Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

As tensões comerciais e a escalada das taxas sobre os produtos chineses irão conduzir a uma retirada da produção da China por parte do grupo que detém as licenças das marcas Calvin Klein e Tommy Hilfiger.

Calvin Klein

A produtora de vestuário e acessórios está a tomar medidas para diminuir o impacto da atual guerra comercial entre os EUA e a China, incluindo a redução da sua produção na China, noticia o just-style.com. O objetivo foi divulgado aquando da revelação dos resultados do primeiro trimestre do presente ano fiscal.

No período terminado a 30 de abril, o G-III Apparel Group registou uma subida anual de 3,6% nas vendas líquidas para 633,6 milhões de dólares (cerca de 564 milhões de euros). O grupo norte-americano evidenciou ainda, no primeiro trimestre, um lucro líquido de 12 milhões de dólares, comparados com os 9,9 milhões de dólares do ano anterior.

O G-III Apparel Group possui as licenças de marcas como Tommy Hilfiger, Levi’s e Calvin Klein. Além disso, assinou recentemente um acordo de licenciamento com a PVH Corp, para produzir e distribuir as coleções femininas da Calvin Klein Jeans nos EUA e no Canadá.

Sendo um grupo cuja produção tem lugar na China, o negócio com o grupo PVH Corp deverá compensar a pressão das taxas que o governo norte-americano irá implementar sobre produtos chineses na ordem dos 300 mil milhões de dólares. Em 2017, o G-III Apparel Group gerou cerca de 88% das suas receitas nos EUA e adquiriu cerca de 65% do seu inventário na China.

Diversificar destinos de aprovisionamento

Segundo o CEO Morris Goldfarb, o G-III Apparel Group estima que o incremento de 15% nas taxas alfandegárias aumente as despesas em cerca de 6 milhões de dólares no restante ano fiscal. Um valor que foi incluído nas suas estimativas anuais. Contudo, Goldfarb avisa que os aumentos dos preços serão sentidos pelos seus clientes e pelo consumidor final.


Morris Goldfarb

«Temos tentado diversificar a nossa rede de aprovisionamento, tentando retirar alguma da produção da China. Também fomos bem-sucedidos na tentativa de obter concessões de preço por parte dos nossos fornecedores chineses», revela Morris Goldfarb. O CEO garante que tem dialogado com fornecedores e clientes e admite que «possa haver, provavelmente, perturbações a curto prazo. Todas as partes estão dispostas a partilhar o aumento dos preços. Acreditamos que o nosso consumidor, que está a comprar em department stores, aprecia as marcas mais desejas e está disposto a pagar mais pelos nossos produtos. Estes aumentos de preços serão suportados pelo facto de termos as melhores marcas mundiais, produtos de qualidade, um posicionamento excelente das lojas do ponto de vista imobiliário e o nosso preço é sempre melhor do que o dos nossos concorrentes».

Olhando para o futuro, Morris Goldfarb reconhece «a necessidade de diminuir ainda mais a produção na China, para um nível no qual seja possível manter a consistência no que toca à alta qualidade que desenvolvemos com os nossos fornecedores ao longo dos últimos anos». No entanto, admite que reposicionar a produção, para outras empresas e países, não poderá ser feito a custo da qualidade dos produtos, garantindo que o grupo se preocupa que, ao retirar totalmente a produção da China para evitar taxas, tal poderia acontecer.

«Não estamos a escolher os fornecedores ou os países apenas com base nas vantagens de não pagar taxas. Temos um ótimo produto. Trabalhamos muito para desenvolver estas relações. Não é assim tão fácil abdicarmos delas. Num mundo perfeito, estas tarifas não existiriam – mas se existirem e se se tornarem uma realidade, garanto que vamos encontrar uma solução. Não vamos esquecer 40 anos de trabalho e de qualidade do produto para entrar em territórios virgens e arriscarmos a nossa empresa. Nesse sentido, poderá haver algumas perdas, a curto prazo, nas margens, mas acreditamos que esta é a melhor solução para nós», garante.

Susan Anderson, analista na B Riley, afirma que as taxas alfandegárias sobre os produtos chineses irão impactar em cerca de 7% as vendas do grupo e elogia a forma como este encara a situação. «A administração está a utilizar ferramentas para diminuir os custos, incluindo retirar a produção da China, procurar concessões por parte dos fornecedores e aumentar seletivamente os preços. Acreditamos que o grupo está a ser muito metódico no seu plano com vista a diversificar fornecedores e está focado em parcerias que possam garantir a mesma segurança e qualidade», explica.


https://www.portugaltextil.com/g-iii-apparel-prepara-saida-da-china/

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