Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Esquema de sonegação e lavagem de dinheiro envolve empresários e feirantes do ramo têxtil

 (Foto: Reprodução/PCPE.)
Foto: Reprodução/PCPE.
Uma organização criminosa foi desarticulada pela Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) durante a Operação Laranja de Pano, deflagrada na quinta (20). Ao todo, 23 pessoas já foram presas e duas continuam foragidas. Todos são suspeitos pelos crimes de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e organização criminosa. Segundo as investigações, o grupo vendia notas fiscais para empresas têxtil do estado.
O esquema funcionava quando feirantes e empresários do segmento de tecido, de diferentes cidades do interior do estado, encomendavam notas fiscais através de um grupo de WhatsApp. Para encobrir as notas falsas, o líder da organização chegou a abrir 70 empresas com nomes de laranjas. Essas pessoas eram aliciadas e faziam certificados digitais sem ter conhecimento. De posse do certificado e dos dados pessoais, a quadrilha abria empresas, lançava notas e as vendia para os empresários.
As investigações começaram em dezembro de 2019 e indicam que o líder da organização morava no Paraguai, onde cursava medicina. Ele dividia as tarefas da prática criminosa com os familiares. Durante interrogatório, ele confessou o crime e justificou que mantinha a quadrilha para custear os estudos no exterior. O suspeito tinha voltado a pouco tempo ao Brasil e detalhou que chegou a emitir nota fiscal até um dia antes da deflagração da operação.
"Ele mantinha contato por mensagens com empresários e feirantes do ramo de tecido que precisavam dessas notas para sonegar. Então criava empresas somente para a emissão de notas fiscais inidôneas. A grande parte dos envolvidos são pessoas de outros estados que vem comprar tecidos em Pernambuco. E, para não pagar impostos, usam notas fictícias para apresentar em postos de fiscalização", explica a delegada Priscilla Von Sohsten, titular da Delegacia de Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributária (DECCOT).
Durante a operação, foram cumpridos mandados nos municípios de Caruaru, Altinho, Santa Cruz do Capibaribe, Jaboatão, Cabo de Santo Agostinho, Olinda, Paulista e em Aparecida de Goiânia, no estado de Goiás. Os envolvidos podem pegar de um a 10 anos de prisão, caso sejam condenados. A partir de agora, além de continuar a busca por mais dois envolvidos que continuam foragidos, a polícia investiga se mais pessoas participaram do esquema.
 
A polícia suspeita, inclusive, da participação de empresas de grande porte do ramo têxtil do estado. A Secretaria da Fazenda estima que foram sonegados cerca de R$ 10 milhões no período de 2018 a 2020. Durante esses dois anos, as empresas movimentaram mais de R$ 50 milhões. O esquema veio à tona a partir da suspeita da movimentação intensa de dinheiro por empresas pequenas, sem sede e recém-criadas.
"A Sefaz, desde 2018, estabeleceu um monitoramento constante de operações através de uma Central. Então, toda movimentação suspeita, como empresas novas que começam a fazer grandes aquisições com grande emissão de notas são monitoradas online. E a partir dessas movimentações, que se concentraram mais no Agreste, a gente passou a fazer um intenso trabalho contra a sonegação", comenta o secretário executivo da Sefaz, Anderson Alencar.
As empresas criadas pelo suspeito foram bloqueadas pela Sefaz. Em diligências fiscais, o órgão confirmou que as empresas não existiam de fato e as sedes estavam localizadas em terremos vazios, depósitos e residências. Outra característica que levantou a suspeita foi que pessoas sem bens e com baixa escolaridade estavam criando empresas com movimentações de grandes valores.
"Os segmentos de tecidos e confecções recolhem, por mês, R$ 60 milhões ao estado. Em torno de R$ 720 milhões por ano. E esse esquema, segundo estudos da Sefaz, com emissão de notas sem recolhimento de imposto, tira em torno de R$ 2 milhões por mês. Sendo R$ 24 milhões por ano. Então esse tipo de prática tem um efeito muito nefasto", comenta Alencar.

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  O esquema funcionava quando feirantes e empresários do segmento de tecido, de diferentes cidades do interior do estado, encomendavam notas fiscais através de um grupo de WhatsApp. Para encobrir as notas falsas, o líder da organização chegou a abrir 70 empresas com nomes de laranjas.

Publiquem o nome dos envolvidos !!!  Creio ser salutar sabermos quais pessoas ou empresas do nosso ramo que atuam de forma irregular. 

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