Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Empresas de fast fashion e de luxo se unem para criar uma economia sustentável de moda

Será que enfim a indústria do fast fashion está acordando e buscando formas de amenizar os estragos que faz ao meio ambiente? Em março de 2015, foi anunciada uma parceria entre a H & M e a Kering, através da sua marca Puma, para juntos desenvolvem meios para criar uma economia sustentável de moda e fechar o ciclo sobre os refugos têxteis. A segunda maior varejista de moda do mundo está de braços dados com o conglomerado de luxo francês para anunciar sua participação em uma nova e revolucionária iniciativa de recuperar as fibras de vestuário e têxteis que chegam ao fim de sua vida útil.

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Worn Again é uma empresa com sede em Londres que está por trás da tecnologia de reciclagem química “têxtil a têxtil”, e a descreve como o primeiro de seu tipo capaz de separar e extrair o poliéster do algodão para reutilizar em novos fios. Esse processo, diz a empresa, irá permitir um modelo de “economia circular”, permitindo que os tecidos sejam recolhidos, processados e transformados em novos produtos têxteis e roupas de forma cíclica.

Formando o Futuro da Kering premia as grifes de moda que buscam inovar na sustentabilidade

Cíclo de Vida

Tecidos que misturam fibras naturais com sintéticas, são notoriamente difíceis de reciclar de forma eficaz em termos de custos. O processo é complicado pois aborda alguns dos obstáculos de separar as fibras que foram misturadas e a consequente remoção de tintas e outros contaminantes. Se esse processo de separar as fibra naturais das sintéticas já é complicado imagine então fazer a reciclagem dos tecidos tecnológicos que misturam fibras naturais ou sintéticas com microcircuitos eletrônicos para criar as “roupas inteligentes”?

A H & M e a Kering se uniram através da marca Puma, e estão monitorando o uso da tecnologia por meio de testes que visam demonstrar a sua viabilidade para a produção comercial. A parceria conjunta, nascida tanto por necessidade como ambientalismo, visa substituir o uso do poliéster derivado do petróleo, com a esperança de proporcionar uma nova fonte de baixo impacto, com matérias-primas de fibras celulósicas.

Em 2014, a Asia Petrochemicals Industry relatou que a produção global de filamentos de poliéster e fibra de algodão está em 65 milhões de toneladas. A demanda global por estas fibras subirá para 90 milhões de toneladas até 2020.

Anna Gedda, que substituiu Helena Helmersson como diretora de sustentabilidade da H & M em janeiro, diz que o projeto poderia transformar a indústria da moda. “A longo prazo, isso pode mudar a maneira de como a moda é feita e reduzir massivamente a necessidade de extração de recursos virgens do nosso planeta”, diz ela.“Além disso, nos traz mais perto de nosso objetivo de criar moda em um modelo circular.”

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A Kering pretende ser o Conglomerado de produtos de luxo “Mais Sustentável do Mundo”  

A Kering era conhecida como PPR Group até mudar de nome para se tornar o conglomerado mais sustentável de produtos de luxo do mundo, disse Marie-Claire Daveu, a diretora de sustentabilidade da empresa, na Cimeira de Moda de Copenhaga, na Dinamarca.  Marie disse que a empresa, que opera etiquetas como Alexander McQueen, Gucci, Saint Laurent, Balenciaga, Stella McCartney e Puma, visa atingir 100% de obtenção sustentável de matérias primas como ouro, diamantes, couro e peles, bem como papel e embalagem em todas as suas marcas em 2016.

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“Ficar em silêncio e não fazer nada não é mais aceitável”, disse Marie-Claire Daveu. A coisa sempre começa assim, primeiro as marcas de luxo embarcam na onda da moda sustentável e responsável, depois vem as grandes redes de fast fashion que não querem ficar para trás.

Uma empresa que se preocupa

A Kering recebeu o Prêmio de Liderança Global de Moda Sustentável 2014, por sua preocupação pelo impacto ecológico das atividades de negócios da empresa e operações de cadeia de abastecimento, mas também a sua decisão de aplicar o regime em todo o conglomerado.

