Oi, gente! Muito prazer! Eu sou a estilista Karla Cruz, moro em Vitória no Espírito Santo e daqui em diante vou compartilhar um pouco do meu conhecimento de moda e costura com vocês, aqui no Linha Phina, focando no tema “Universo têxtil”. Faço parte do time de colunistas do blog e estou muito contente com essa parceria. E, claro, como em todo bom primeiro encontro, preciso me apresentar e contar alguns detalhes sobre a minha trajetória, né? Então, vamos nos conhecer?
Convivi com o universo da costura desde criança: minha mãe fazia roupas para mim e para o meu irmão. Lembro-me dela em sua máquina de costura daquelas pretinhas de pedal. Eu achava que ela fazia uma mágica ao costurar uma roupa! Ela me ensinava a fazer roupinhas para minhas bonecas e assim fui pegando o gosto pelo ato de transformar um tecido em vida! Sem contar que tive outras referências na família: sempre escutei as histórias dos lindos vestidos de noiva que minha vó fazia manualmente. E não me esqueço de quando eu, minha mãe e minha tia nos reuníamos para passar o dia todo costurando.
Um dos melhores presentes da minha vida foi uma máquina de costura de brinquedo. Era tanta alegria que a máquina até dormia do meu lado. Com ela eu mesma podia fazer as minhas próprias “mágicas”.
Para concretizar meu sonho, fui atrás de profissionalização. Descobri um curso de desenho de moda e esse foi o “start” da minha carreira. Em agosto de 1998, recebi o resultado de um processo seletivo acirrado (cinco vagas para todo o Brasil) e lá estava eu! Entrei no SENAI/CETIQT que foi a minha escola da vida, onde fiz todos os cursos que eu podia ligados à moda (conheçam mais sobre unidade aqui). Depois cursei faculdade de moda, fiz cursos complementares, pós-graduação e até hoje não paro de buscar novos estudos e conhecimentos.
Presto consultorias, retomei a marca Karla Cruz e criei o Studio Criativo de Moda com o projeto “Faça você mesmo”, com ideias e dicas do mundo da moda. Foquei a minha atuação inteiramente ao universo virtual, me transformando em uma empreendedora digital!
Agora que já me apresentei, vamos ao nosso primeiro assunto da coluna!
A escolha correta dos tecidos para cada modelo é uma parte importante do processo de fabricação das roupas. O tecido é uma das bases fundamentais da construção de uma bela peça. É nessa base que se tece e se constrói sonho, desejo, realização trazendo a estima.
O tecido certo proporciona uma roupa com bom caimento e uma linda aparência, arrancando elogios. Mas já se perguntou como o tecido é formado? Já parou para analisar quais estruturas existem por trás de um tecido e como elas influenciam em um bom caimento da roupa? Conhecer isso é importante para determinar o modelo, acabamento e manuseio da peça!
Algumas estruturas principais que constituem o tecido são: tafetá, cetim, sarja, jacquard e a estrutura de malha (já, já vamos falar sobre cada uma delas). Cada uma dessas bases irá definir o que será o tecido em si. Diversas fontes podem originar o tecido: fios naturais, sintéticos ou artificiais que brincam se entrelaçando num gostoso jogo de emaranhados. A estrutura é um entrelaçamento de fios, no caso do tecido plano, ou laçadas no caso das malhas.
Outro termo importante no universo dos tecidos é o ligamento, que significa a forma como os fios compõem um tecido. Todos os tecidos são produzidos pelo entrelaçamento de dois tipos de fios, os da trama dispostos no sentido da largura e os do urdume no sentido do comprimento. Os fios do urdume são dispostos perpendicularmente aos da trama. A estrutura do tecido pode ser modificada alterando o padrão de entrecruzamento do urdume e da trama.
O que chamamos de fio do tecido é o sentido em que corre o urdume, conhecer sobre isso é fundamental porque vai influenciar no caimento da sua criação.
Conhecer o tipo de entrelaçamento dos fios auxilia na identificação do tecido, já que os nomes dados a eles variam entre os fabricantes.
