Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Para um designer de moda incumbido de vestir a Rainha do Reino Unido, o desafio é único: uma senhora que deve ser imediatamente reconhecível em qualquer parte do mundo, visível à distância, radiosa, digna e absolutamente imune a qualquer tipo de defeito no guarda-roupa.

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Estilo real

 A longa série de peças de vestuário utilizadas pela Rainha Isabel II ajudaram-na a desenvolver um estilo pessoal que ganha elogios nos mais diversos quadrantes, inclusive de um jovem designer francês que trabalhou durante uma década com Jean Paul Gaultier. «Ela tem o seu próprio estilo e este funciona muito bem para ela», afirma Alexandre Vauthier. «É realmente o seu ADN. Ela é a única pessoa a vestir-se dessa maneira, o que a torna instantaneamente reconhecível», acrescenta o designer.

O jubileu de diamante da monarca britânica, que conta já com 86 anos de idade, foi marcado pelo encontro com líderes mundiais na qualidade de chefe de Estado da Grã-Bretanha. Nas principais ocasiões da cerimónia, a Rainha aparece de vestido, joias e até uma coroa, mas os compromissos públicos mais modestos não são menos desafiantes no que se refere ao guarda-roupa.

Os seus estilistas, sempre britânicos, devem garantir que nenhuma peça de roupa seja transparente, demasiado apertada ou muito curta, e considerar as possíveis condições climatéricas, incluindo as bainhas das saias para evitar o embaraço de uma rajada de vento.

Para a maioria das centenas de compromissos públicos que realiza todos os anos, a Rainha aparece normalmente com roupas de cores vivas e um chapéu a combinar, bolsa elegante e sapatos confortáveis, mas elegantes. Antes de qualquer visita de Estado ou da Commonwealth, os seus designers estudam os significados ligados a cores, comprimentos de manga e símbolos do país, tanto para evitar uma ofensa acidental quer para que esteja graciosa junto dos seus anfitriões.

Na sua histórica visita à Irlanda, em maio de 2011, a rainha vestiu verde-esmeralda, a cor emblemática do país, e para uma recepção no Castelo de Dublin usou um vestido bordado com nada menos que 2.000 pequenos trevos. Na primeira visita de um monarca britânico desde que a república obteve a independência, o vestido foi um sinal tão poderoso como as poucas palavras em irlandês com as quais a rainha começou o seu discurso.

Mas aqueles que cresceram a ver a rainha como uma distinta dama mais velha, podem não estar conscientes do “glamour” da sua juventude. «Isabel II na sua juventude era divertida, vibrante, emocionante e espontânea», revela a historiadora real Kate Williams. «E agora vemos uma rainha muito diferente: frequentemente é muito sisuda, gosta muito do dever, é muito digna».

Numa fotografia de 1954, um ano após a sua coroação, a rainha aparece com um sedutor vestido de renda branca justo, assinado por Hardy Amies, o seu designer durante cerca de 40 anos.

Durante os anos da década de 1950, usou uma série de vestidos de noite românticos com seda e saias de cetim, muitos deles criados por Norman Hartnell, que também desenhou os vestidos para o casamento em 1947 e a coroação em 1953. Na década de 1960, os seus vestidos tornaram-se mais justos e mais ousados, em 1969, no encontro com o presidente dos EUA, Richard Nixon, a rainha vestiu seda cor-de-rosa.

«A tarefa de confecionar roupas para a rainha não é fácil... não no sentido de que a rainha não seja cooperante e profissional em todos os aspetos», revelou Amies, que morreu em 2003, numa rara entrevista. Amies «compreendia, como outros designers que trabalharam para Sua Majestade, que o guarda-roupa pode fazer declarações políticas», observou a revista Country Life, a bíblia dos ricos britânicos rurais, numa edição especial para marcar o jubileu.

O guarda-roupa da rainha é agora a responsabilidade da designer Angela Kelly, a filha de um humilde trabalhador do cais da cidade de Liverpool, que se juntou à equipa de designers em 1993 e tornou-se na estilista pessoal da rainha em 2002.

Kelly esteve por trás do conjunto que a rainha usou para o casamento do príncipe William com Kate Middleton no ano passado. A designer também criou o vestido de seda branca, cetim e rendas com lantejoulas prateadas que a soberana usou nas suas fotografias oficiais do Jubileu de Diamante.

A moda da Rainha inspirou uma série de roupas e acessórios preparados para o jubileu. A designer Vivienne Westwood criou uma coleção de vestidos de edição limitada que misturam a bandeira da Grã-Bretanha com elementos do próprio guarda-roupa da rainha. «Ela tem o seu próprio estilo, que conquistou o respeito. Ela não deve mudar nada», conclui Vauthier.

Fonte:|http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/41176/xmview/...

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