Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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A brasileira Thamires Pontes realizou diversas pesquisas até criar a fibra biodegradável.

Fibra alga
Fotos: Divulgação

A produção de roupas gera entre 2% a 8% das emissões globais de carbono, segundo a ONU, e um dos grandes fatores de impacto ambiental está na produção dos tecidos. Buscando uma alternativa sustentável, a brasileira Thamires Pontes realizou diversas pesquisas de materiais até desenvolver uma fibra têxtil biodegradável com algas vermelhas.

Thamires estudou as algas vermelhas do tipo Rhodophyta e descobriu ser possível, a partir do ágar-ágar, desenvolver a fibra ecológica. A alga em questão é fartamente encontrada no Nordeste brasileiro.

“O interesse por algas surgiu depois do desenvolvimento das fibras de ágar-ágar em meu mestrado e a partir de então, com alguns parceiros, foram desenvolvidas pesquisas para bioplásticos, proteínas análogas às proteínas de origem animal, biofertilizantes e hidrocoloides – todos à base de algas”, diz Thamires, que é estilista e Mestra em Têxtil e Moda, além de CEO da startup de biotecnologia, Phycolabs.

De acordo com a startup, entre as vantagens do cultivo de algas marinhas podem ser citados o não uso de terras agricultáveis ou pesticidas, o sequestro de carbono e a redução da poluição das águas costeiras. “As algas marinhas capturam de 5 à 20 vezes mais carbono do que as florestas terrestres por unidade de área, incluindo o armazenamento em profundidade oceânica”, destaca a Phycolabs. A estimativa é que 0,03% de algas no mar é capaz de absorver até 6% de gases do efeito estufa por dia.

Economia azul

O modelo de circularidade tendo as algas como principal matéria-prima surgiu do entendimento que as fibras naturais de origem vegetal e muitas artificiais dependem de terras agricultáveis. Mas qual o problema? Com o aumento populacional, mais áreas serão requeridas para o plantio de alimentos, colidindo com os interesses da indústria que depende do cultivo de outros insumos.

A Phycolabs defende que, além de seguir práticas sustentáveis, o uso de algas marinhas como matéria-prima estimula a chamada economia azul. O termo refere-se ao desenvolvimento sustentável dos recursos oceânicos, favorecendo a criação de empregos e meios de subsistência e empregos ao mesmo tempo em que preserva os ecossistemas marinhos.

fibra alga
0,03% de algas no mar é capaz de absorver até 6% de gases do efeito estufa por dia. | Foto: Phycolabs

Em 2022, a fibra têxtil orgânica ganhou incentivo para a realização de testes de uso, em escala industrial, apresentando bons resultados em resistência e tingimento. Entre as iniciativas, a Phycolabs firmou parcerias com o Sebrae e o Senai. Além disso, o geneticista molecular, inventor e empresário, Dr. Scott Fahrenkrug tornou- se investidor da startup.

“No contexto em que a ONU instituiu o período de 2021 a 2030 como a década do Oceano, a descoberta ainda faz com que o Brasil seja um dos protagonistas para tornar o oceano saudável, produtivo e explorado de forma sustentável”, conclui a empresa.

Por: Marcia Sousa 

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