Esta é a estrutura mais simples, onde os fios da trama passam alternadamente sobre e sob os fios da teia. A trama do ligamento tela cruza o urdume passando um fio por cima e um fio por baixo, sucessivamente. Na volta, urdume que estava por cima, fica por baixo. Quanto mais grosso for o fio e quanto mais próximas estiverem as carreiras, mais firme será o material. Exemplos: tafetá, musseline, percal, linho, tricoline, chiffon, organza, shantung.
Uma das três estruturas fundamentais em que o fio da trama passa sobre pelo menos dois, mas nunca mais de quatro fios da trama. Em cada nova passagem a trama avança uma unidade para a direita ou para a esquerda, formando uma estria em diagonal. O entrelaçamento diagonal é bem mais firme que o ligamento tela. No avesso desses tecidos você vê claramente a diagonal. Exemplos: sarja, gabardina, brim, denim/jeans, tweed
Sua estrutura é mais fina, cada fio da teia passa sobre quatro a oito fios da trama, numa disposição em zig-zag. O delicado cetim é formado com repetições de cinco a doze fios de trama ou urdume. No cetim, a diagonal não é tão visível porque o número de repetições é muito grande, essas repetições deixam o tecido liso e brilhante de um lado e opaca de outro. Suas matérias primas podem ir desde a seda ao poliéster, passando pelo algodão e a poliamida, mas os melhores ao toque, caimento, e beleza (menos brilhosos) são os de fibra natural. Exemplos: cetim, charmeuse, crepe de seda, vison, alpaseda e peau D’ange.
Esta estrutura é conseguida por meio de uma mecânica Jacquard, que controla separadamente os fios (entrelaçado fio a fio) da teia e da trama de modo a formar desenhos elaborados na superfície do tecido. Exemplos: damasco, brocado, tecidos para decoração.
As estruturas das malhas diferenciam-se dos tecidos planos em função do jeito com que os fios são entrelaçados. A malha é feita entrelaçando os fios sempre no mesmo sentido: ou todos na trama ou todos no urdume. O processo de malharia é feito com agulhas e é bem parecido com o tricô. De uma forma geral, a malha é formada pelo entrelaçamento de um fio sobre ele mesmo e tende a obedecer dois sentidos distintos de formação: horizontal e transversal. Exemplos: Ribana, Malha, Meia Malha, Moletom, Piquet, Viscolycra.
Ao comprar o tecido verifique se ele possui uma estrutura firme sem fios soltos ou rompidos, com uma espessura uniforme. Os fios devem estar perpendiculares (alinhadas às ourelas), caso contrário o tecido está totalmente desalinhado e a sua peça sofrerá modificações.
Se o tecido for rasgado, puxe um dos fios para cortá-lo e deixá-lo retinho. Se o tecido vier de fábrica com o sentido de trama e urdume desiguais, coloque-o sobre a mesa e acerte puxando primeiro em um sentido vertical e depois no sentido horizontal, igualando-os. E se caso o tecido sofrer encolhimentos (isso ocorre muito nas estruturas que levam fibras naturais) deve-se ajustar o molde para cortar o modelo. Por isso, é muito indicado molhar o tecido antes e observar qual foi o grau de encolhimento para fazer a devida correção no molde tanto no comprimento quanto na largura.
1 – Para roupas esvoaçantes, transparentes e soltas, o tecido tem que ser leve e fluido. Exemplos: musseline, crepe de seda, chiffon, crepe georgette, gazar, cetim, cambraia, tricoline e viscose.
2 – Para roupas ajustadas, estruturadas, com pregas ou franzidos e estilo alfaiataria, o tecido pode ser intermediário: firme ou fluido. Exemplos: chamois, cetim grosso, crepe, cetim encorpado, brim, piquet, sarja acetinada, shantung, tafetá.
3 – Para roupas de inverno, armadas e com volume, opte pelos tecidos pesados. Exemplos: boucle, tweed, alguns tipos de veludo, lã, tricô, brocado, jacquard.
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