Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Grandes redes varejistas vão abrir centenas de lojas neste ano

Depois de o varejo ter fechado milhares de lojas físicas nos últimos dois anos, as grandes redes varejistas retomaram seus planos de expansão. Lojas Americanas, Magazine Luiza, Riachuelo e Renner, por exemplo, já abriram 84 novas lojas neste ano e pretendem encerrar o ano com algo em torno de 332 novas operações. Trata-se de um movimento para aproveitar as melhores condições dos pontos de venda e as perspectivas de retomada do consumo e, ao mesmo tempo, lançar no mercado novos conceitos de lojas, como unidades menores e mais tecnológicas.

No auge da crise, entre 2015 e 2016, quando o comércio varejista fechou cerca de 200 mil lojas e encerrou 360 mil vagas de trabalho, as grandes redes varejistas aproveitaram o momento para rever suas estratégias de venda. Elas fecharam lojas ineficientes, planejaram a remodelagem ou a reforma das lojas que estavam com propostas inadequadas e criaram novos conceitos de pontos de venda.

“As grandes redes varejistas não foram pegas de surpresa com essa crise. Tudo o que elas fizeram – essa adequação dos modelos de lojas, mudanças no processo de gestão – foi estratégico”, afirma Ana Vecchi, sócia-diretora da consultoria Vecchi Ancona. “Elas aproveitaram a crise para se reinventar e reposicionar suas marcas na visão do consumidor”, completa a especialista em varejo.

Retomada

Agora, com novas estratégias para seus pontos de venda e impulsionadas pelas perspectivas de melhora do consumo e também pelas oportunidades de conseguir pontos de venda com bom custo-benefício, elas retomam seus planos de expansão. É esperado até o fim de ano a abertura de centenas de lojas das principais redes de varejo em atuação no país.

As Lojas Americanas planejam abrir até 200 lojas em 2017. A rede inaugurou 34 unidades no primeiro semestre e tem outras 160 lojas programadas para serem abertas até dezembro. Destas, 51 estão em fase de construção, 45 têm contrato celebrado e 64 estão em estágio avançado de negociação. A companhia encerrou o mês de junho com 1.145 lojas em operação no país.

“Acreditamos que, no momento, existe a possibilidade do nosso varejo físico estar presente em um número muito maior de cidades, além das 450 cidades nas quais temos lojas atualmente”, afirmou a companhia em relatório de divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2017.

Além dos estabelecimentos convencionais, as Lojas Americanas planejam abrir dez lojas de conveniência neste ano. O formato possui uma metragem menor do que as lojas tradicionais e o mix de produtos conta com mais opções voltadas para a alimentação rápida, como sanduíches, salgados, alimentos pré-preparados e congelados e bebidas. Já há uma loja nesse formato em funcionamento no Rio de Janeiro.

Boas oportunidades de imóveis

A Renner também é outra companhia com planos ambiciosos de expansão. O grupo pretender abrir, no mínimo, 70 lojas neste ano, entre as bandeiras Renner Camicado, YouCOM. No primeiro semestre, foram abertas 31 unidades, sendo dez Renner, dez Camicado e 11 da YouCOM.

Segundo José Galló, presidente da Renner, as boas oportunidades em negociações de imóveis (espaços atrativos e contratos de aluguel competitivos) e o resultado positivo da varejista no segundo trimestre motivaram a expansão do grupo. O lucro da Renner cresceu 10,7% no segundo trimestre de 2017 e chegou a R$ 193 milhões.

“Você tem lojas especializadas que estão reduzindo negócios, fechando lojas, e com isso aparece uma oportunidade tanto para YouCOM quanto para Camicado. Então, com boas condições, vamos aproveitar e acelerar o ritmo de abertura de lojas”, afirmou Galló em conferência com investidores.

“E a mesma situação acontece com relação à Renner. Há shoppings expandindo e existem novos shoppings sendo construídos que precisam de âncoras, então estamos aproveitando essas oportunidades”, completa o presidente da Renner. De acordo com Galló, existem cerca de 70 shoppings nas regiões Sul e Sudeste onde a Renner não está. O grupo fechou o primeiro semestre do ano com 473 lojas.

