Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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H&M, Ikea, Bershka e outras gigantes internacionais que desistiram do Brasil

Entenda o porquê marcas mundialmente famosas não se arriscam a entrar no mercado brasileiro.

Por: Sofia Jorge

Com a Europa e os EUA em crise, faz sentido pensar que multinacionais estejam interessadas em investir em países com mercado girando e economia um pouco mais estável como o Brasil, certo? Certo. As gigantes Ikea, H&M e Bershka realmente demonstraram interesse em abrir lojas por aqui, mas desistiram logo depois por diversos motivos. Entenda.

Exterior Of Ikea Canada Etobicoke Store

Estudando o mercado brasileiro desde 2009, Ikea anunciou recentemente que desistiu de abrir lojas no país. (Foto: Getty Images)

A rede sueca Ikea, especializada na venda de móveis domésticos de baixo custo, montou um escritório no país em 2009 e depois de muito estudar as logísticas e burocracias envolvidas no processo de abertura de uma loja por aqui, anunciou recentemente que não possui mais interesses no mercado brasileiro. O motivo principal seria a falta de fornecedores que atendam essa produção barata e em larga escala que a loja propõe. Por causa dos problemas de logística e impostos nas alturas que temos no Brasil em cima de produtos importados, a empresa não teria outra opção se não fabricar aqui.

Inside Ikea Store As The Company Opened First Store In Tokyo

Para fugir do imposto de importação, Ikea teria que encontrar fornecedores capacitados e começar a produzir suas peças no Brasil. (Foto: Getty Images)

A gigante H&M, também de origem sueca, já tentou mais de uma vez entrar no nosso país. Em sua primeira tentativa, em 2013, a marca chegou a prometer uma loja de rua na Avenida Paulista, mas também desistiu por causa dos pesados impostos de importação. Segundo dados do banco BTG Pactual, quando trazidas ao Brasil, roupas como as que a loja vende chegam a superar em 21,5% em dólares os preços de peças similares nos EUA.

"Fashion Star" Winner Appears At H&M Flagship Store

A marca H&M não queria que suas peças chegassem ao Brasil com preços de lojas de grife. (Foto: Getty Images)

O que significa que a rede, conhecida por seus preços super baratos lá fora, atenderia somente as classes A e B por aqui. De acordo com seus diretores, a H&M não estaria interessada em ser considerada loja de grife em apenas um dos 41 países onde ela está atualmente presente.

H&M Showroom Studio SS15 - Mercedes-Benz Fashion Days Zurich 2014

Além do imposto de importação, ainda são somadas taxas como IPI, PIS, Cofins e ICMS. (Foto: Getty Images)

Mesmo assim, a marca voltou a estudar o nosso mercado neste ano, porém novamente não encontrou um futuro promissor e tirou o país da rota. Segundo fontes não oficiais, desta vez a desistência teria sido devido aos altos custos de instalação e a grande competitividade com outras marcas do ramo, como C&A, Renner, Riachuelo e até mesmo as internacionais Topshop, Forever 21 (recentemente inaugurada no país) e Zara.

Zara Sydney Store Opening

Não foi nada fácil ou barato para a marca trazer seus produtos ao mercado brasileiro. (Foto: Getty Images)

Falando em Zara, a própria marca espanhola, que já possui 42 lojas espalhadas pelo Brasil, sofreu muito ao tentar entrar aqui em 2000. Inicialmente, a intenção da empresa, pertencente ao Grupo Inditex, era a de enviar suas roupas para cá em aviões, mas acabou se assustando com os nossos custos e problemas logísticos de importação e optou por montar um centro de distribuição em São Paulo. Com o tempo, nosso mercado também abriu espaço para a Zara Home, que oferece artigos de decoração de interiores, mas ainda assusta a marca Bershka, rede pertencente ao mesmo grupo e voltada ao público jovem.

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Em muitos casos, a soma de todas as taxas pode chegar a 140% do valor do produto. (Foto: Divulgação)

Assim como as marcas citadas anteriormente, a Bershka estuda a possibilidade de vir para cá, mas também pode desistir do Brasil por causa do imposto de importação aplicado, que gira no país em torno de 35% sobre peças de vestuário. Além disso, ainda são somadas outras taxas como IPI, PIS, Cofins e ICMS, que podem chegar juntas a 140% do valor do produto. Desse jeito, só nos resta torcer para que essas gigantes internacionais mudem de ideia e voltem a estudar novas propostas de vinda ao Brasil, pois o que não falta é público por aqui, só na torcida, aguardando ansiosamente por uma lojinha.

H&M Showroom Studio SS15 - Mercedes-Benz Fashion Days Zurich 2014

Vamos lá! Todo mundo cruzando os dedos para a H&M pensar pela terceira vez em abrir uma loja aqui! (Foto: Getty Images)

 http://divando.pop.com.br/hm-ikea-bershka-e-outras-gigantes-interna...

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Respostas a este tópico

  Segundo dados do banco BTG Pactual, quando trazidas ao Brasil, roupas como as que a loja vende chegam a superar em 21,5% em dólares os preços de peças similares nos EUA.

  A marca H&M não queria que suas peças chegassem ao Brasil com preços de lojas de grife.

  Em muitos casos, a soma de todas as taxas pode chegar a 140% do valor do produto.

Aqui entre nos, o imposto no nosso pais chega ser vergonhosso si não tiver espirito de luta não chega em lugar algum!...É lamentavel mais é uma realidade.

Esse imposto é a proteção que sempre estamos querendo ter de nosso mercado...imagine se ele for reduzido...se nos níveis atuais estão provocando uma devassa na indústria têxtil, imagine se forem reduzidos....

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