Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI
As vendas de artigos de moda de luxo não vão abrandar nos próximos tempos. Estes estão destinadas a crescer em cerca de 100 mil milhões de dólares (cerca de 88 mil milhões de euros) nos próximos 10 anos, de acordo com a Farfetch. Segundo o seu fundador e CEO, José Neves, a retalhista online quer «capturar grande parte desta enorme oportunidade». José Neves comenta assim os resultados do terceiro trimestre de 2018, que revelam, uma vez mais, números positivos de vendas e de clientes ativos.
O CEO garante estar «extremamente orgulhoso» do progresso que a Farfetch tem tido «em todas as suas iniciativas estratégicas na moda de luxo». «Expandimos a nossa rede de marcas e lojas e agora acrescentamos as department stores, à medida que continuamos a alavancar o nosso posicionamento para sermos a líder de categoria para o sector da moda de luxo», acrescenta.
Nesta que foi a primeira vez que a empresa fundada pelo português comunicou resultados trimestrais depois de passar a estar cotada em Wall Street, as receitas cresceram 52% para 132,2 milhões de dólares, com a faturação dos serviços prestados pelas plataformas de comércio a crescerem 61% em relação ao ano passado. O valor bruto da mercadoria vendida, através da plataforma, no terceiro trimestre, subiu 53% para 310 milhões de dólares. José Neves frisa que, nos meses de julho, agosto e setembro, houve um progresso quase duas vezes mais rápido do que o do mercado online do luxo. No entanto, a média de valor por encomenda caiu para 584,6 dólares, face aos 605,2 dólares do ano anterior.
O rápido crescimento da Farfetch trouxe um aumento nos prejuízos. No terceiro trimestre do ano, a empresa registou perdas de 77,3 milhões de dólares, em relação aos 28,2 milhões no ano anterior, tendo em conta que as despesas gerais, de vendas e administrativas quase duplicaram para 144,2 milhões de dólares.
Houve ainda uma perda de 30 cêntimos por ação na bolsa, uma quebra mais alta do que a esperada pelos analistas, de 19 cêntimos. Já o EBITDA ajustado aumentou 56,7% para 32,3 milhões de dólares, entre janeiro e setembro, acima dos 20,6 milhões do mesmo período de 2017. A Farfetch expandiu as ligações a marcas e lojas, ao oferecer produtos de luxo de mais de 1.000 clientes de 48 países.
Moschino, Victoria Beckham e Tory Burch são algumas das novas conquistas, com destaque também para a Harvey Nichols, a primeira department store parceira da plataforma de comércio eletrónico. Depois da sua «bem-sucedida» oferta pública inicial, a Farfetch está agora «bem capitalizada com mil milhões de euros em caixa no final do trimestre», afirma José Neves. A empresa está «na fase inicial do ciclo de investimento, enquanto constrói a sua posição para se tornar a principal plataforma de venda de artigos de moda de luxo e estima continuar a investir no crescimento futuro do negócio», conclui o CEO.
A marca portuguesa do grupo Sonae acaba de lançar um blog, batizado MOdays. Em comunicado, a MO revela que esta é «uma iniciativa que vem complementar e reforçar a sua presença online e provar, uma vez mais, a importância e o poder do digital». O blog é acessível através do site da marca (www.mo-online.com/blog) e irá contar com «conteúdos próprios da área da moda e sugestões flexíveis de mix&match que vão rentabilizar e maximizar as opções do guarda-roupa dos clientes», refere a marca.
Além disso, vai incluir conteúdos destinados à família, como sugestões de passeios em família por Portugal e receitas para fazer em conjunto com os filhos, entre outros. «Depois do lançamento da Stylist Virtual no Facebook da MO e da crescente aposta em ações com micro-influenciadores, este é um passo natural de uma marca que quer ser mais digital, ampliando as suas possibilidades de diálogo, interação e relacionamento com os seus seguidores e clientes, num mundo onde a conectividade é palavra de ordem», afirma Raquel Vasconcelos, diretora de marketing da MO. Para celebrar este lançamento, a marca vai lançar um passatempo no Facebook e promover ao longo deste mês, no Instagram, várias ações com influenciadoras parceiras.
De acordo com a última edição do estudo European Shopping Centre Development, publicado pela Cushman & Wakefield, a construção de novos centros comerciais na Europa começou a abrandar. Nos últimos 20 anos, uma média de 5,4 milhões de metros quadrados de novo espaço de centros comerciais foi construída todos os anos, mas a previsão anual para 2018 e 2019 é de 3,5 milhões de metros quadrados.
A publicação refere que a razão deste abrandamento se prende com a maturidade de vários mercados e também por um aumento das compras online, que fazem decrescer as necessidades de espaço. O relatório aponta ainda para as oportunidades de reabilitação de centros comerciais existentes, já que um terço dos centros comerciais na Europa tem mais de 20 anos. De acordo com o documento, em Portugal, a maturidade do mercado de centros comerciais também se tem revelado através de uma menor atividade na promoção de novos projetos.
No primeiro semestre de 2018 não foram inaugurados novos conjuntos comerciais no nosso país, e até ao final do ano prevê-se um aumento na nova oferta de 13.000 m2, resultante da expansão do centro comercial Oeiras Parque, da Mundicenter, e da inauguração de uma galeria comercial na Madeira, parte do Hotel Savoy. Os restantes projetos em pipeline correspondem à expansão de centros comerciais existentes, nomeadamente o NorteShopping e o Centro Colombo, da Sonae, e o Glicinias Plaza em Aveiro, do Grupo LBM.
A associação Humana Portugal recolheu mais de 287 toneladas de têxtil usado, entre janeiro e outubro deste ano, em território nacional. O registo equivale a aproximadamente 4,98 milhões de peças de roupa às quais a Humana deu uma segunda vida e que são reintroduzidas no mercado através da reutilização ou reciclagem. A organização nascida em 1998 explica, em comunicado, que a chegada do mau tempo e a mudança do guarda-roupa provocam um incremento nas doações por parte dos cidadãos. Só em outubro foram angariadas cerca de 287 toneladas de vestuário usado.

As peças de roupa provêm dos mais de 1000 contentores espalhados pelo país, onde qualquer cidadão pode depositar roupa, calçado, complementos e têxteis para a casa que já não utilizam. O serviço de recolha é gratuito.
A reutilização e a reciclagem de têxtil contribuem para a poupança de recursos, a proteção do meio ambiente e para a luta contra a mudança climática. As 2.410 toneladas de vestuário recolhidas no ano passado representam uma redução de cerca de 7.639 toneladas de dióxido de carbono na atmosfera. «À medida que aumenta a recolha seletiva do resíduo têxtil, crescem também as possibilidades de reutilizar essas peças ou de, pelo menos, recuperar as suas matérias-primas. O resíduo têxtil converte-se num recurso com uma segunda vida e, assim, contribuímos para a sustentabilidade ambiental. As peças das quais nos desfazemos convertem-se facilmente num motor de progresso em Portugal e gerador de fundos para a cooperação ao desenvolvimento em países como Guiné-Bissau e Moçambique», afirma Filipa Reis, promotora nacional da Humana Portugal.
No entanto, a responsável admite que «ainda há um grande caminho a percorrer». «Apenas se recupera 4,3% de todas as peças das quais os cidadãos portugueses se desfazem anualmente, o que significa que administrações, organizações e cidadania devemos redobrar os esforços para conseguir uma maior consciencialização sobre a importância de colocar as roupas usadas no contentor adequado para que possam ter uma segunda vida», explica.
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