Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Empresas do mercado de luxo se preparam para nova fase de aquisições

Estratégicas de marcas como Gucci e Louis Vuitton prometem mudar cenário do segmento.

Desfile da Dior de primavera 2019 - VALERIO MEZZANOTTI / NYT

NOVA YORK - No começo de junho, executivos e executivas se reuniram em um prédio nos arredores de Florença no novo Gucci ArtLab para um dia dos investidores da Kering, a empresa controladora da grife Gucci.

Marco Bizzarri, diretor executivo da Gucci, tinha papel de destaque na frente do grupo. O assunto em questão? O grande plano para transformar a grife na maior marca de luxo do mundo.

— Não é uma questão de se — afirmou. — Mas de quando.

A grife acaba de registrar um recorde de vendas anuais de € 6,2 bilhões em 2017, uma alta de 45% em relação ao ano anterior. Agora, ela planeja chegar aos € 10 bilhões de vendas por ano e a uma margem operacional de 40% em 2019.

Para isso, a Kering — que tem marcas de joias e relógios, além da moda — confirmou uma estratégia mais ampla e já em curso para reduzir seu foco para suas cinco marcas premium: Gucci, Saint Laurent, Balenciaga, Alexander McQueen e Bottega Veneta.

As implicações de uma mudança assim estão se tornando cada vez mais claras. Elas refletem não apenas uma estratégia de limpeza interna na Kering, mas também as reorganizações silenciosas de LVMH (dona de Louis Vuitton, Moët Chandon, entre outras) e Richemont, conforme os três maiores grupos de luxo do mundo se preparam para o que pode ser um novo estágio de aquisições e consolidação.

— Este momento sinaliza o fim de um importante capítulo para a Kering — disse Thomas Chauvet, chefe de pesquisa de ativos de bens luxo para o Citibank. — Depois de quase 30 anos (...), eles se reinventaram como um ator de luxo puro.

Esta mudança de foco se expressou em uma série de contratações, demissões e venda de ativos na primeira parte deste ano, enquanto a Kering reorienta seu foco para longe da aquisição de marcas pequenas e de nível médio e na direção de suas cinco principais.

Segundo Chauvet, a empresa notou que marcas menores “precisam de muita ajuda e não movem a agulha do lucro”.

Primeiro, em janeiro, foi feita a separação da alemã Puma. Em março, foi anunciado que, após uma parceria de 17 anos, a designer Stella McCartney compraria os 50% que a Kering tinha na grife que carrega o nome da britânica. E, no começo de junho, a Kering confirmou as negociações para vender sua participação de 51% na marca de roupas Christopher Kane. A empresa também descontinuou a marca que levava o nome de Tomas Maier, diretor criativo da Bottega Veneta dispensado em junho.

OUTROS GRANDES GRUPOS SE REPENSAM

“Eu acredito ser provável que essas mudanças sejam um preâmbulo para mais fusões e aquisições significativas com foco no luxo em breve”, escreveu Luca Solca, chefe de pesquisa de bens de luxo do Exane BNP Paribas em e-mail, em referência a notícias entre as quais estão as de Maier e Stella McCartney.

A mudança de pensamento na Kering acontece no momento em que outros grandes grupos de luxo também estão se reavaliando. 

No começo de junho, depois de   depois de 108 anos, a Chanel publicou seu primeiro balanço financeiro     (o que foi amplamente considerado um modo de mostrar o poder da grife e afastar potenciais tentativas de compra).

Recentemente, o Richemont, grupo suíço dono de 17 marcas de luxo como Cartier e Mont Blanc, se desfez de nomes menores e com desempenho fraco, como Shanghai Tang e Lancel, e fez uma série de compras estratégicas para melhorar sua rede de varejo on-line.

Já a A LVMH — de longe o mais dominante dos conglomerados com cerca de 60 marcas, englobando não apenas moda, joias e cosméticos, mas também vinhos e outras bebidas alcoólicas — completou equivalente a uma mudança ministerial das linhas de roupas masculinas de uma de suas maiores marcas de moda.

O grupo também confirmou que estava se desfazendo de sua fatia na Edun, a marca de roupas ecofriendly fundada pelo cantor Bono e sua mulher, Ali Hewson.

As mudanças aumentaram as especulações sobre receitas e crescimento.

https://oglobo.globo.com/economia/empresas-do-mercado-de-luxo-se-pr...

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