Mercado atrai fabricantes de camisetas e até de artigos para hipismo.
Bolsas resistentes são feitas de algodão ou de garrafas pet recicladas.
Gabriela Gasparin
Em meio à discussão no país sobre o uso de sacolas plásticas no varejo, que levou os supermercados de São Paulo a planejarem o fim da distribuição do material em 2012, pequenos empresários lucram com a oferta de um produto alternativo no mercado: as bolsas retornáveis, conhecidas como ecobags. De algodão ou até mesmo de garrafas PET recicladas, os produtos “ambientalmente corretos” ganham cada vez mais participação nas vendas de empresas de diversos segmentos.
Especializada na produção de camisetas promocionais, a Disk Camisetas incluiu as sacolas retornáveis no catálogo em 2009 e comemora os resultados. De acordo com o diretor César Beda, a participação das ecobags no faturamento em 2010 foi de 15% e a previsão é dobrar a fatia neste ano.
A empresa está no mercado desde 2005, sendo que o forte sempre foi a oferta de camisetas promocionais e uniformes. O gerente de vendas, Floreal Tortosa Filho, explica que a linha das sacolas chegou por último, em virtude da possibilidade e fazer algo reciclável.
Atualmente, a empresa confecciona tanto sacolas de algodão cru como as de pet – tecidos feitos com fios das garrafas recicladas. De acordo com o gerente, os clientes, em sua maioria empresas, têm preferência pela linha pet.
De maio de 2009 a abril de 2011, a empresa vendeu cerca de 90 mil sacolas, sendo 53 mil de tecido pet e 38 mil de algodão. Assim como nas camisetas, a fabricante personaliza os produtos com estampas e logos. As sacolas custam, em média, R$ 3, mas o preço pode variar de acordo com o tamanho, modelo e desenho. Em alguns casos, o preço pode chegar a R$ 10.
“O segmento [de produtos ecológicos] cresceu muito, tornando-se uma verdadeira ‘febre’ no mercado brasileiro”, afirma Beda. De acordo com ele, o crescimento da empresa no ano passado foi de 113%. Para garantir a idoneidade dos produtos, a fabricante afirma que os produtos passam por identificação e registro.
Localizada na Zona Norte da capital paulista, a empresa, que hoje conta com cerca de 30 funcionários, tem um projeto de expansão para este ano. “Estamos procurando um imóvel com o dobro do tamanho. A dificuldade é encontrar um galpão nas proximidades de onde estamos. Precisa ser perto do metrô por conta da equipe, mas as locações da região subiram muito”, explica Tortosa Filho.
125 mil sacolas por mês
Na cidade de Oliveira, em Minas Gerais, uma grande empresa da indústria têxtil criada em 1913 viu nas sacolas ecológicas uma oportunidade de aumentar o faturamento, o que rende bons frutos há cerca de cinco anos
As ecobags chegaram à Ecologicpack em 2006, com produção diária de 100 sacolas (de 2 mil a 3 mil ao mês). Hoje, são 125 mil delas ao mês. “Vimos que não havia empresas no Brasil com produção em nível industrial, daí veio a ideia”, explica Fernando Mascarenhas, diretor industrial da empresa.
A empresa também oferece ecobags de algodão, que correspondem 90% das vendas, e de tecido pet. Os preços variam de R$ 2,50 a R$ 15 a unidade. Os tecidos de algodão são fabricados na própria empresa. O pet é adquirido de outra fabricante.
Mascarenhas afirma que, mesmo com a entrada das sacolas, a produção de tecidos para venda continuou até o ano passado, o que foi totalmente interrompido neste ano. “O crescimento foi tão grande que, atualmente, o faturamento da empresa vem 100% da produção das sacolas ecológicas”, diz, acrescentando que a indústria têxtil andava estagnada.
São 189 funcionários e uma produção de 60 mil metros de tecido por mês para dar conta da demanda – a carteira de clientes tem cerca de 4 mil nomes, entre eles grandes empresas que buscam sacolas personalizadas e até mesmo o consumidor final.
A empresa cresce cerca de 40% ao ano e prevê aumento de produção a partir do segundo semestre deste ano. “Já ultrapassamos a capacidade da produção”, afirma o empresário. De acordo com ele, serão feitos investimentos tanto em pessoal como em novas máquinas.
Microempresa
De um segmento completamente diferente, a confecção de acessórios para hipismo clássico, a microempresária Rosana Damilakos enxergou nas sacolas retornável um nicho para investimentos em 2008.
“Na época, no Brasil ainda era muito pouco difundido o uso de sacolas permanentes para substituição das sacolas plásticas (...). Hoje, o uso de sacolas retornáveis é muito mais divulgado, mas ainda falta muito para nos tornarmos um país sensato”, sugere Rosana.
