Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Apesar do otimismo generalizado em relação às potencialidades do metaverso, um novo estudo sugere que as empresas de moda têm de assegurar os consumidores da sua legitimidade para conseguirem crescer neste novo espaço virtual. Uma das soluções é acompanhar os ativos digitais com bens tangíveis.

[©DRESSX]

Há muitas empresas de moda a investir no metaverso, mas os seus clientes finais estão ainda um passo atrás. O metaverso é considerado pela indústria como um espaço virtual revolucionário, onde marcas fortes podem usufruir do apoio dos seus consumidores fiéis e beneficiar de uma nova fonte de rendimento, mas a perceção pública é menos otimista, revela o estudo The Metaverse in Retail and Apparel, da GlobalData, que detém o Just Style.

O metaverso pode ser definido como um mundo virtual onde os utilizadores partilham experiências e interagem em tempo real em cenários simulados. As empresas estão a tentar diferentes formas de interagir com os seus consumidores neste espaço virtual, especificamente com pessoas entre os 10 e os 25 anos, que estão a impulsionar a transição para o metaverso. As marcas estão a tentar atrair estes consumidores da Geração Z com vestuário virtual oferecido através de realidade aumentada, realidade virtual e tokens não fungíveis (NFTs).

«O metaverso oferece possibilidades infinitas em criatividade e customização, já que os utilizadores podem modificar os seus espaços, avatares e vestuário. Isto levou a um mercado crescente para a moda virtual com a qual os utilizadores estão desejosos de se expressar», escreve o Just Style num artigo sobre o estudo.


Gucci Garden [©Roblox]

Entre os exemplos, o artigo aponta a Gucci, que estabeleceu uma parceria com a Roblox – plataforma que conta também com a Decenio Land, lançada no início deste mês de abril, e a Fly London Experience, criada em maio do ano passado – em maio de 2021, para criar o Gucci Garden como forma de celebrar o seu centenário. Os utilizadores jogaram mini-jogos para se habilitarem a ganhar acessórios Gucci de edição limitada. Uma gémea digital da mala Dionysus que foi vendida por 6 Robux (a moeda virtual usada na plataforma) teve tanta procura que um utilizador pagou mais tarde cerca de 4.000 euros pelo acessório virtual, o que ultrapassa o preço da mala física.

«Isto demonstra quão valioso o metaverso pode ser para a indústria da moda à medida que a procura por produtos digitais oferece oportunidades no mundo físico», sublinha o Just Style.

Convencer os consumidores hesitantes

O problema, contudo, é que o metaverso constitui ainda um mistério para muitas pessoas, sobretudo fora da Geração Z. Os métodos de pagamento, por exemplo, com NFTs, são um entrave – um estudo da GlobalData junto dos consumidores do Reino Unido revelou que apenas 17,4% das pessoas considera que vale a pena comprar uma peça de roupa digital com um NFT e mais de metade dos inquiridos afirmou que não vale a pena comprar NFTs.


Dolce & Gabbana [©UNXD]

A Dolce & Gabbana acumulou 5,7 milhões de dólares através de uma iniciativa com NFTs em setembro de 2021. A marca de luxo lançou uma coleção com nove NFTs no marketplace UNXD, com os compradores a receberem também uma versão física dos produtos e acesso exclusivo a eventos da Dolce & Gabbana.

«Oferecer estes benefícios tangíveis adicionais torna o investimento em NFTs mais atrativo para os consumidores», destaca o Just Style. «A tangibilidade permite-lhes perceber o valor do metaverso para eles próprios através de um ganho físico: algo a que estão tradicionalmente habituados no mundo real», acrescenta o artigo.

Parte da estratégia passa por reduzir o espaço entre a familiaridade e a inovação como forma de manter a confiança, ao mesmo tempo que se lidera no desenvolvimento da tecnologia do metaverso. «Isto irá encorajar uma maior, e mais fiel, presença do consumidor numa comunidade virtual da marca e, consequentemente, um fluxo de receita mais estável e duradouro», realça o Just Style, que realça que «se as empresas de vestuário têm ambições no metaverso, terão de se focar no seu acesso e investimento em partes da cadeia de valor do metaverso e da economia virtual», de que é exemplo a parceria entre o Warner Music Group e a DRESSX, a maior retalhista de moda digital, que vai permitir que os artistas representados pelo Warner desenhem as suas próprias linhas de moda virtual. «O merchandising digital e o estilo dos músicos vai definitivamente fazer parte dos guarda-roupas dos fãs e é fantástico ver que cada vez mais stakeholders acreditam neste novo domínio», resumem as cofundadoras do DRESSX.

https://www.portugaltextil.com/falta-confianca-no-metaverso/

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