Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Exportações de vestuário brasileiro são ‘desprezíveis’, avalia coordenador de comitê da Fiesp

Em reunião na Fiesp, Marcello Villin Prado cita queda do consumo interno brasileiro como um dos fatores para “ano difícil” da cadeia produtiva

Guilherme Abati, Agência Indusnet Fiesp

Marcelo Prado: Brasil responde por apenas 0,09% das importações no mercado global. Foto: Everton Amaro/Fiesp

O ano de 2014 tem sido “muito difícil para o setor”, segundo Marcelo Villin Prado, coordenador adjunto do Comitê da Cadeia Produtiva da Indústria Têxtil, Confecção e Vestuário (Comtextil) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Enquanto o mundo – principalmente a China – cresce em consumo e produção, o Brasil não segue o mesmo rumo. “A produção mundial alcançou 48 milhões de toneladas em 2012. Cinquenta por cento desse total é proveniente da China e Hong Kong e 37% das exportações do mundo são originadas na China”, informou Prado, durante reunião do comitê, na tarde desta terça-feira (16/09).

Segundo Prado, enquanto o país asiático alcança um alto grau de participação no mercado global, o Brasil responde a apenas 2,5% da participação do volume total produzido e a apenas 0,09% das importações. Segundo ele, as exportações brasileiras são “desprezíveis”.

“O mundo cresce 8% ao ano, mas o Brasil está fora desse mercado, devido ao câmbio e às estratégias escolhidas pela cadeia produtiva”, explicou Prado.

De acordo com o coordenador, a produção interna do país alcançou 6,2 bilhões de peças em 2013, com crescimento da participação de produtos importados.

Quanto ao varejo de vestuário, que movimentou 172 bilhões de reais em vendas em 2013, Prado prevê crescimento de 2,5% ao ano, nos próximos cinco anos. “A margem de rentabilidade no varejo é maior que em qualquer outro tipo”, disse.

Febratex

Em seguida, Helvio Roberto Pompeo Madeira, diretor presidente do Grupo Fcem, empresa do segmento de feiras têxteis, falou sobre a Feira Brasileira para a Indústria Têxtil, a Febratex, uma das mais importantes do setor.

“O retorno para quem aposta na feira é muito bom. Neste ano, foram 90 mil visitantes, com 450 estandes, e 2.250 marcas presentes”, afirmou.

O encontro foi presidido por Elias Miguel Haddad, coordenador do comitê.