Desativado há 20 anos, o prédio da antiga Fábrica Tacaruna, no bairro de Campo Grande, Zona Norte do Recife, encontra-se em precário estado de conservação. Portas quebradas, casas de marimbondo e o mato crescendo nas janelas denunciam o abandono da edificação, tombada como patrimônio histórico estadual. As paredes pichadas, garrafas de refrigerante, copos descartáveis e embalagens de isopor pelo chão acusam o vai-e-vem de desocupados no lugar, sem uso desde 1992.
Uma tentativa de recuperar o imóvel chegou a ser ensaiada em 2003, quando a Secretaria de Educação e Cultura de Pernambuco iniciou a obra de restauração das cobertas do prédio principal, para implantação da Fábrica Cultural Tacaruna. O projeto não teve continuidade e a coberta colocada nove anos atrás exibe sinais de desgaste, com partes esburacadas. Desde o ano passado, a antiga fábrica é gerenciada pela Secretaria da Criança e Juventude.
O edifício foi construído no fim do século 19, de 1890 a 1895, como sede da Usina Beltrão, do industrial Delmiro Gouveia (1863-1917). Vira Fábrica Tacaruna em 1924, ao ser adquirido pela Companhia de Tecidos do Nordeste. De 1975 até deixar de operar, em 1992, era administrada pela Tecelagem Parayba do Sul. O prédio de três pavimentos, com colunas de ferro e grandes salões, tem 9,5 mil metros quadrados.
Por enquanto, serve apenas como depósito de restos de decoração de Carnaval. O primeiro andar é o mais deteriorado, com pichação, lixo espalhado, cupins nas paredes e no teto. A madeira e os vidros de quase todas as janelas inexistem. Os dois galpões da antiga fábrica, um de ferro e outro de concreto, estão caindo aos pedaços.
“O galpão de concreto armado foi um dos primeiros construídos com essa técnica em Pernambuco, é um dos mais antigos do Nordeste”, alerta o arquiteto José Luiz Mota Menezes, estudioso da evolução urbana. A Secretaria da Criança e Juventude pretende restaurar o prédio e instalar no local um centro para oferecer uma série de atividades à população jovem, com museu e biblioteca.
De acordo com o secretário-executivo de Articulação e Projetos Especiais, Joelson Rodrigues, o governo não pode divulgar as atividades previstas para o centro. Mas adianta que o serviço de restauração do prédio principal começa ainda este ano, em setembro ou outubro, com recursos do Estado. O prazo de execução é de 12 meses, para obras de conservação.
“Nesse período, vamos recuperar a estrutura do imóvel para deixá-lo em condições de uso. O trabalho prevê a restauração do piso, telhado e elevador, bem como a instalação de aparelhos de ar condicionado”, informa Joelson Rodrigues. A meta do governo do Estado é abrir o centro em 2014, como mais uma atividade vinculada à Copa do Mundo do Brasil.
Joelson Rodrigues disse que galpões sem importância histórica existente no terreno serão demolidos e refeitos. “Estamos firmando parcerias financeiras e de tecnologia, que serão anunciadas depois.” O projeto de restauração do prédio principal já foi analisado pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).
“Solicitamos alguns pequenos ajustes e devolvemos o projeto à secretaria há cerca de um mês. Estamos aguardando o retorno com as modificações”, informa a arquiteta da Fundarpe, Rosa Bonfim. A proposta, diz ela, não altera a forma da edificação histórica. O prédio da antiga fábrica de tecidos é de propriedade do governo do Estado de Pernambuco.
Fonte:|http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cidades/geral/noticia/2012/08...
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