Retalhos ganham vida nova no trabalho de Gabriela Mazepa
Nascida em Curitiba (PR), Gabriela Mazepa, 30 anos, cresceu brincando na confecção da mãe e se divertia colecionando os vestidos dos baús das avós. Adulta, mudou-se para o Rio de Janeiro e formou-se bailarina profissional. Entretanto, acabou se interessando muito mais pela produção dos figurinos do que pela própria dança, o que a levou, definitivamente, a trilhar o caminho da moda.
Em 2005, matriculou-se em um curso de artes têxteis na Textile-École Supérieure des Art Deco, em Paris, onde morou por quase quatro anos, e começou a seguir o conceito que pratica até hoje: criar peças e coleções com sobras de roupas antigas e resíduos vindos da indústria têxtil. Todos os vestidos que fez foram vendidos. “E durante minha estadia na França cheguei a lançar em parceria com uma amiga a grife By Mutation, que existe até hoje”, conta.
Sri Lanka
De volta ao Brasil, em 2009 os projetos de moda reciclada a levaram a vencer a etapa brasileira do International Young Fashion Entrepreneur, do British Council, e ela foi para Londres representar o Brasil. “Percebi que, se quisesse realmente viver disso e fazer diferença na questão da reutilização de matéria têxtil teria que partir para quantidades maiores. Então, firmei uma parceria com uma das maiores confecções de Colombo, capital do Sri Lanka [na Ásia], para transformar peças com pequenos defeitos e coleções passadas em roupas e acessórios novos”, destaca Gabriela.
Batizado de Conexão, o projeto fez com que a estilista viajasse regularmente ao Sri Lanka durante dois anos para supervisionar o grupo de costureiras e a produção em Colombo. Cada peça da coleção é produzida em série e em várias cores diferentes, porém em edições limitadas, dependendo do estoque de matéria-prima no momento.
O projeto foi apresentado no Fashion Business 2011 (evento de negócios paralelo à semana de desfiles do Fashion Rio, na capital carioca) e ficou entre as 10 marcas Top do Prêmio Greenvana em Moda Sustentável. As peças são vendidas em lojas de diferentes estados do Brasil - para saber mais, acesse o site Conexão Designs.
Projeto social
Hoje, morando no Rio de Janeiro, Gabriela também se dedica a um projeto em parceria com a ONG Pipa Social, que busca a descoberta e a valorização de novos talentos da moda em comunidades carentes no Rio. “Vamos promover um desfile no meu ateliê em 12 de dezembro, com 10 peças-piloto. O objetivo, depois, é desenvolvê-las e comercializá-las online”, avisa. A proposta conta com curadoria de marcas de moda renomadas, como a Farm.
Ao contrário da maioria das pessoas que lida com moda sustentável, Gabriela Mazepa é otimista em relação ao futuro do segmento. “No Rio de Janeiro, em especial, vejo muita gente interessada no assunto, com ideias interessantes e viáveis”, assegura a estilista, que, a despeito da chance de boas oportunidades no exterior, está decidida a permanecer e desenvolver cada vez mais projetos por aqui.
“Acabei de desenhar uma coleção com costureiras de uma cooperativa da comunidade Cidade de Deus e espero que muitas outras venham por aí”, revela a estilista, que ainda inclui na agenda tempo para ministrar workshops sobre moda reciclada.
Cada peça da coleção é produzida em série e em várias cores diferentes, porém em edições limitadas, dependendo do estoque de matéria-prima
Retalhos ganham vida nova no trabalho de Gabriela Mazepa
A malha é o principal tecido utilizado nas criações de Gabriela Mazepa
Peças, como esta de jeans, são desconstruídas para ganhar nova aparência
Moda sustentável assinada pela estilista carioca Gabriela Mazepa é desenvolvida no Sri Lanka
Peças com pequenos defeitos e de coleções passadas da indústria do Sri Lanka são o ponto de partida para as criações
Fonte:|http://moda.terra.com.br/moda-reciclada/estilista-cria-roupas-e-ace...
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