“Até que começamos a atribuir valores monetários para as externalidades ambientais e sociais, a dinâmica do mercado vai continuar a desvalorizar a natureza e o bem-estar social”, disse Michael Schragger, diretora da Academia de Moda Sustentável, um consórcio sem fins de lucro da indústria que dirige o prêmio. “Mas, se usarmos a linguagem e as ferramentas de que os mercados e os agentes financeiros entendem, aumentamos significativamente nossa capacidade de demonstrar que o valor real reside. Isso é crucial para a indústria do vestuário, que se baseia em recursos naturais e humanos para ter seu sucesso continuado e duradouro.”

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Academia de Moda Sustentável acredita que, para melhorar significativamente o desempenho de sustentabilidade da indústria de vestuário, é necessária uma abordagem holística, para que as ações de diferentes atores, incluindo os organismos públicos, empresas com fins lucrativos e defensores da sociedade civil, sejam otimizados para acelerar as práticas sustentáveis.

Algodão orgânico x poliéster reciclado, quem é mais sustentável afinal?

Um artigo perspicaz sobre os diferentes impacto ambientais da produ..., concluiu que a fibra de poliéster reciclada, produzido a partir de produtos de poliéster existentes, é possivelmente mais sustentável do que a fibra de algodão orgânico, que por sua vez, é ambientalmente mais sustentável do que o algodão convencional.

Estamos enfrentando mudanças climáticas, o exploração inconsequente dos recursos naturais e os aterros sanitários lotados. Talvez seja a hora de pensar ainda mais sobre reciclável do que cerca renovável. E como o estudo conclui: a fibra de poliéster reciclado “produzido a partir de produtos têxteis de poliéster existentes, atende ou excede a qualidade de poliéster virgem”, mesmo depois de reciclá-lo várias vezes, uma e outra vez.

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Eu só não concordo com o estudo quando diz que o “suprimentos de petróleo está encolhendo”. Eu não sei de onde ela tirou isso pois o petróleo está com o valor do barril super baixo por causa da superoferta de petróleo, principalmente pela exploração das imensas reservas de petróleo pelo fraturamento hidráulico que tornou os EUA no maior produtor de petróleo do mundo, superando a Arábia Saudita e a Rússia.

O país já cobre 90% de sua demanda interna. Sem falar que o petróleo não é de origem fóssil, ele é abiótico (não fóssil) e co.... Essa mentira inventada pela indústria do petróleo já em 1919 de que ele é um produto “não renovável”, só para inventar que ele é um recurso escasso e poderem aterrorizar a população sobre o “fim do petróleo”. Assim, o cartel do petróleo poder manipular seu preço cobrando mais caro. Tudo se resume a uma única coisa: Dinheiro e poder.

O poliéster poderia ser o próximo tecido ecologicamente correto?

De todas as fibras, o poliéster tem a pior reputação e isso é injusto. Eu sei que as pessoas eco-conscientes preferem usar o algodão convencional do que deixar uma peça de roupa de poliéster tocar sua pele. No entanto, acredito que os consumidores que se recusam a usar produtos sintéticos estão acreditando num dos maiores equívocos sobre problema de sustentabilidade da moda.

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Orgânico ou sintético?

A realidade é que, mesmo se todas as roupas no mundo foram repentinamente feito de fibras orgânicas e naturais, ainda estaria longe de ser um sistema de forma sustentável. Muitas pessoas não percebem que quando se trata de verdadeiro impacto ecológico de uma fibra, seu material de origem é apenas uma parte de uma imagem muito maior, em que a utilização e eliminação também desempenham um papel significativo. Na verdade, elas representam cerca de 50% a 80% da pegada total da peça de vestuário.

Uma fonte de fibra de vestuário representa apenas uma parte do seu impacto ambiental. 

