Saber qual número de roupa você veste pode não ser uma tarefa tão fácil, uma vez nem sempre as marcas utilizam as mesmas medidas. A calça 38 provada em uma loja cai como uma luva, mas você nem consegue entrar no modelo 38 de outro estabelecimento. O problema é perceptível entre lojistas e consumidores, que acabam perdendo tempo com as trocas.
Maria Adelina Pereira, do Comitê Brasileiro de Normalização Têxtil e do Vestuário da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), explica que o órgão busca a implementação do conceito de vestibilidade, em que o tamanho não seria indicado por P,M,G ou números 40 ou 42, mas sim pela medida do corpo que aquela peça foi criada para vestir. Ou seja, a referência seria pela estatura e descrevendo em centímetros a medida de cintura, ombros, tórax e quadril, por exemplo.
“A vestibilidade seria como você declarar na venda de um apartamento que ele é três dormitórios (que se pode pensar em quantas pessoas caberia), mas metrologicamente a indicação de quantos metros quadrados o apartamento tem melhor esclarece que comodidade de espaço essa família que lá pretende morar terá em sua vida. Indicar numa calça a medida do quadril usada para a modelagem daquela peça é chave para saber se caberá no seu corpo, pois a modelista considera além da medida do corpo as características do tecido, sua elasticidade e caimento”, explica Maria Adelina.
Desde os anos 80, a ABNT trabalha em prol da normalização do setor, sendo que em 2007 aplicou o conceito de vestibilidade ao vestuário infantil. Em 2010, foram iniciados os trabalhos da norma de medidas masculinas com a mesma metodologia de construção da norma de medidas infantis, porém separando em três biótipos: ‘normal’, atlético e especial (plus size). As medidas do corpo feminino estariam em trabalho também com o mesmo princípio os biotipos: corpo retângulo, corpo triângulo e corpo colher, abrangendo até tamanhos plus size. A especialista explica que as normas não são obrigatórias, mas que trazem benefícios para o próprio mercado. “A indicação acertada comunicada pela confecção ou marca de roupa é uma garantia de venda acertada e até fidelização do consumidor àquela marca”.
Para Paulo Walter Leme dos Santos, 68 anos, empresário da marca Yck’s, uma exigência de padronização por parte da ABNT seria benéfica. Ele observa que a fábrica -- que produz cerca de 300 mil peças por mês -- utiliza o padrão internacional de medidas e acredita que respeitar as normas ajuda a fidelizar os clientes. “Facilita no momento da compra”, opina.
O empresário aponta que muitas confecções, especialmente as menores, não possuem padronização e que algumas marcas utilizam modelagens maiores para dar ao consumidor a sensação de que veste um número menor. “Para agradar”, explica. Ele conta que em outros países, como os Estados Unidos, existe o meio número, entre os números comumente praticados no Brasil, e ainda tamanhos diferentes de cumprimento das calças, mas que isso seria impraticável no Brasil devido aos custos para manter um estoque maior.
Lojas
Nas lojas, os problemas com tamanho se refletem nas trocas. “A gente vê sim uma certa diferença de uma marca para a outra”, relata Katia Aparecida Rodrigues, 35 anos, proprietária da loja Pollo Modas. Ela conta que as maiores diferenças costumam ocorrer com as calças jeans e que oferecer espaço para os clientes provarem as roupas é uma forma de facilitar a vida do consumidor. “Tem pessoas que gostam de provar na loja, mas tem pessoas que gostam de levar para casa e trocar se houver necessidade.”
A auxiliar de confeitaria Damares Vieira, de 24 anos, observa a falta de padronização. “A gente olha lá, é o tamanho da gente, e não entra”, avalia. A representante comercial Bruna Oliveira, 30 anos, sempre prova as roupas. “Você tem que experimentar e ver. Na mesma marca tem diferença de uma peça para outra, muda elasticidade, tecido”.
Priscila Fernandes
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Como Consumidor, considero uma falta de respeito, encontrar uma roupa com etiqueta GG, onde na realidade a peça é do tamanho P.
É assunto básico de suma importância, mas que o Comprador não se interessa em qual Confecção foi produzida, mas sim em qual loja foi adquirida; por conseguinte, é de INTEIRA RESPONSABILIDADE E PRINCIPALMENTE INTERESSE DA LOJA NÃO VENDER GATO POR LEBRE.
O Brasil possui inúmeras Escolas formando Profissionais aptos a exercerem a função de Compradores/Controladores de Qualidade , portanto tema facílimo de ser evitado, DESDE QUE A LOJA tenha um mínimo de respeito e consideração com o Comprador, e queira REPETIR UMA VENDA.
Ela conta que as maiores diferenças costumam ocorrer com as calças jeans e que oferecer espaço para os clientes provarem as roupas é uma forma de facilitar a vida do consumidor. “Tem pessoas que gostam de provar na loja, mas tem pessoas que gostam de levar para casa e trocar se houver necessidade.”
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