Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Fashion Revolution lança Índice de Transparência da Moda Brasil 2021

Em meio a grandes debates sobre a crise climática no mundo, relatório brasileiro revela em que medida 50 das maiores marcas de moda do país divulgam publicamente suas políticas, práticas e resultados. Assim, o Fashion Revolution Brasil lançou a quarta edição do Índice de Transparência da Moda Brasil (ITMB), no dia 30 de novembro via transmissão online. O documento conta com o apoio da Abit.

O estudo revela em que nível 50 grandes marcas e varejistas do mercado brasileiro estão divulgando publicamente dados sobre suas políticas, práticas e impactos sociais e ambientais ao longo de toda a cadeia de valor. A análise abarca mais de 200 indicadores que cobrem tópicos relacionados a respostas à COVID, práticas de compra, salário justo para viver, igualdade de gênero e racial, circularidade, clima e biodiversidade, entre outros.

Dentre as empresas pesquisadas, a pontuação média foi de 18%. As maiores pontuadoras foram: C&A (70%), Malwee (66%), Renner (57%), Youcom (57%) e Adidas (53%).

Carry Somers, fundadora do Fashion Revolution Global, afirma que as principais marcas têm claramente a responsabilidade de corrigir questões de transparência. “Nós acreditamos nas mudanças pode ajudar a conservar um planeta vivo. A indústria da moda precisa tomar uma multiplicidade de soluções, sem transparência, a indústria sustentável e justa não é possível”, alerta.

Das 50 empresas analisadas no ITMB 2021, apenas 22% publicam metas com base científica relacionadas ao clima e nenhuma publica um compromisso mensurável para o desmatamento zero; 20% mostram uma estratégia mensurável para a gestão de materiais sustentáveis e 14% divulgam a referência utilizada para definir matéria-prima sustentável. Além disso, 20% anunciam a quantidade de fibras que usam anualmente e apenas 14% propagam o progresso na eliminação de químicos perigosos.

 Covid e a indústria da moda

A pandemia da COVID-19 gerou um grande impacto na vida dos trabalhadores da cadeia produtiva da moda, especialmente para pessoas em situação de maior vulnerabilidade. O ITMB 2021 revela que apenas 20% das marcas analisadas divulgaram a quantidade de funcionários que tiveram redução de salários ou foram demitidos e apenas 4% a quantidade de trabalhadores da cadeia de fornecimento que tiveram salários atrasados ou contratos suspensos.

O relatório revela ainda que 12% publicam a diferença salarial entre mulheres e homens dentro da empresa, e nenhuma divulga as diferenças salariais de seus funcionários, sob a perspectiva racial. É importante pontuar que transparência não significa sustentabilidade, mas uma importante ferramenta que joga luz ao longo de todas as etapas da cadeia de valor da indústria da moda – desde a extração da matéria-prima até o descarte.

Somente trazendo à tona os desafios e problemas sociais e ambientais presentes nos bastidores da indústria, será possível agir de forma eficaz em prol dos direitos humanos e da natureza.

“Gostamos de lembrar que a publicação não é um guia de compras. É apenas um documento para que as pessoas possam se informar e atualizar seu ativismo, cobrar marcas, entre outras ações. Até dez anos atras a lista de fornecedores não estariam abertas e o Brasil pontua levemente acima do nível global. Isso faz com que as marcas queiram divulgar mais esses resultados”., destacou Isabella Luglio, gerente do Índice de Transparência da Moda Brasil e coordenadora educacional do Fashion Revolution Brasil.

https://www.abit.org.br/noticias/fashion-revolution-lanca-indice-de...

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