Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Guararapes É Vista Como Opção Descontada Em Setor Supervalorizado

Há quem não resista a uma liquidação. Entra na loja e compra, mas esquece que geralmente há motivos para haver um preço menor. Quando o 'produto' é uma ação e a prateleira, a bolsa de valores, a compra deve ser ainda mais bem pensada. Antes de decidir, o ideal é avaliar se os motivos que geram os descontos estão de acordo com seus objetivos e o perfil.

Entre as companhias do setor de varejo de vestuário, a dona da rede Riachuelo estampa o preço mais baixo. O múltiplo preço/lucro (P/L) da ação ordinária (ON, com voto) da Guararapes para 2013 está em 11 vezes. O P/L das concorrentes Hering e Renner está em 15 vezes, segundo Frederico Oliveira de Castro, analista financeiro da gestora Perfin Investimentos, que investe na companhia. "A empresa tem múltiplos mais baixos em razão da baixa liquidez e a preocupação com a governança", afirma Castro.

A preocupação, compartilhada pela equipe de análise da Raymond James, se justifica pelo fato de a companhia não participar do Novo Mercado, segmento mais alto de governança corporativa da BM&FBovespa que admite apenas as ações ordinárias. "É a única varejista de vestuário que não está listada no Novo Mercado", escrevem os analistas da Raymond James em relatório. Flávio Rocha, vice-presidente do grupo e filho do fundador Nevaldo Rocha, já falou publicamente sobre o assunto. Conforme reportagem do Valor de outubro de 2011, ele disse que a companhia vinha evoluindo em práticas de governança, mas admitiu, na época: "O Novo Mercado é incompatível com o estilo do nosso fundador".

Castro, da Perfin, e Cristiane Fensterseifer, da Geração Futuro, argumentam que a companhia possui pequenos tesouros que ainda não foram embutidos no preço da ação. Um deles é o Midway Mall, o shopping center com 65,7 mil metros quadrados de área bruta locável na cidade de Natal (RN). "É um ativo com pouca visibilidade, o que o deixa mal precificado", diz Cristiane. Outro ativo escondido no balanço, segundo a analista, é o braço financeiro da companhia. A área responde por 50% do Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização).

Para os analistas, a estrutura verticalizada do grupo e a expansão dos centros de distribuição também são um ponto a favor da companhia. Além de conseguir produzir rapidamente as novas tendências de moda, no verdadeiro estilo "fast fashion", as fábricas da Guararapes passaram a obedecer a um modelo de integração com as lojas e com os centros de distribuição. "Em vez de a fábrica produzir e mandar a loja vender, as lojas orientam a produção", diz Castro. A mudança, somada à redução dos estoques nas lojas graças à melhor logística entre a fábrica e os centros de distribuição, contribuiu para a redução das superpromoções para desovar as mercadorias antigas nas trocas de coleção.

Para o segundo semestre, a expectativa é de crescimento nas vendas, inclusive no indicador que desconsidera a receita nas novas lojas. No primeiro trimestre, o indicador "vendas em mesmas lojas" surpreendeu. O aumento de 6,5% foi maior que os dos concorrentes (4,8% na Renner, 4% na Hering e 2% na Marisa) na comparação com igual período do ano anterior. Esse ritmo deve se repetir nos próximos meses. Quanto à expansão, há uma previsão de 30 novos endereços no ano e de um novo formato de loja. Serão filiais menores e especializadas em moda feminina. "É um formato que oferecerá maior lucratividade e a possibilidade de chegar a lugares que não comportam as lojas tradicionais", diz Castro.


Fonte:|http://www.valor.com.br/financas/2744978/guararapes-e-vista-como-op...

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