A Sacolas Permanentes, fundada em 1988, não deixou de lado a produção de acessórios para hipismo e atende ainda outros mercados no ramo de animais de estimações. “Continuamos com todas as atividades em paralelo”, diz a empresária. As sacolas, contudo, representam 40% do faturamento da empresa, que fica no Bom Retiro, na capital paulista.
Os produtos custam de R$ 2 a R$ 12, de acordo com o modelo. As bolsas de algodão cru e tecido de garrafa pet são as que mais saem - as primeiras mais ainda do que as segundas. São 13 funcionários e a capacidade de produção é de 40 mil peças por mês. “Trabalhamos com oficinas de costura interna e terceirizadas”, conta a empresária.
Rosana, contudo, avalia com cautela a realização de grandes investimentos no setor. “Não há como concorrer com a China e Índia”, diz
De acordo com ela, para entrar no mercado de sacolas retornáveis é necessário ter um plano estratégico. “Sacola qualquer confecção faz. É muito fácil. Sem diferencial, não há como concorrer”, diz
Supermercados de SP devem deixar de dar sacolas em 2012, diz Apas
Entidade assinou protocolo de intenções com o governo do estado.
Sindicato do setor de plásticos protesta e vê risco de desemprego.
Os supermercados do estado de São Paulo devem deixar de oferecer sacolas plásticas à base de petróleo aos consumidores a partir de 25 de janeiro de 2012, segundo o presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), João Galassi.
A afirmação foi feita nesta segunda-feira (9), durante a assinatura de um protocolo de intenções entre a entidade e o governo do estado para a realização de estudos e adoção de ações de substituição das sacolas à base de petróleo utilizadas nos supermercados do estado de São Paulo.
De acordo com Galassi, o protocolo não é obrigatório e prevê a substituição gradativa das sacolas de plástico pelas biodegradáveis ou retornáveis. O presidente da Apas disse ainda que deve haver a cobrança pelas novas sacolas, mas que isso ficará critério de cada supermercado.
“Esse é o processo educativo do projeto”, disse o presidente da Apas. “O custo (das sacolas de plástico) já existe, já está aí. Todo mundo paga, só que nós pagamos para poluir", avalia.
Os termos do protocolo ainda não foram divulgados mas, segundo Galassi, o objetivo do que ele considera como "um protocolo de compromisso" é que todo o setor já esteja adaptado e não ofereça mais sacolas plásticas até o dia 25 de janeiro de 2012.
Protesto no setor de plásticos
Do lado de fora da Expo Norte, onde acontecia a abertura da Feira Internacional de Negócios em Supermercados, houve reação negativa ao anúncio. Manifestação organizada pelo Sindicato dos Químicos, Plásticos e Farmacêuticos de São Paulo protestava contra a retirada das sacolas dos supermercados, alegando que a medida pode causar desemprego no setor.
A estimativa do sindicato é que 30 mil empregos estejam ameaçados.
Sobre a manifestação, o governador Geraldo Alckmin disse ao deixar o evento da Apas que o governo está atento ao setor de plásticos que, segundo o governador, já recebeu inclusive isenção de ICMS na área de tintas.
"É preciso ter coragem de respeitar o meio ambiente", afirmou Alckmin.
Pelo cronograma da Apas, as ações de conscientização sobre a retirada das sacolas de plástico vão começar em 5 de junho, no dia do Meio Ambiente. A primeira ação com os consumidores começa no dia 22 de setembro e a Apas espera que, em 12 de novembro, todo o setor já ofereça sacolas biodegradáveis para venda, bem como outras opções de sacolas retornáveis.
“Fizemos um teste piloto, a sociedade aderiu, os supermercados têm que fazer a parte deles. Até porque daqui a pouco vai ter também a lei de resíduos sólidos”.
Em agosto passado, a cidade de Jundiaí, no interior de São Paulo, aboliu as sacolas plásticas dos mercados, tirando de circulação um produto que leva mais de um século para se decompor. Oito meses depois, a Prefeitura de Jundiaí calcula ter reduzido em 95% a distribuição das sacolas, mesmo sem haver uma lei obrigando o comércio a não usá-las.
Fonte:|g1.globo.com|
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ola temos uma oficina em ferraz sp ,onde tercerizamos serviços em sacolas de pano gostaria de saber se vcs passam serviços pra oficinas se houver enteresse me ligue 11 7524 5701 ou 11 7495 4426 com elbis e raquel temos 12 maq, corte embalagens e outros
Realmente muitas empresas do Setor de Plasticos, iram para a Falencia. Empresas Grandes vão afundar
Agora hem Minas Gerais já é proibida a sacolas Plasticas em Supermercados.
Daqui a Pouco Supermercados do Brasil Inteiros nao vao ter mais sacolas plasticas.
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