A Iguatemi Empresa de Shopping Centers informou ontem a saída de lojistas de marcas internacionais do JK Iguatemi, empreendimento controlado pelo grupo em São Paulo. Entre essas marcas estão a americana Kate Spade, a inglesa TopMan e a francesa Lanvin. Varejistas decidiram deixar o país – fechando suas lojas, incluindo as unidades do JK – por razões como mudanças na política de distribuição mundial, caso da Kate Spade, e necessidade de revisão de projetos e redução de despesas, caso da Topman, apurou o Valor.
Isso ajudou a pressionar a atual taxa de vacância da Iguatemi, mas o comando ressaltou que há “fila de marcas” interessadas em operar no JK Iguatemi. “O JK já entrou no seu terceiro ano de operação e saídas de marcas é algo natural nessa altura, quando você começar a ver rotatividade, ainda mais com mudança de dólar. Tem gente que quer deixar o Brasil, mas também tem fila de gente querendo entrar”, diz Carlos Jereissati Filho, presidente da empresa, em teleconferência com analistas ontem.
Além deste empreendimento, a companhia verificou aumento na vacância (volume de pontos desocupados) no shopping Galleria, em Campinas (SP), Iguatemi Florianópolis e Iguatemi Esplanada, em Sorocaba (SP). A taxa de ocupação do grupo foi de 94,1% no terceiro trimestre, um ponto abaixo do mesmo período de 2014. Em 2013, estava em 96,7%. A companhia esclarece que nesta taxa não está incluída a ocupação de lojas temporárias ou ‘pop up’.
“Têm ocorrido ajustes no mix que são benéficos no médio e longo prazo. As movimentações acontecem, é natural. Quando está indo tudo bem, ninguém sai do lugar e quando a maré piora, remanejamento é mais frequente”, disse Cristina Betts, diretora de relações com investidores.
De acordo com dados publicados pela companhia, a receita bruta do JK apresentou uma queda de 0,4% no terceiro trimestre em função de uma maior vacância, “principalmente decorrente da saída de alguns varejistas internacionais do Brasil, como Kate Spade e TopMan), e de uma queda nas receitas de locações temporárias”.
A Iguatemi ainda informou o adiamento na abertura de outlets, em acordo com lojistas, por causa da desaceleração de investimentos dos varejistas. O adiamento afeta o Fashion Outlet Santa Catarina, Fashion Outlet Paraná e Fashion Outlet Nova Lima. “Há lojistas que querem passar pelo primeiro trimestre [de 2016] sem fazer investimentos, que preferem esperar esse período e então adiamos alguns investimentos para o segundo semestre, para um momento mais positivo.”
O grupo apurou alta de 7,9% na receita líquida, para R$ 159,6 milhões de julho a setembro. O lucro líquido foi de R$ 58,4 milhões, recuo de 12,9%. As vendas na mesma área registrada no ano passado avançaram 4,7%, e as vendas das “mesmas lojas” (em operação há mais de 12 meses), 4,6%. Lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, da sigla em inglês) subiu 19,8%.
A empresa informou que não deve atingir previsão de alta de 12% a 15% na receita líquida em 2015. O índice deve ficar um pouco abaixo dos 12%, reflexo em grande parte do adiamento da expansão do Iguatemi Porto Alegre, prevista para setembro de 2015. A abertura ficou para 2016. A estimativa de margem Ebitda deve ficar entre 76% e 79% em 2015, como projetado.
Fonte: Valor Econômico
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