Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Com cada vez mais interesse por parte dos investidores internacionais, que procuram alternativas de sourcing, a Etiópia está a melhorar as suas infraestruturas e a criar novos polos industriais, nomeadamente na área têxtil, para se tornar na nova fábrica do mundo nos próximos anos. 

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Etiópia prepara terreno

O objetivo deste país africano é atrair os investidores que estão a deslocar parte da produção da China e de outros mercados asiáticos, onde os custos estão a subir. O país oferece mão de obra barata e um fornecimento cada vez melhor de energia, meios de transporte e outras infraestruturas.

A atração de novas indústrias é considerada vital para manter as elevadas taxas de crescimento da economia – ainda em grande parte agrária – da Etiópia. Na última década, a economia do país cresceu anualmente na ordem dos dois dígitos e tem uma previsão de crescimento de 8% ou mais este ano.

Yaregal Meskir, vice-diretor geral da Corporação das Zonas de Desenvolvimento Industrial Etíope, revelou que estão a ser finalizados os planos para expandir a atual Zona Industrial Bole Lemi, na periferia sul da capital, enquanto um novo polo industrial foi planeado para Kilinto, 30 km a sul. Os trabalhos deverão começar no próximo mês de setembro.

Um terço dos 156 hectares de Bole Lemi foi desenvolvido a um custo de 126,9 milhões de dólares (cerca de 94,3 milhões de euros), financiado pelo governo, e atraiu na primeira fase a Myungsung Textile Company, produtora de vestuário da Coreia do Sul, e a George Shoe Corporation, de Taiwan. A zona de Kilinto irá cobrir 243 hectares.

Tanto o trabalho de expansão como a nova localização serão financiados por um empréstimo de 250 milhões de dólares do Banco Mundial, explica Yaregal Meskir.

Os parques industriais são fundamentais para os planos da Etiópia de construir uma base industrial, com o têxtil e o vestuário vistos como sectores chave – em parte porque o país beneficia do acordo comercial AGOA com os EUA, que permite às exportações etíopes o acesso isento de taxas alfandegárias ao mercado americano.

As zonas industriais oferecem terrenos para fábricas ao preço de 1 dólar por metro quadrado por mês, isenções fiscais até sete anos e serviços alfandegários e outros no local para quem investe neste país com cerca de 90 milhões de pessoas.

Segundo Taddese Haile, Ministro da Indústria, «o objetivo é que a Etiópia seja vista como um cluster globalmente conhecido pelos produtos têxteis e de vestuário». Estão previstos outros três centros de produção em todo o país na próxima década, incluindo uma Zona Económica Especial na cidade oriental de Dire Dawa.

A Etiópia enfrenta uma forte concorrência de outros países africanos que procuram beneficiar do maior interesse dos investidores estrangeiros num continente com uma classe média em rápido desenvolvimento e crescentes rendimentos disponíveis. Em países como o Gana, por exemplo, pequenas fábricas pré-fabricadas estão a oferecer uma solução de baixo custo e baixo risco para produzir bens de consumo para o mercado global, contornando os regulamentos locais onerosos e a corrupção.

O Fundo Monetário Internacional prevê um crescimento económico na Etiópia de 8% a 8,5% no ano fiscal de 2013/14 e de 2014/15, mas também refere que o estado etíope deve evitar espremer as empresas privadas. O forte crescimento ajudou a fomentar novos projetos, que incluem centrais hidroelétricas e outras iniciativas ligadas à energia, para oferecer eletricidade barata e uma crescente rede de estradas e vias férreas. A capital terá em breve o seu próprio metro urbano, uma raridade em África.

Numa tentativa de incentivar o investimento, o governo etíope está também a permitir que as empresas privadas construam os seus próprios polos industriais. Uma dessas iniciativas é a Zona Industrial do Este, onde entre os acionistas se encontra o Jiangsu Qiyuan Group da China. Entre as empresas que operam nessa zona encontra-se ainda o Huajian Group, que produz cerca de 300.000 pares de sapatos e sandálias por mês para os mercados ocidentais – a empresa está também a planear o seu próprio parque industrial.

http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/43645/xmview/...

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