Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Empresários da indústria têxtil reclamam de alta carga tributária

Empresários e trabalhadores do setor têxtil afirmam que a crescente importação de peças de vestuário fabricadas com mão de obra barata e a alta carga tributária brasileira são dois dos principais desafios da indústria têxtil e de confecção. Eles participaram de um debate, nesta quinta-feira, na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio sobre a desindustrialização do segmento no Brasil.

De acordo com a Abit, Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de Confecção, as importações de vestuário subiram 23 vezes entre 2003 e 2013, saindo de US$ 100 milhões para mais de US$ 2 bilhões. Apesar disso, o diretor da entidade, Fernando Pimentel, acha que a solução não é fechar o mercado brasileiro às importações.

"Ninguém quer banir o comércio, pelo contrário, o Brasil já fez isso e se deu muito mal com reservas de mercado. Mas temos de discutir as questões de produção. Vai ser assim no planeta, vamos precarizar de maneira definitiva a produção?"

ABR/ Wilson Dias
Economia - Indústria e comércio - Indústria têxtil 2

O diretor do Departamento de Indústrias Intensivas em Mão de Obra do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Marcos Otávio Prates, reconheceu que a alta carga tributária é um dos principais entraves do setor têxtil.

Segundo ele, a questão é complexa, mas precisa ser enfrentada por toda a sociedade para se chegar a uma solução. Prates afirma que a redução tributária sugerida pelo diretor da Abit, de 17% para 5% sobre a receita bruta é um "regime dos sonhos", mas que precisa ser aceito pela área econômica do governo.

A representante da Direção Nacional da CUT, Central Única dos Trabalhadores, Francisca Trajano dos Santos, lembrou que a carga tributária não é o único gargalo do setor, que enfrenta problemas de infraestrutura, baixa qualificação da mão de obra e excesso de burocracia.

"A questão da desindustrialização não se dá simplesmente pensando na questão da carga tributária que temos no Brasil. Esse é um dos componentes, mas temos a inovação tecnológica, a qualificação profissional, os juros altos que temos no País, a infraestrutura que também é um gargalo aqui."

O presidente da comissão, deputado Augusto Coutinho, do solidariedade pernambucano, que solicitou o debate, alertou que o governo dá um subsídio grande para o setor automobilístico quando o têxtil emprega o triplo da mão de obra. Ele anunciou que haverá mais debates sobre a desindustrialização em outros setores da economia como o metal-mecânico.

O Brasil é o quarto maior produtor mundial em vestuário, com menos de 3% do total. Muito distante da China, que lidera o segmento com mais de 47% do mercado. O vestuário representa quase 5% do Produto Interno Bruto da indústria de transformação e mais de 10% dos empregos nesta atividade econômica, de acordo com a Abit.

Da Rádio Câmara, de Brasília, Tiago Miranda

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