Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Fibra da bananeira gera renda no Litoral Norte de Alagoas

Artesãos transformam a fibra de bananeira em peças variadas

Transformar materiais simples em belas peças é uma prática constante no Litoral Norte de Alagoas, onde artesãos utilizam a fibra de bananeira na produção de objetos variados, usados na decoração e no vestuário. A atividade foi destaque da última capacitação realizada pela Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande), através da coordenação do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB) em Alagoas, em Maragogi.

A arte de transformar a fibra da bananeira em peças de decoração e vestuário está presente em diversas comunidades da região da Costa dos Corais. Nelas, grupos de artesãos têm conseguido agregar valor ao cultivo da banana, utilizando a palha como matéria-prima para trançados, numa forma criativa de variação do Filé (que tradicionalmente utiliza linha e lã), um dos principais produtos artesanais de Alagoas.

Segundo a coordenadora do PAB em Alagoas, Sônia Normande, esta forma de artesanato ajuda o pequeno produtor, servindo como mais uma fonte de renda nos assentamentos da região. “Esse tipo de artesanato vem se tornando um rendimento complementar, sobretudo para as mulheres, que ganham também em autoestima e poder decisório dentro das respectivas famílias”, ressaltou.

De acordo com a gerente de Design e Artesanato da Seplande, Aparecida Nunes, a técnica artesanal vem sendo utilizada na confecção de bolsas, almofadas, caminhos de mesa, painéis decorativos, dentre outros produtos. “Estamos trabalhado para dar ao produto final uma melhor qualidade e oferecer um design variado ao mercado”, disse.

PAB Itinerante

Com o objetivo de fomentar a atividade artesanal em Alagoas, a Seplande promoveu entre os dias 29 e 31 de agosto, em Maragogi, mais uma capacitação voltada para associações e artesãos locais. A ação foi realizada pela coordenação do PAB em Alagoas e facilitada pelo consultor em design Bartolomeu Malta.

Durante a capacitação, os participantes tiveram contato com temas como a identidade cultural, o atendimento ao cliente, embalagens e cartões de visitas, formação de preços e qualidade do acabamento dos produtos. Para a artesã do assentamento Junco, Quitéria Gomes, o evento foi especial, pois possibilitou a interação e com isso um maior envolvimento entre os artesãos, que passam a ser protagonistas do seu trabalho. “São eventos como este, que dão voz aos artesãos, que elevam a produção desta atividade”, afirmou.

No evento, os artesãos tiveram a oportunidade de expor, de forma criativa e dinâmica, seus pensamentos e experiências sobre a produção do artesanato na região. Para a coordenadora Sônia Normande, a forma como se deu esta capacitação deixou a região bem mais articulada e voltada para o aprimoramento das atividades. “Tivemos um envolvimento efetivo dos participantes e dos órgãos que nos ajudaram a articular o evento”, contou.

Novas técnicas

A coordenação do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB) em Alagoas encontrou, na capacitação, novos produtos e técnicas utilizadas pelos artesãos da região. Dentre as novas modalidades está a criação da renda “frivolité”, que utiliza uma técnica que faz aplique com nós, usando linha de crochê.

Segundo a gerente de Design e Artesanato, Aparecida Nunes, foi a primeira vez que a técnica aparece em trabalhos de artesanato feitos no Estado. “O que a gente encontrava aqui era produto feito em outros locais. Agora já podemos encontrar roupas, bolsas e acessórios criados com essa técnica aplicada aqui mesmo em Alagoas”, destacou.

No treinamento, a equipe também encontrou artesãos de bijuterias de fibras vegetais, e vassouras feitas de garrafas pet. Além das novidades, a capacitação também entrou em contato com produtores tradicionais de bordados, rendas e Filé.

Registros

O evento, ocorrido em Maragogi, auxiliou no cadastramento e recadastramento dos artesãos vinculados ao PAB. “Aproveitamos a mobilização para facilitar o acesso dos artesãos aos benefícios do Programa, não havendo assim, necessidade de locomoção à capital”, ressaltou a coordenadora.

Na ocasião, foram contabilizados 51 participantes, que serão contemplados com projetos, outras capacitações e todas as vantagens cedidas pelo PAB. O projeto de cadastro e recadastro dos artesãos é realizado diariamente na sede da Seplande, unidade Jaraguá, mas, segundo a coordenadora do PAB, Sônia Normande, a ação se desloca aos municípios atendendo às solicitações e necessidades dos mesmos.

Números

O que aconteceu durante a capacitação no Litoral Norte é apenas um reflexo do que o setor vem representando para a economia do Estado e do país. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o artesanato movimenta cerca de R$ 30 bilhões por ano no Brasil, ou seja, 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Em Alagoas, a Seplande estima uma população de 8 mil artesãos, em todas as regiões do Estado. O PAB já cadastrou mais de 3.500 pessoas envolvidas na atividade. “Todos recebem uma carteira de identidade profissional fornecida pela Secretaria, que concede uma série de benefícios e abre portas para esses empreendedores do artesanato”, destacou Sônia

Normande.

Fonte:|http://aquiacontece.com.br/noticia/2011/09/10/fibra-da-bananeira-ge...

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