Em ação destacando a igualdade de gênero, desfile de Amir Slama trouxe frases de empoderamento como ‘minha saia não é um convite’ e ‘me visto como eu quiser’ escritas nos corpos de modelos
Na última quinta (16), o estilista Amir Slama mandou uma mensagem poderosa contra o assédio sofrido diariamente por mulheres durante o desfile da sua coleção de Inverno 2017 na São Paulo Fashion Week.
Frases de conscientização e empoderamento feminino como “Decote não é convite”, “Minha saia não é permissão”, “Me visto como eu quiser” e “Perna de fora não é provocação” foram aplicadas em diversas partes dos corpos das modelos com uma tinta especial invisível, mas que só podiam ser visualizadas em fotografias tiradas com flash, mostrando que a culpabilização da vítima ainda é invisível para muitas pessoas. A ação foi ativada no evento pela hashtag #decotenaoeconvite.
A ação é parte do projeto Sexismo Invisível, desenvolvido pelo Estadão em parceria com a agência de publicidade FCB Brasil, com objetivo de promover o debate sobre o assédio nem sempre explícito (mas muito comum) enfrentado pelas mulheres.
A intenção é convidar homens e mulheres para uma reflexão sobre o assédio sexual: “Encontramos uma nova forma de chamar a atenção para uma questão que deveria ser óbvia: a liberdade das mulheres de se vestirem como quiserem, sem que isso seja interpretado de forma diferente pelos homens”, explica Marcelo Moraes, Diretor de Marketing do Grupo Estado. “Quem determina o que está na moda é o consumidor. E a moda ajuda a mulher a se expressar e a se colocar”, diz Amir Slama. “Muitos homens ainda encaram como uma provocação o fato de as mulheres quererem usar roupas curtas ou decotadas. Isso é um absurdo”, ressalta o estilista.
Uma das frases do projeto apareceu no corpo de Marcela Thomé, modelo transgênero que estreou na semana de desfiles nesta temporada. “A SPFW sempre apoiou causas relevantes para a sociedade. E a valorização, o respeito e o empoderamento da mulher são relevantes para o evento”, afirma Paulo Borges, idealizador do SPFW.
A ideia do projeto surgiu com o debate sobre o papel da moda e o limite entre o elogio e o assédio. “A intenção do nosso trabalho para o Estado é colocar uma nova luz sobre essas questões graves, mas cotidianas, surpreendendo as pessoas através do uso de diferentes tecnologias”, diz Fabio Simões, diretor executivo de criação da FCB. Segundo Simões, a SPFW, palco da moda brasileira, era o lugar ideal para refletir sobre a questão. Na moda, o tema vem sendo debatido e tratado com respeito por ativistas. “Temos o poder de incitar conversas que podem transformar opiniões que parecem estar consolidadas”, afirma a diretora de Redação da Elle Brasil, Susana Barbosa.
“Tem se falado muito em feminismo, é uma discussão muito pertinente. O assédio é o mais grave e é muito velado. Por isso, campanhas assim são muito importantes”, diz Marina Caruso, diretora de Redação da Marie Claire.
“Não existe evento mais relevante que a SPFW para levantarmos a questão da igualdade de gênero e o fato de que a roupa não é convite para violência”, diz Joanna Monteiro, Chief Creative Officer da FCB. “A tinta não é visível a olho nu, assim como o preconceito e a violência contra mulher, que nem sempre são evidentes”, completa.
Com informações do Estadão, Estilo Abril e AdNews
Digital Marketer por profissão, empreendedora por paixão e autora por diversão, atualmente se divide entre Suécia e Dinamarca após ter morado na China e Brasil. É co-fundadora do Trocaria e carrega a missão de conscientizar e inspirar acerca de uma moda mais sustentável e colaborativa.
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