Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Empresas relatam início morno do 4º trimestre! Lupo na contra mão do setor têxtil espera crescimento de 10%

O início do quarto trimestre, que seria a esperança para a recuperação da  economia brasileira este ano, foi morno na indústria, segundo empresários e  associações industriais consultados pelo Valor. O ritmo de  produção e de vendas deve ter ficado menor em outubro nos setores têxtil, de  calçados e de eletroeletrônicos, enquanto indicadores que antecedem o  comportamento da atividade industrial apontam para desempenho pouco firme no mês  passado. Por outro lado, algumas empresas dos ramos de vestuário, moveleiro e de  eletrodomésticos observaram forte alta nas encomendas, o que pode ser um bom  sinal para os próximos meses.

Os últimos resultados são considerados insuficientes para alavancar os planos  de investimentos tanto das empresas que vivem um fim de ano fraco quanto  daquelas que relatam situação mais favorável nesses últimos meses (ver Incerteza afeta planejamento para 2015). Para  economistas, o cenário difuso, com indicadores de atividade positivos e  negativos, aponta que a reação do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos três  meses de 2014 será moderada, com alta de cerca de 0,5% em relação ao trimestre  anterior.

Afetado principalmente pela crise no setor automobilístico, o setor de  distribuição de aços planos não tem boas perspectivas para o quarto trimestre. O  Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda) espera que outubro tenha se  encerrado com vendas em nível parecido ao de setembro, que teve 360 mil  toneladas comercializadas. Se a previsão se confirmar, haverá queda de 15% das  vendas ante outubro de 2013, afirma o presidente Carlos Loureiro.

Como novembro e dezembro são meses sazonalmente ruins, Loureiro avalia que o  quarto trimestre terá resultados muito mais baixos do que igual período do ano  passado. Para 2014, a estimativa é de retração de 6% das vendas. A indústria  automotiva é responsável por um terço da distribuição e continua com estoques  elevados, o que também prejudicou o segmento de autopeças.

As vendas de papelão ondulado, bom termômetro do comportamento da indústria  de bens de consumo, caíram 1,8% em outubro frente a igual mês de 2013, segundo a  Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO).

A Termotécnica, que fabrica embalagens para a indústria, não deve registrar  ritmo de encomendas mais aquecido neste fim de ano. "Sentimos uma incerteza  muito grande, todos os clientes estão avaliando como vão ser as próximas duas  semanas", diz o presidente da empresa, Albano Schmidt. A maioria dos seus  clientes trabalha com expectativa de realizar uma reposição pequena de pedidos  em novembro. Ele estima que deve fechar este mês com volume de produção próximo  a 2013.

Já a Antilhas, fabricante de embalagens em papel, cartão e plástico, sentiu  melhora nas vendas ao varejo em novembro, após ter notado em outubro alta de 3%  no volume comercializado para lojas em relação a igual mês de 2013, mas mesmo  assim abaixo do esperado. Cláudia Sia, gerente de planejamento e marketing da  empresa, explica que, em função do movimento muito mais fraco durante a Copa, os  clientes ainda estavam consumindo seus estoques até setembro. Por isso, a  expectativa é de forte melhora das vendas na média do último trimestre por cauda  das encomendas do Natal.

No polo industrial de Manaus, o cenário é menos otimista. Wilson Périco,  presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), diz que o  nível de atividade em outubro foi menor do que o previsto e o quarto trimestre  deve ser pior do que igual período de 2013. Produtos como tablets e smartphones  mostraram alguma melhora no mês passado, mas o segmento de duas rodas segue  afetado pela falta de crédito. Já a indústria de televisores, que teve  aquecimento extra no primeiro semestre em função da Copa do Mundo, não recobrou  fôlego.

Luiz Cézar Rochel, gerente do departamento econômico da Abinee, que reúne  fabricantes de material elétrico e eletrônico, conta que as indústrias  associadas já dispensaram 3 mil funcionários neste ano e espera que a produção  do setor tenha recuado novamente em outubro, ante igual mês um ano antes. No  último trimestre, a produção deve ficar relativamente estável na comparação com  o mesmo período do ano passado.

Entre os calçadistas, o ritmo de encomendas está praticamente estável em  relação ao ano passado e em alguns segmentos, até um pouco menor. Segundo Heitor  Klein, presidente da Abicalçados, que reúne empresas do setor, houve alguma  reação na segunda quinzena de outubro, e é esperada melhora em novembro e  dezembro. Mesmo assim, o setor "certamente" vai fechar o ano com desempenho pior  do que em 2013.

Setembro e outubro também não foram aquecidos para a indústria têxtil, de  acordo com Renato Jardim, gerente da área internacional e de economia da  Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). "Não houve por  parte do varejo alta encomenda. O varejo está um pouco receoso de acelerar os  pedidos", diz.

O não aquecimento no têxtil, segundo Jardim, se deve principalmente à  desaceleração do consumo. Ele diz que a confiança do consumidor está abalada,  por conta da perspectiva econômica, afetada pelas estimativas de baixo  crescimento do PIB. Em setembro, a produção física teve queda de 0,6%. A  produção de confecção caiu 0,5%.

Em sentido contrário à média do setor, a Lupo prevê aumento de 10% nos  pedidos no quarto trimestre em relação ao mesmo período de 2013. Em outubro as  encomendas cresceram 20%, de acordo com Carolina Pires, diretora comercial da  empresa.

Na empresa de móveis Butzke, até setembro o ano estava "um pouco ruim", de  acordo com o diretor comercial, Michel Otte. Em outubro, no entanto, os pedidos  de novos produtos feitos pelos clientes cresceram 20% ante o mês anterior.  "Vamos seguir nessa toada até o fim do ano, o que nos surpreendeu. Esperávamos  receita estável em 2014", afirma. Otte acredita que os clientes estavam  segurando as encomendas no segundo trimestre, por causa da Copa, que afetou as  vendas do setor, e no terceiro trimestre, pela indefinição do cenário  político.

A Mallory prevê fechar o ano com alta de até 30% na receita e na produção.  Com ventiladores e circuladores de ar como carros-chefe da linha de produção, a  empresa aumentou as vendas em 20% no acumulado do ano até setembro. Em outubro,  contra o mesmo mês do ano passado, o aumento foi de 35%, de acordo com Mauro  Vega, diretor comercial geral da Mallory.

 

FONTE:

http://www.valor.com.br/brasil/3781164/empresas-relatam-inicio-morn...

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