E-commerce precisa de lojas físicas

Abrir mais lojas também faz parte da estratégia do Magazine Luiza. A rede tem intenção de abrir cerca de 50 lojas até o fim do ano, com foco em pontos de venda de baixo aluguel e baixo capital empregado. No primeiro semestre, foram inauguradas 16 unidades, entre os formatos convencionais e as lojas virtuais, que não possuem produtos em exposição, com exceção dos celulares, e toda a experiência de compra é feita através de tablets e telas touchscreen.

Magazine Luiza e Via Varejo apostam em lojas físicas sem produtos

Além da perspectiva de melhora da economia e das boas oportunidades em ponto de venda, o Magazine Luiza vai voltar a abrir lojas físicas para impulsionar o seu e-commerce. ” A gente acredita muito no modelo multicanal e a loja é um ponto importantíssimo de contato com o nosso consumidor e de respaldo do crescimento do site, sendo uma opção importante para o “Retire na Loja” do e-commerce”, afirmou Frederico Trajano, durante conferência com investidores.

Ele também explicou que, enquanto o Brasil tem 5 mil municípios, o Magazine Luiza está presente somente em pouco mais de 600. “Nós vamos abrir [lojas] em todas as regiões, sempre no conceito de lojas bem enxutas, com custos operacionais baixos e totalmente digitais.”

Remodelagem dos pontos de venda

Até quem não pretende abrir muitas lojas tem investido na remodelagem de seus pontos de venda e na criação de novos modelos. É o caso, por exemplo, da Riachuelo. A empresa passou recentemente por um reposicionamento de marca, em que reformou grande parte de suas lojas e fechou contrato com estilistas de grife para atrair o público de maior poder aquisitivo.

Agora, o grupo foca em voltar a abrir lojas, já no novo formato da rede, para aproveitar as melhoras nos índices econômicos. A Riachuelo inaugurou três lojas no primeiro semestre e a previsão é encerrar o ano com 12 novas unidades.

“No ano passado, a companhia reduziu o ritmo de abertura de lojas para preservar o caixa. Hoje, diante de sinais realmente muito eloquentes de retomada da demanda, de redução do desemprego, de queda da inflação, a companhia tem novo estímulo para retomar os investimentos”, afirmou Flávio Rocha, presidente da companhia, na divulgação dos resultados do segundo trimestre do Grupo Guararapes.

Já a Via Varejo, dona da Casas Bahia e do Ponto Frio, está passando por um processo de remodelagem das suas lojas. A rede vai dedicar o ano de 2017 para implantar a sua estratégia de lojas premium – mais sofisticadas, normalmente instaladas em shoppings centers, e destinadas ao público de maior poder aquisitivo.

A empresa pretende abrir cerca de 50 lojas premium até o fim deste ano, saltado das atuais 51 unidades para algo em torno de 100 pontos de venda. Muitas da lojas premium são lojas convencionais antigas que são reformadas.

Outra estratégia que a rede vai implementar neste ano é a de novos formatos. O grupo pretende abrir oito lojas smart, com metragem menor e foco em produtos com maior rotatividade, e uma loja virtual, sem produtos em exposição e com todo o processo de compra sendo feito virtualmente, com o auxílio de um vendedor.

Loja física se reinventa

“Hoje, há um movimento grande de tornar as lojas físicas um ponto de relacionamento com o consumidor. As lojas físicas não venderão somente produtos, serão um elo de ligação com o público”, projeta Marcos Hirai, sócio-diretor da consultoria especializada em varejo GS&BGH. “A loja física não acaba, ela se reinventa. No final, o consumidor acaba sendo agraciado com essa melhora no ambiente físico”, completa o especialista.

Fonte: Gazeta do Povo

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Respostas a este tópico

Creio ser importantíssimo que as Lojas Americanas mudem seu conceito de vendas para atender ao publico B e C, pois na forma que hoje estão, as lojas estão horríveis, ainda mais que pararam de alugar fitas de video. Não dá vontade de entrar na loja, virou lugar de salgadinhos baratos, lojas de $1,99,pelo menos as que conheço e frequento na zona sul de São Paulo.

   “Hoje, há um movimento grande de tornar as lojas físicas um ponto de relacionamento com o consumidor. As lojas físicas não venderão somente produtos, serão um elo de ligação com o público”.

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