Dolce & Gabbana
Depois de quase quatro semanas de desfiles que começaram em Nova Iorque no início de setembro, as passerelles de moda feminina da primavera-verão 2020 terminaram em Paris com exibições cheias de cor da Chanel e da Louis Vuitton.
Chanel
Em Nova Iorque, Jeremy Scott apostou nas perucas com cores vivas e em vários padrões animais como tendências. Já no desfile da Carolina Herrera, as flores foram os elementos de destaque.
Marielle Bobo, diretora de moda da revista Essence, acredita que «na primavera toda a gente adora um bom estampado. A mistura de padrões foi algo que vimos muito nas passerelles aqui em Nova Iorque». A diretora de moda da revista Essence acrescentou também que viu muitas criações em tons verde-lima.
As cores vivas abriram as passerelles de Londres que arrancaram com uma narrativa inspirada na floresta tropical da autoria de Mark Fast. Uma vez mais, as cores fortes voltaram a aparecer e os vestidos e sapatos de Molly Goddard e de Victoria Beckham não foram exceção.
«Vimos um ótimo uso da cor, quer sejam tons nude misturados com laranjas saturados ou com verdes e azuis», refere o stylist PC Williams, que salientou ainda o «uso interessante dos detalhes do design», nomeadamente «as penas e as franjas utilizadas em vários modelos». Os modelos apresentados pela Burberry deram movimento às franjas presentes nas saias, nas mangas e nos vestidos criados pelo designer de moda italiano Riccardo Tisci. Os estampados do criativo tiveram como inspiração a natureza e deram origem a tops e saias com árvores e animais.
Versace
Em Milão, a natureza também serviu de mote para Giorgio Armani, que chamou à coleção “Earth”. Versace e Dolce & Gabbana levaram a selva até às passerelles onde os padrões tropicais domaram os restantes estampados. No desfile da Dolce & Gabbana, o padrão leopardo foi uma aposta visível, no entanto as modelos usaram predominantemente conjuntos da cor caqui inspirados num safári. Papagaios e pelicanos foram alguns dos animais presentes nos estampados, à semelhança dos padrões florais, de frutas e de folhas tropicais.
«Vimos realmente a explosão do estilo da selva com a entrada de Jennifer Lopez num vestido Versace alusivo a este tema… até mesmo a Dolce & Gabbana, com este argumento da selva e todos os estampados de animais», explica Silvia Grilli, editora chefe da Grazia Italy.
A tendência da sustentabilidade
Burberry
A preocupação com a moda sustentável continuou em Paris, onde Christian Dior apresentou combinações marcadas por trepadeiras, espinhos e cardos. Stella McCartney usou poliéster reciclado, algodão orgânico e ráfia sustentável nas criações fluidas e florais.
«A grande cor do momento é o verde-azulado. Talvez seja uma expressão do meio ambiente. É uma cor oceânica muito pura. Está associada à natureza e a um pássaro», aponta Godfrey Deeny, diretor da FashionNetwork.com, que destaca ainda uma notável «forma de hiper-romantismo» nas passerelles de Paris.
À medida que os consumidores se tornam mais conscientes do impacto ambiental da desta indústria, as marcas são obrigadas a melhorar as suas credenciais ecológicas. Exemplo disso foi a Burberry apresentar um desfile classificado como neutro em carbono. Também a passerelle da Dior esteve repleta de árvores que, posteriormente, seriam replantadas em Paris.
«A sustentabilidade é a palavra na ordem do dia. Mas às vezes isso significa pegar nas próprias ideias e no próprio material e dar-lhes um novo propósito, voltar a imaginá-los e atualizá-los», sublinha Godfrey Deeny.
Stella McCartney
https://www.portugaltextil.com/estampados-dominam-a-passerelle/