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Não estou afirmando que a fibra de poliéster é perfeita, especialmente uma vez que é derivada de recursos petrolíferos não biodegradáveis. Mas essas características negativas muitas vezes ofuscam o fato de que as roupas de poliéster funcionar muito bem, em última análise, necessitando menos recursos na sua fase de utilização. Uma peça de vestuário de poliéster pode ser usada muitas vezes e, em seguida, lavada em água fria e seca rapidamente no varal. Ela não precisa de passar, não amarrota e não se desgasta facilmente, pode ser estampada por sublimação que economiza mais água e por isso é tão utilizada na moda esportiva e de fitness.

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Poliéster reciclado

Embora o poliéster não seja biodegradável, ao final de sua fase de utilização ele pode realmente ser reciclado e obter uma qualidade tão boa quanto o material virgem (algo que não pode ser dito das fibras naturais recicladas). O estilista Issey Miyake trabalha com a empresa química japonesaTeijin, que é especializada em reverter as fibras do poliéster velho e desgastado em um novo casaco de lã e assim sucessivamente.

Além disso, esta tecnologia reduz o consumo de energia e as emissões de CO2 drasticamente quando comparado ao uso do petróleo para fazer uma nova matéria prima de poliéster. Outra empresa japonesa chamada Toray, desenvolveu um poliéster biodegradável feito a base de vegetais, mais especificamente o melaço de cana de açúcar, chamado ECODEAR.

Ao contrário de fibras naturais, o poliéster pode ser reciclado várias vezes e tem uma qualidade tão boa quanto o poliéster virgem. 

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A origem de um material é apenas uma parte do seu impacto ambiental, pois quantas vezes ele teve que voar ao redor do mundo antes de chegar a você, quanta água foi utilizada para ele crescer … essas coisas significam que a produção de uma roupa nunca é tão simples. Algumas pessoas criam obstáculos de que o poliéster seja considerado uma fibra ideal por derivar do petróleo, mas o poliéster se baseia em um sistema de circuito fechado pois nenhuma fibra virgem é produzida e qualquer poliéster existente no mercado atualmente pode sempre ser reciclado no final da sua vida útil.

 O vídeo abaixo mostra o processo de fabricação do poliéster a partir das garrafas PET. (Vídeo em inglês)

Embora existam novas e eficientes tecnologias de reciclagem em larga escala da fibra de poliéster, a maior barreira para a aceitação do poliéster pode ser apenas a sua imagem. A maioria das pessoas não gosta da ideia de poliéster, citando sua fibra de aparência barata e a sensação não natural. No entanto, a fabricação de poliéster desenvolveu-se consideravelmente nas últimas décadas, resultando em tecidos lindos com caimento perfeito na mão.

Problemas de imagem

As pessoas instintivamente não gostam de poliéster, porque as suas origens não carregam a ressonância emocional que as fibras naturais tem. Voltando na década de 1960, os fabricantes reconheceram essa crítica e em resposta criaram misturas híbridas de fibras naturais e sintéticas. Essas misturas ainda estão por aí hoje, mas do ponto de vista ecológico são consideradas um anátema, uma vez que sua reciclagem é complicada pois deve-se separar as fibras e as roupas feitas com esses tecidos híbridos não se degradam totalmente nos aterros.

O poliéster não é biodegradável, podendo levar até 400 anos para se decompor na natureza, por isso esses tecidos híbridos deveria ser abolidos e a reciclagem de ambas as fibras incentivadas para que não acabem nos aterros sanitários no se final de ciclo.

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Deveríamos reavaliar as qualidades da fibra de poliéster e o que realmente deveríamos esperar de uma peça de roupa ecológica. Não queremos que a roupa funcione bem e gaste menos recursos durante a sua fase de utilização? Não deveríamos estar incentivando os consumidores e estilistas para exigir novas tecnologias de produção e de reciclagem eficientes que possam criar um ciclo fechado de reciclagem do poliéster já existem aos milhares ao nosso redor para que não parem nos aterros ou no meio ambiente? Não poderia as roupas feitas de poliéster que além de terem um bom desempenho também ser boas para o meio ambiente?

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