Apesar da quebra de produção antecipada nos EUA, o Departamento de Agricultura do país prevê que a produção combinada de algodão atinja um valor recorde este ano, o que deverá permitir aumentar pela primeira vez nos últimos quatro anos os stocks mundiais do “ouro branco”.
O Departamento de Agricultura dos EUA baixou as previsões de produção de algodão nos EUA em 1 milhão de fardos (cerca de 170 mil toneladas), mas indicou que a colheita mundial deste ano deverá estabelecer um recorde e irá levar a um aumento nos stocks mundiais pela primeira vez nos últimos quatro anos. A projecção espelha a informação dada pelo grupo intergovernamental Cotton Advisory Committee (ICAC) no início do mês. Condições de seca «excepcionais» no Texas, o principal estado americano na produção de algodão, são as responsáveis pela quebra na produção interna dos EUA em 2011.
Apesar de um estimado aumento de 25% na área plantada, a área colhida deverá descer 10%, segundo o Departamento de Agricultura, com cerca de 30% da cultura a dever ser abandonada. Isto significa que a produção americana na época 2011/2012 está agora nos 16 milhões de fardos – 2,1 milhões de fardos mais baixa do que no ano anterior. Já a procura do algodão americano está estipulada em 15,8 milhões de fardos. Globalmente, contudo, a produção de algodão em 2011 deverá atingir cerca de 123,2 milhões de fardos, 7,5% acima da estimativa de 2010.
Preços altos recorde, resultantes de stocks muito baixos no final de 2010/2011, e a antecipação de escassez levaram ao crescimento da área plantada na maior parte dos países produtores em 2011. Em conjunto, os cinco maiores produtores de algodão representam cerca de 80% da produção mundial. As quotas da China, Índia e Paquistão combinadas deverão subir para um valor de 57% em 2011, com a China – o maior produtor – a representar cerca de 27% da colheita mundial.
A China deverá produzir 33 milhões de fardos, um aumento de 8% em comparação com o ano passado, devido à expansão em área e à melhoria na colheita. O crescimento verifica-se também na Índia (mais 10%) e no Paquistão (mais 17%), com 27 milhões de fardos e 10,3 milhões de fardos, respectivamente, em 2011/2012. Um aumento de 7% para 4,5 milhões de fardos é esperado na Austrália, enquanto a produção de algodão no Brasil deverá permanecer intacta nos 9,3 milhões de fardos.
Mas a quota dos EUA na produção mundial deverá descer devido aos baixos stocks disponíveis para exportação.
Olhando para o futuro, o Departamento de Agricultura dos EUA acredita que o comércio de algodão em 2011/2012 deverá aumentar 8% em comparação com o ano anterior, para 38,3 milhões de fardos.
A China, o maior importador mundial, deverá importar 15,3 milhões de fardos, mais 27% em comparação com o ano passado e o segundo maior valor desde que há registo, devido a stocks iniciais reduzidos, ao aumento do consumo e ao programa governamental para apoiar os preços internos mantendo as reservas.
O uso mundial de fiações em 2011/2012 está previsto ficar nos 116,7 milhões de fardos, mas embora isto signifique um aumento de 1,6% em comparação com o ano anterior, é mais baixo do que as recentes previsões, já que o excesso de stocks de fio e uma mudança para o poliéster em produtos têxteis deverá reduzir a procura.
A China, a principal utilizadora de fiações, deverá consumir 46,5 milhões de fardos em 2011/2012, mais 1% em comparação com o ano anterior, e irá continuar a representar 40% da utilização de fiações.
Com tanto os países produtores como consumidores a aumentarem os stocks dos níveis muito baixos de 2009/2010 e 2010/2011, os stocks finais mundiais em 2011/2012 deverão aumentar 15%, para 51 milhões de fardos, acredita o Departamento de Agricultura. Mas embora a projecção de que o rácio de stocks para utilização (que deve ficar nos 44%) reflicta esta recuperação, é ainda o terceiro mais baixo nos últimos 15 anos.
Fonte:|http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/39821/xmview/...
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