Rafael Cervone, diretor-executivo do Programa Estratégico da Cadeia Têxtil Brasileira (Texbrasil), que divulga no exterior os produtos da cadeia têxtil brasileira, diz que o trade se voltou para o Oriente Médio há cerca de três anos. Em 2010, houve a primeira participação em uma feira, a Who's Next, em Dubai.
Segundo Cervone, o mercado mostrou-se muito receptivo à indústria do vestuário, que já responde por 90% dos produtos exportados para os Emirados Árabes neste ano, apesar de empresas de cama, mesa e banho também participarem do programa. Conforme o diretor, apesar da aparente cultura de restrição, como uso de burcas e trajes típicos que cobrem o corpo nas áreas externas, há um interesse muito grande por moda no país.
O mercado de vestuário movimentou US$ 3,5 bilhões em Dubai em 2010, segundo Cervone. "É uma população com alto poder aquisitivo. Grande parte do consumo é feita por turistas e trabalhadores estrangeiros que residem no país", explica.
A moda festa é muito valorizada no país e um dos mercados em expansão. Segundo Luiz Moraes, diretor da grife mineira Patrícia Bonaldi, as festas duram cerca de três dias nos Emirados Árabes - e a cada dia de festa, as mulheres querem usar vestidos diferentes. O mercado do Oriente Médio já representa 4% do faturamento da empresa mineira - o que corresponde a uma venda em torno de US$ 150 mil.
Segundo Moraes, os modelos sofrem pequenas intervenções com decotes um pouco mais fechados nas costas e no busto em relação ao brasileiro, mas a padronagem e a numeração são os mesmo. Os vestidos com mais detalhes e bordados agradam ao público feminino no país.
Para Cervone, Dubai é uma grande vitrine de moda para os outros países do Oriente Médio, além de ser um importante "hub" de distribuição. "É uma grande oportunidade de crescimento, uma alternativa aos mercados tradicionais", defende. Segundo o diretor o crescimento de cadeias de varejo e novos shopping centers também favorecem a chegada de brasileiros.
O grupo Scalina atua no mercado dos Emirados Árabes com as marcas TriFil e Scala. Segundo Gilberto Ribeiro, gerente de exportação do grupo, houve uma experiência no passado, há cerca de sete anos, com a venda de produtos com a marca de terceiros. A empresa recuou e decidiu investir na venda apenas de produtos de marca própria.
Segundo Ribeiro, a Scalina ainda está estudando o mercado dos Emirados Árabes, mas enxerga oportunidade de crescimento na região. A principal linha de atuação no exterior é a de itens redutores - como calcinhas e cintas. Os produtos com atributos, como meias-calças decoradas, e maior valor agregado tem maior adesão no exterior, na avaliação da companhia.
Fonte:|http://www.valoronline.com.br/impresso/empresas/102/473173/fabrican...
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