigências para a exportação para a Europa, por exemplo.

Solange Sólon Borges, Agência Indusnet Fiesp

https://www.fiesp.com.br/noticias/em-encontro-da-cadeia-produtiva-d...

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