Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

São 49 empresas portuguesas de vestuário e calçado a jogar ao ataque, na Colombiamoda, para conquistar o mercado local e países vizinhos.

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"Estamos convencidos de que a América Latina será um mercado muito importante para nós dentro de quatro anos", afirma o diretor de comunicação da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado "Estamos convencidos de que a América Latina será um mercado muito importante para nós dentro de quatro anos", afirma o diretor de comunicação da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado / Fernando Veludo/NFactos


"É a maior delegação comercial de sempre na América Latina". A frase, comum a responsáveis das indústrias portuguesas de têxtil e calçado, mostra como a fileira da moda nacional decidiu "apostar forte" neste ataque ao mercado da Colômbia, levando 40 empresas dos dois sectores, de 22 a 24 de julho, à Colombiamoda, um dos maiores certames do continente americano.

Abrir um novo mercado é o objetivo central dos empresários, atentos, também, à posição estratégica da Colômbia para percorrer novos caminhos na América Latina, do Perú ao Chile ou Panamá.

"Escolhemos a Colômbia, não só por possuir uma posição estratégica na entrada para a América do Sul, mas também por se tratar de um mercado apetecível em termos de venda de vestuário", justifica o empresário Gustavo Gaia, da Layer Wear Production, citado pela Associação Selectiva Moda, responsável por apoiar a internacionalização da indústria têxtil portuguesa.

Mas se este empresário apresenta as suas coleções de homem, mulher e criança pela primeira vez no país, a Selectiva Moda está a trabalhar os mercados da América Latina desde 2011, como uma "plataforma de alavancagem para a diversificação das exportações do sector".

Olhar mercados esquecidos

"Na América Latina há um conjunto de países quase esquecidos quando se fala de exportações, como o Panamá, Equador, Guatemala ou Perú, mas que têm uma classe média em crescimento e são bons produtores de matéria-prima", sublinha Paulo Vaz, diretor geral da ATP - Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, consciente de que o subsector do vestuário vai à Colômbia "para vender marca própria", mas a lógica dos têxteis-lar será, mais, "vender o seu produto ao retalho e às cadeias de distribuição locais".

A abordagem do calçado, presente com 17 empresas na feira de Medellin, segue a mesma linha e assume como meta multiplicar as exportações para um mercado onde a venda de sapatos portugueses ainda "é residual".

Se Portugal tem em curso investimentos na ordem dos mil milhões de euros no país, com destaque para a Jerónimo Martins, com a cadeia Ara, e a Prebuild, e a TAP iniciou este mês ligações diretas entre Lisboa e Bogotá, as exportações portuguesas para a Colômbia ficam, ainda, abaixo dos 50 milhões de euros, menos de 1/6 do valor relativo às importações daquele país.

Passos seguros

Na estratégia da indústria portuguesa do calçado, dar a volta a este quadro passa por apresentar os sapatos "made in Portugal" como "El calzado mas caliente en Europa", numa operação integrada que combina a participação em feiras com anúncios nas principais revistas de moda da América Latina, outdoors nos aeroportos de Medellin e Bogotá, desfiles de moda e convites a jornalistas e compradores para virem conhecer a indústria portuguesa.

A verdade é que a marca portuguesa Helsar já calçou a cantora Shakira e a Nobrand, na primeira experiência que fez neste mercado, no ano passado, enviou três mil pares de sapatos que vendeu rapidamente.

"Estamos convencidos de que a América Latina será um mercado muito importante para nós dentro de quatro anos", afirma Paulo Gonçalves, diretor de comunicação da APICCAPS - Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado. Para já, no entanto, define apenas como meta ter vendas de 15 milhões de euros entre o Chile, Peru e Panamá em 2015.

Os trunfos da Colômbia

Como atrativos para ser o alvo escolhido pelas indústrias têxtil e do calçado, a Colômbia apresenta-se como a terceira economia da América Latina, no top-20 das economias mundiais, com uma taxa média anual de crescimento económico superior a 4% na última década, a par da duplicação do PIB per capita, um acordo de duplo tributação com Portugal e uma classe média em crescimento, que poderá passar os 50% da população em 10 anos.

Nos primeiros cinco meses do ano, as exportações de sapatos portugueses cresceram 11%, somando 30 milhões de pares e 730 milhões de euros, com a quota dos mercados fora da União Europeia a atingir os 13%, contra os 8% de 2008. De acordo com os últimos dados do sector, é fora da Europa que o calçado português mais tem avançado: entre 2010 e 2013, as exportações do sector cresceram 31% na União Europeia e 160% nos outros mercados.

Na indústria têxtil e do vestuário, a taxa de crescimento entre janeiro e maio face a período homólogo foi idêntica (11,2%), atingindo os 1,96 mil milhões de euros puxada pelas vendas no mercado comunitário (12%), mas, também por destinos como a China (18,9%), Estados Unidos (16,2%) ou Angola (26,1%).



Ler mais: http://expresso.sapo.pt/empresas-portuguesas-disputam-mercado-colom...

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