Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Empreendedores faturam alto ao transformar retalhos em brindes

Retalhar ajuda empresas a descartar uniformes de maneira sustentável e planeja faturar R$ 250 mil em 2016

A Retalhar transforma uniformes descartados em novos produtos (Foto: Divulgação)

A Indústria têxtil no Brasil descarta 170 mil toneladas de retalhos de tecido por ano. E 80% desse montante vai parar nos lixões do país, segundo dados do Sebrae. Lucas Corvacho, de 27 anos, trabalhava na confecção de uniformes de seu pai em São Paulo, a Lutha, e o desperdício de retalhos o incomodava. Em 2013, junto com o amigo Jonas Lessa, de 24 anos, ele conseguiu dar cabo ao problema.

Os jovens desenvolveram um modelo que transforma retalhos em novos produtos. “Demos um novo uso para os 400 quilos de retalhos que a confecção produzia por dia”, diz Lessa. “A gente repassa os retalhos para cooperativas de costureiras, em comunidades, que usam os pedaços de panos para criar novos produtos”, afirma.

Além das cooperativas, os jovens conheceram fábricas de reciclagem que trituram os retalhos para vendê-los como tecido desfibrado. “Essas fábricas pegam cerca de 7 toneladas de retalhos por dia no Brás, e transformam em estofados de móvel, material para isolamento acústico e até cobertores populares”, diz.

Lessa e Corvacho desenvolveram então o projeto para transformar os retalhos descartados pela confecção em brindes como camas para cachorro e ursinhos de pelúcia, feitos a mão pelas cooperativas. “As costureiras dessas entidades são em sua maioria mulheres que não conseguem encontrar empregos pela falta de qualificação, mas tem um grande talento para a costura. Além de dar um novo fim aos retalhos, pudemos ajudá-las a gerar lucro para suas famílias”, afirma o empreendedor.

Oportunidade de negócio

Através de um post no Facebook, Lessa entrou em contato com uma gerente da TAM que procurava por uma ONG que transformasse os uniformes velhos da empresa em brindes para os funcionários. “Expliquei pra ela que não éramos uma ONG, mas que poderíamos fazer esse serviço”.

“Neste momento vimos que era algo maior. Tratava-se de uma necessidade do mercado otimizar o descarte dessa frota de uniformes que é trocada constantemente. Tínhamos na mão uma possibilidade de fazer a algo que gera impacto social, ambiental, e que ainda dá pra ganhar dinheiro”, afirma o empreendedor, que decidiu fundar, junto com Carvacho, a Retalhar, em janeiro de 2014.

Em novembro do mesmo ano, os empreendedores conheceram a incubadora NESsT, através de uma parceria com a USP. “O pessoal da NESsT promoveu um curso na USP de negócios sociais e ao final do curso os alunos deveriam apresentar um plano de negócios que seria avaliado pelos consultores da incubadora. Nós apresentamos a Retalhar, eles se interessaram muito e decidiram investir na empresa”, diz.

Os sócios receberam um aporte no valor de 20 mil reais da incubadora, além do acompanhamento em processos como a elaboração do plano de negócios, o planejamento estratégico e a busca por empresas com interesse no serviço de gestão de uniformes coorporativos.

Com clientes como Fedex e Oderbrecht, a Retalhar já fez a gestão de oito toneladas de tecidos e faturou mais de R$ 100 mil em 2015. Para o ano que vem, os empreendedores esperam um faturamento de R$ 250 mil. “Nossa meta para 2016 é reutilizar quinze toneladas de tecido, mas sabemos que podemos fazer muito mais”.

http://revistapegn.globo.com/Banco-de-ideias/noticia/2015/11/empree...

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   Retalhar já fez a gestão de oito toneladas de tecidos e faturou mais de R$ 100 mil em 2015. 

  Em novembro do mesmo ano, os empreendedores conheceram a incubadora NESsT, através de uma parceria com a USP.

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