Fibra à base de CO2, conhecida como fio do amanhã é criada por Ganni e Rubi

[Romildo de Paula Leite]

Alguns meses depois de anunciar um ambicioso programa de reciclagem para reutilizar 12 toneladas de resíduos de algodão por ano, a marca de moda dinamarquesa Ganni apresentou uma nova fibra de celulose na terça-feira, 27 de junho, no Global Fashion Summit em Copenhague. A nova fibra tem pegada de carbono negativa. Completamente inovadora, foi criada sem uso de água, através de um processo enzimático que “digere” o CO2.

Enquanto a Ganni gosta de apostar na ecologia em suas campanhas ao ar livre, a marca de luxo escandinava acessível fundada em 2009 por Nicolai e Ditte Reffstrup, que é certificada como B Corp desde setembro do ano passado, tem um profundo compromisso com o meio ambiente, pois oferece produtos mais responsáveis moda e quer reduzir suas emissões de carbono em 50% até 2027.

Um novo material inovador

Como parte de seu projeto “Fábrica of the Future” (Tecidos do Futuro), a Ganni acaba de revelar as primeiras amostras de um fio criado artificialmente, totalmente anidro e neutro em recursos, contendo 20% de CO2.

Para criar essa fibra do futuro, fabricada pelo processo de fotossíntese, a Ganni fez uma parceria com a empresa Rubi, da Califórnia, que desenvolve uma tecnologia de sequestro de carbono com patente pendente.

Esta empresa bioquímica, pioneira na reutilização de emissões de carbono em têxteis, foi fundada em 2020 pelas irmãs Neeka e Leila Mashouf. Em março, Rubi levantou 8,7 milhões de dólares (7,9 milhões de euros) e agora está trabalhando com Ganni, Reformation, H&M, Patagonia e Nuuly em seu projeto piloto.

“Inovações em tecidos, como a de Rubi, terão um papel crucial na descarbonização da moda, mas para isso as marcas devem ousar apostar, arriscar e investir nessas inovações”, disse Nicolaj Reffstrup, cofundador da Ganni.

Numa altura em que a pegada ecológica da indústria da moda e vestuário é denunciada diariamente como uma das mais poluentes do mundo, este novo e, de certa forma, revolucionário material permite-nos imaginar um futuro com menos impacto para o setor.

Fonte: Redação | Foto: Divulgação.

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