Poderia uma roupa ajudar a proteger do coronavírus? Essa é a proposta da empresa têxtil catarinense Dalila Têxtil, que trabalha há anos com grandes marcas nacionais e criou malhas com acabamento antiviral. A novidade promete ser eficaz contra os vírus envelopados, caso do coronavírus, herpesvírus e influenza, e não envelopados tipo o adenovírus humanos, norovírus e enterovírus.
Tecido antiviral (Foto: Craig McDean/ British Vogue)
Sua tecnologia utiliza partículas de prata (antimicrobiano) para atrair o vírus com carga oposta fazendo com que o mesmo se ligue aos grupos de enxofre presentes na superfície que envolve o vírus. Essa reação inibe o crescimento e a persistência do vírus no tecido, com um mecanismo de ação que bloqueia sua ligação nas células hospedeiras, impedindo que o microorganismo libere seu material genético no interior. Resultado? Menor capacidade infecciosa nas células. Além disso, a formulação do produto é baseada em química verde, com estabilizante natural de origem brasileira.
Outra empresa brasileira que acaba de lançar tecido antiviral é a também catarinense Diklatex, especializada têxteis técnicos e tecnológicos para esporte e activewear, com grandes marcas no portfólio (entre elas Adidas, Nike e Puma). Segundo ela, o tecido destrói mais de 99% dos vírus e bactérias que ficam na sua superfícies em até 2 minutos e inativa 100% em até 10 minutos.
Já, a italiana Albini Group (conhecida por fornecer para nomes como o grupo Kering, Armani, Ermenegildo Zegna e Prada), afirma também ter desenvolvido um tecido antiviral.
A matéria-prima foi criada em colaboração com a companhia suíça de inovação têxtil HeiQ - químicos são aplicados durante a produção, em um processo similar à impermeabilização. A eficácia ainda está sendo testada, mas Fabio Tamburini, CEO da Albini, acredita que, assim como o já existente tratamento antibacteriano, a proteção antiviral também se tornará comum ao longo da próxima década, podendo ser usada em roupas de viagem ou por baixo do equipamento hospitalar de profissionais de saúde, por exemplo. “Mas ela funciona apenas como uma ajuda adicional. Você ainda tem que lavar as mãos, usar máscara e fazer distanciamento social”, explica.
CAMILA SAWAMURA (@CAMILASAWAMURA)
27 MAI 2020 - 09H11 ATUALIZADO EM 28 MAI 2020 - 19H44
https://vogue.globo.com/moda/noticia
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APLICAÇÃO DOS TRATAMENTOS ANTIBACTERIANOS AOS TÊXTEIS
Os compostos antimicrobianos descritos podem ser aplicados aos substratos têxteis por duas
vias:
-incorporar o agente antimicrobiano à fibra – viável para fibras sintéticas e artificiais;
-aplicá-lo posteriormente como um acabamento (por esgotamento, impregnação,
revestimento, spray ou espuma) – aplicável praticamente a qualquer tipo de fibra, fios,
tecidos, artigos confeccionados.
Abaixo, anexo um texto sobre o tema:
Bom Dia Ruy,
entendo sua preocupação, mas aplicar o produto de nanopartículas em um substrato têxtil ou em outro material é diferente de ser aplicado diretamente em um material biológico:
"2.2 Aplicações
Devido a sua grande atividade microbicida e fungicida, as nanopartículas de
prata têm um vasto campo de aplicações na medicina, na biotecnologia, em cosméticos,
na indústria têxtil, em produtos eletrônicos e para acondicionamento (LEM et al., 2012).
Na área médico-hospitalar, as NPsAg vêm sendo agrupadas a próteses ósseas,
equipamentos cirúrgicos, tecidos e implantes (PASCHOALINO et al., 2010).
Revestimentos de nanoprata sob superfícies de válvulas cardíacas artificiais, catéteres
para diálise, marca-passos, entre outros, têm grande capacidade de prevenir o
crescimento de bactérias e diminuir as taxas de infecção. Outra aplicação da nanoprata é
a impregnação em tecidos, para a fabricação de lençóis e roupas, para a utilização em
ambientes hospitalares (LUOMA, 2008).
Um uso recente e interessante desse material nanoparticulado é na odontologia.
O estudo realizado pelo Cetene (Centro Nacional de Pesquisas Estratégicas do
Nordeste) em parceria com a UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) promete
utilizar as nanopartículas de prata na eliminação das bactérias causadoras da cárie. De
acordo com a pesquisa, apenas uma aplicação na área lesionada é capaz de paralisar
cerca de dois terços da cárie, sem a necessidade da remoção do tecido, abrindo novos
caminhos para o tratamento. Esse método acabaria com o uso da broca, seria capaz de
prevenir futuras cáries e ainda contribuiria com a remineralização dentária. Os
resultados obtidos foram satisfatórios e promissores (MCTI, 2015)."
Anexo explicações Técnicas sobre sua função e aplicações das Nanopartículas de Prata.
NANOPARTICULAS DE PRATA APLICAÇOES IMPACTO.pdf
Ruy Basílio disse:
Olá Romildo, tudo bom?
Obrigado por seu interesse no assunto e na minha postagem. As aplicações das nanopartículas de prata nos tecidos e em outros materiais são diferentes, mas os DANOS são iguais. Nos tecidos geralmente aplicamos por esgotamento e foulardagem no último banho que normalmente chamamos de acabamento. Nas espumas de poliuretano, por exemplo, ele é misturado no poliol antes da sua polimerização. Em outros substratos, tipo madeira ele é aplicado juntamente com as resinas utilizadas, e dessa forma, cada substrato tem a sua aplicação específica. Detive-me no uso têxtil porque é o universo que nós vivemos, é o assunto deste site, e também por ser o tema do artigo onde fiz os meus comentários. Posso afirmar com 100% de certeza que todo esse alarde que temos observado sobre a aplicação de nanopartículas de prata nos substratos têxteis, intencionalmente e na maior parte das vezes acredito que não intencionalmente não passa de uma propaganda enganosa e extremamente PERIGOSA.
Não só eu estou preocupado com esse tema como também a maior parte da Comunidade Científica Internacional. A própria referência que você menciona na sua postagem, ou seja LUOMA 2008, que trata-se do pesquisador PhD da Universidade da Califórnia Samuel N. Luoma que é um dos maiores CRÍTICOS do uso de nanopartículas de prata, e tem vários trabalhos científicos que sustentam o grande perigo do uso dessas substâncias. Para resumirmos um pouco, e também para facilitar o entendimento, duas das maiores empresas fabricantes de antimicrobianos no mundo são a americana Microban, que é representada pela Tanatex no segmento têxtil, condena com veemência as nanopartículas e em seu site há vários trabalhos científicos que condenam as nanopartículas, e a outra é a empresa suiça Sanitized, que é representada pela Archroma, que também condena veementemente as nanopartículas de prata.
Um grande abraço! Estou à disposição, e penso que seria interessante este site têxtil assumir uma ponta de lança de articulação, e pautar esse assunto para mais debates e melhores esclarecimentos, em razão da relevância do tema.
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