Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Estudo alerta para doenças nasais em funcionários de indústrias têxteis

Artigo foi elaborado por médicos do Hospital Ouro Verde, em Campinas.
Trabalho propõe que trabalhadores façam acompanhamento específico.


Hospital Municipal Ouro Verde em Campinas (Foto: Carlos Bassan / Prefeitura de Campinas) Médicos do Ouro Verde desenvolveram estudo
(Foto: Carlos Bassan / Prefeitura de Campinas)

Um estudo realizado por médicos do Hospital Municipal Ouro Verde, em Campinas (SP), alertou sobre o alto índice de doenças respiratórias, como a sinusite, em pessoas que trabalham em indústrias têxteis. Por causa da quantidade de fábricas dessa área na Região Metropolitana da cidade, um grupo de especialistas desenvolveu um trabalho para levantar as causas desses problemas  e também possibilidades de tratamento e acompanhamento. O trabalho, inédito na literatura da medicina, foi apresentado no Congresso Europeu de Rinologia, que aconteceu em julho, em Amsterdã, na Holanda.

O médico do Ouro Verde Raimundo Vinicius de Araújo Rego, um dos autores do artigo junto com outros cinco profissionais da unidade médica, afirmou que não existe um balanço de casos de problemas respiratórios em funcionários de indústria têxtil, mas que a quantidade de trabalhadores do setor que procuraram o hospital com esses problemas fez os profissionais escreverem sobre a rinosinusite ocupacional, que é a sinusite decorrente do local de trabalho.

“A verdade é que percebemos que os pacientes que procuraram o hospital sempre vinham desses ambientes de indústria têxtil e identificamos que a causa era justamente o local que eles trabalham. Por isso fizemos um levantamento minucioso na literatura para saber se existia algum estudo que fazia relação desses problemas com o ambiente de trabalho e vimos que não tinha”, afirmou.

Causas e tratamento
De acordo com o especialista, a causa para a rinosinusite ser desenvolvida neste tipo de profissionais é a exposição com poeira, odores, metais e fumaça. Segundo Araújo, por ficar diariamente em contato com esses fatores, os funcionários precisam fazer um tratamento continuo e que evite a reincidência dos problemas. O artigo escrito pelos especialistas propõe um acompanhamento específico para essa doença

 

Indústria têxtil em Santa Bárbara d´Oeste (Foto: Reprodução EPTV)Indústria têxtil em Santa
Bárbara d´Oeste (Foto: Reprodução EPTV)

O tratamento consiste em fazer um teste nasal e, caso o médico identifique alteração, a orientação é que o paciente seja tratado com remédio, use proteção no local de trabalho ou até seja redistribuido para uma outra função que não cause dano para a saúde.

“Depois de identificar que as doenças de nariz se desenvolviam exclusivamente por causa do ambiente que as pessoas trabalham, nós especificamos no artigo qual é o tratamento que deve ser feito. Se o médico identificar alteração, esse paciente tem que ser tratado e comunicar a empresa que a atividade está causando dano”, afirmou Araújo.

‘Muito difícil’
Um funcionário de uma indústria têxtil de Americana (SP), que não quis se identificar, afirmou que nunca teve nenhum tipo de doença respiratória até começar a trabalhar na fábrica. O jovem contou que precisou ir em mais de um médico para descobrir que havia adquirido o problema por conta do ambiente que trabalha.

“O local onde eu trabalho tem muita poeira, foi por isso que eu fiquei com sinusite, que é uma coisa que eu nunca tive. Está muito difícil trabalhar, eu espero que a empresa me mude de área se não vou ficar doente sempre”, explicou.

O G1 entrou em contato com o Sindicato das Indústrias de Tecelagens de Americana para saber se realizam algum trabalho junto as empresas para que esse problema seja diminuído, mas até a publicação não obteve retorno.

ento específico para essa doença.

Indústria têxtil em Santa Bárbara d´Oeste (Foto: Reprodução EPTV)Indústria têxtil em Santa
Bárbara d´Oeste (Foto: Reprodução EPTV)

O tratamento consiste em fazer um teste nasal e, caso o médico identifique alteração, a orientação é que o paciente seja tratado com remédio, use proteção no local de trabalho ou até seja redistribuido para uma outra função que não cause dano para a saúde.

“Depois de identificar que as doenças de nariz se desenvolviam exclusivamente por causa do ambiente que as pessoas trabalham, nós especificamos no artigo qual é o tratamento que deve ser feito. Se o médico identificar alteração, esse paciente tem que ser tratado e comunicar a empresa que a atividade está causando dano”, afirmou Araújo.

‘Muito difícil’
Um funcionário de uma indústria têxtil de Americana (SP), que não quis se identificar, afirmou que nunca teve nenhum tipo de doença respiratória até começar a trabalhar na fábrica. O jovem contou que precisou ir em mais de um médico para descobrir que havia adquirido o problema por conta do ambiente que trabalha.

“O local onde eu trabalho tem muita poeira, foi por isso que eu fiquei com sinusite, que é uma coisa que eu nunca tive. Está muito difícil trabalhar, eu espero que a empresa me mude de área se não vou ficar doente sempre”, explicou.

O G1 entrou em contato com o Sindicato das Indústrias de Tecelagens de Americana para saber se realizam algum trabalho junto as empresas para que esse problema seja diminuído, mas até a publicação não obteve retorno.

Marcello Carvalho Do G1 Campinas e Região

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