Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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A Acquastudio fez um resgate do requinte da alta-costura: seda natural

Pelo andar das passarelas, o inverno promete ser das fibras naturais: algodões, lãs, sedas e linhos.

Essa tendência contaminou, por exemplo, a Cantão, que lançou a coleção "Avesso" que propõe, como o nome sugere, uma inversão de lados - e o que está por dentro é o que importa. Para tanto, a coleção recorre a tecidos naturais como o tricô de linho, a malha de algodão, o tweed de lã e a seda artesanal - fornecida pela empresa Casulo Feliz.

"Trata-se de uma coleção que fala do conforto, do casulo, da proteção. E os tecidos naturais são luxuosos por si só", diz a estilista Lanza Mazza, da Cantão - uma das 24 grifes que estão mostrando coleções de inverno até sábado, no Rio. Apesar de flertar com o tecnológico, é nas fibras naturais que a marca encontra seu eixo.

A coleção da Acquastudio fez um resgate do requinte da alta-costura, onde as fibras naturais, principalmente a seda, reinam absolutas. As peças, feitas de renda, lã e organza de seda vieram bordados de linha artesanais e trabalho com fitas de cetim.

Com um estilo diferente, mas com intenção parecida, o estilista Melk Z-Da mostrou uma coleção inspirada em bonecos de barros. Para tanto, escolheu trabalhar com o algodão natural resinado, os tricôs de seda artesanais e com aplicações de pérolas feitas de argila natural pela artista plástica e artesã Rosário Carvalho.

A marca TNG mostrou uma coleção de jeans feitos a partir de sobras de denim e fios de garrafa PET reciclados. "Além de ser feito com fibras recicladas, esse jeans elimina o processo de tingimento, ou seja, sua produção é menos poluente", diz Tito Bessa Júnior, proprietário da TNG. Os tecidos reutilizados compõem 15% da coleção, mas a ideia é aumentar esse volume. O tecido, feito com sobras de panos e fios PET é um pouco mais caro que o tradicional. "O problema é que o tecido não comporta variações de lavagens", diz Bessa. E no mercado de jeans, o processo de lavanderia é a alma do negócio.

Mas para ser "natural" os estilistas estão tendo de driblar os aumentos do ano de 2011. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o algodão foi o campeão na escalada de preços, com média anual de 60% de aumento. A seda subiu 36% e o linho, 22%. Somente a lã manteve-se estável. Nas recentes coleções de verão, o impacto médio no custo da confecção havia sido de 30%, principalmente por conta do algodão. Os empresários do setor não arriscam a falar em novos aumentos, sobretudo diante dos resultados divulgados pela Abit: uma queda de quase 10% no faturamento do setor têxtil e de confecção em 2011.

Nos primeiros meses de 2011, a perspectiva de que poderia faltar algodão no mundo fez as cotações internacionais (e internas) dessa commodity dispararem. Os preços chegaram a dobrar e atingir R$ 4 a libra-peso no Brasil, em março do ano passado. Essas cotações recordes provocaram nos meses seguintes uma forte queda de consumo pela indústria têxtil global e no Brasil.

A crise na Europa e nos Estados Unidos também inibiram a demanda por algodão e os preços arrefeceram. Ao final de 2011, as cotações já tinham caído mais da metade do pico de preço de março e fecharam o ano próximas de R$ 1,60 a libra-peso, patamar que prossegue em janeiro deste ano e que vem estimulando a retomada do interesse pela fibra.

O Fashion Rio termina no sábado no Píer Mauá, região central do Rio de Janeiro. (Colaborou Fabiana Batista, de São Paulo)

Fonte:|http://www.valor.com.br/empresas/1192160/grifes-investem-em-fibras-...

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Lembramos que em 2007 a FAO/ONU determinou que 2009 seria o ANO das FIBRAS NATURAIS.
A ABTT imediatamente abraçou a idéia e em 2009 seu Congresso Nacional em São Paulo foi dedicado às FIBRAS NATURAIS. Inúmeras empresas e entidades estiveram presentes.
No último trimestre de 2011 ocorreu um Seminário Internacional em Salvador-BA, sobre as FIBRAS NATURAIS, também com a participação da ABTT pelo seu Presidente Reinaldo Rozzatti.

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