Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Fábricas têxteis têm matérias-primas para mais um mês - Portugal

Situação afeta quem compra e quem vende à China

Situação afeta quem compra e quem vende à China




Se os portos chineses continuarem fechados, o abastecimento das fábricas portuguesas poderá ficar em risco.

No caso de a situação causada pelo coronavírus persistir além de março, é de esperar que as dificuldades apertem nas empresas têxteis e de vestuário. É que a China "foi transformada na fábrica do Mundo" e hoje tudo o que são fibras sintéticas, mas também acessórios, como fechos, fivelas, etiquetas, e alguns tecidos, em cru e tingidos, vêm de lá para abastecer as fábricas europeias.

César Araújo, presidente da Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confecção (ANIVEC), diz que a falta de matérias-primas já se começa a fazer sentir. Mário Jorge Machado, líder da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), assegura que os stocks vão acabar durante o mês de março. Num ponto ambos estão de acordo: a Europa tem de repensar a sua estratégia industrial.

Atenção aos portos

"Se estivéssemos a falar de comida e a China deixasse de nos abastecer a todos, íamos perceber a dimensão do problema", alerta Mário Jorge Machado, para quem o problema do coronavírus "nos deve fazer pensar se devemos estar tão dependentes de um só país".

Se a China abrir os portos e começar a expedir mercadorias nos próximos dias, tudo se normalizará rapidamente. Caso contrário, "a situação vai complicar-se lá para o final de março, quando os stocks atuais terminarem". Mercados alternativos são a Turquia, Paquistão, Índia, Bangladesh e a Coreia do Sul, entre outros.

E a situação italiana? "O problema parece estar confinado ao Sul de Milão, a indústria está situada a norte e não está a ser afetada pelo isolamento, estão a laborar normalmente", diz.

César Araújo é bastante mais pessimista. "As empresas têm, habitualmente, stocks para 4 a 6 semanas. Estamos no fim de fevereiro, a partir de agora as coisas vão complicar-se. E não é só nas matérias-primas. As lojas na China estão fechadas, as marcas não vendem, vai haver menos encomendas à indústria. Isto vai ser um pesadelo", acredita. Para já, os industriais dispõem dos "instrumentos adequados" para fazer frente à situação, seja antecipando férias, seja recorrendo ao regime de adaptabilidade de horário, considera. Foi o que fez na sua empresa, a Calvelex, que fechou duas semanas para férias. Retoma a laboração a 28 de fevereiro. E terá maior flexibilidade ao nível dos recursos humanos logo que tudo regresse à normalidade. "A Europa está refém da China por efeito da globalização e isto tem que ser repensado".

Mas o encerramento das fronteiras chinesas também preocupa quem vende para a China, como o grupo Riopele, que fornece tecidos para algumas das maiores marcas mundiais. A China vale 3% da sua faturação anual, qualquer coisa como 2,4 milhões de euros. Tem neste momento o armazém cheio com as encomendas que deveriam ter saído em janeiro e fevereiro. Sem expedição, não pode faturar.

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