A Confederação Europeia da Indústria Têxtil e do Vestuário e a associação dinamarquesa Dansk Mode & Textil escreveram à Presidência Dinamarquesa da UE a pedir uma maior estabilidade e previsibilidade na agenda política para a ITV.
Nos últimos meses, o setor tem sido abalado por uma combinação de turbulência económica internacional e indefinição legislativa na União Europeia. Este cenário tem provocado receios entre os empresários e retração por parte dos consumidores, resultando numa quebra acentuada da procura por têxteis e vestuário, referem em comunicado. «Tudo isto cria um clima de incerteza para a indústria europeia e ansiedade junto dos consumidores», alertam a Euratex e a Dansk Mode & Textil (DM&T).
As duas entidades estão a pedir que a Presidência Dinamarquesa da UE se empenhe em «restaurar a confiança na União Europeia, estabelecendo cronogramas claros e um percurso regulatório estável que permita às nossas empresas planear os seus investimentos e estratégias de negócio para os próximos cinco anos».
No documento enviado à Presidência da UE são elencadas medidas necessárias tanto ao nível da legislação para a sustentabilidade, como ao nível comercial. Enquadradas no primeiro ponto, a Euratex e a DM&T apontam como prioridades garantir que a legislação para a Economia Circular impulsione a procura por produtos têxteis sustentáveis e crie um mercado único para resíduos têxteis, através da definição de critérios claros para o fim do estatuto de resíduo, implementar a Diretiva-Quadro dos Resíduos de forma harmonizada na UE, viabilizando sistemas de Responsabilidade Alargada do Produtor, clarificar o futuro da iniciativa Green Claims, para combater o greenwashing na indústria da moda e reformular o regulamento Reach, com vista a uma maior transparência e previsibilidade no enquadramento químico, evitando a deslocalização de empresas para fora da Europa.
Já ao nível comercial, as duas entidades referem a necessidade de acelerar a reforma do Código Aduaneiro da União, com medidas mais ágeis, como a revisão do limiar de minimis e o reforço da taxa de manuseamento de encomendas online, retomar com urgência a ratificação do Acordo de Comércio Livre UE-Mercosul, que poderá trazer benefícios significativos para as empresas têxteis europeias, monitorizar cuidadosamente as negociações com a Índia, com vista a um acordo equilibrado e abrangente, e avançar com a União da Energia, para garantir preços de energia mais baixos para os produtores europeus.
Para Thomas Klausen, diretor da DM&T, «nestes tempos de incerteza, precisamos da UE como um fator de estabilidade e isto também se aplica à indústria dinamarquesa do têxtil e da moda. É crucial que a UE crie condições de concorrência equitativas e assegure a previsibilidade de que a indústria necessita para realizar os investimentos necessários. Esperamos que a Presidência Dinamarquesa desempenhe um papel decisivo nesse sentido».
Dirk Vantyghem, diretor da Euratex, sublinha que «as nossas empresas têxteis enfrentam demasiadas incertezas. Embora a UE não possa, sozinha, resolver todas, esperamos que a Presidência Dinamarquesa demonstre liderança e avance nestes temas urgentes. Não temos tempo a perder se quisermos salvaguardar a competitividade da nossa indústria».
A indústria têxtil e do vestuário dinamarquesa tem, segundo a associação dinamarquesa, um papel um papel estratégico na economia do país, contribuindo com 87 mil milhões de coroas dinamarquesas (cerca de 11,7 mil milhões de euros) por ano para o PIB nacional, representando 6% do total das exportações de bens da Dinamarca e empregando cerca de 96 mil pessoas.
No panorama europeu, a indústria têxtil e do vestuário incorpora cerca de 200 mil empresas, emprega 1,3 milhões de pessoas e gera um volume de negócios de 170 mil milhões de euros.
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