As novas megalojas reúnem ainda todas as submarcas que foram criadas pela própria Hering como as voltadas para os públicos masculino, feminino, infantil, além das peças esportivas, íntimas e os pijamas.
Segundo Fabiola Guimarães, diretora de marca, a estratégia é rejuvenescer a marca, fundada há 143 anos, e atrair o público mais jovem, acima de 25 anos. O pontapé inicial foi dado recentemente com a abertura de novos endereços na Barra da Tijuca e em Ipanema, com decoração e estilo inspirado na natureza e arquitetura do Rio de Janeiro.
— Já somos uma marca conhecida. Com as megalojas, queremos criar uma experiência e atrair um público mais jovem com custo-benefício atrelado. E também gerar a compra para a família e aumentar a cesta do cliente. Há um ano criamos a Hering Sports, completando o guarda-chuva de marcas — diz Fabiola, quando perguntada sobre a criação de novas linhas.
Atualmente, a marca conta com 760 lojas e está presente em 10 mil pontos de venda no pais através do atacado, que responde por 62% das receita bruta da Hering. Nos primeiros seis meses deste ano, a marca atingiu receita de R$ 1,1 bilhão, uma alta de 6,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o lucro bruto teve alta de 10,7%, para R$ 416 milhões no mesmo período.
— Vamos chegar em dezembro com 35 megalojas e poderão ser franquias também — complementa Fabiola.
Para especialistas em varejo, a estratégia de criação de uma loja que reúne todas as marcas e coleções pode ajudar a aumentar o tíquete médio da marca e reduzir despesas de logística e de mão-de-obra . A aposta no varejo físico, dizem, reflete ainda a força das vendas no mundo offline. Do total da receita da companhia no varejo, os espaços físicos somam cerca de 63% dos negócios.
— É uma saída também para a companhia ajudar a atrair franqueados e competir com as chinesas, pois oferecer diversas opções em um só local ajuda na redução dos custos, vital no momento atual de juros altos e inflação resistente — diz Miguel Fernandes Souza, analista de varejo.
De olho em sua estrutura de preços, a Hering aproveitou ainda a queda no preço do algodão ao fim do primeiro semestre para buscar melhores negociações com a compra da matéria-prima e buscou novos fornecedores fora do Brasil com custos mais competitivos. Além disso, a marca transferiu a linha de produção de malha e tecido, que eram feitas em Paraúna, em Goiás (GO), para as unidades de Goianésia (GO) e Blumenau, em Santa Catarina, gerando queda nas despesas.
— A Hering responde sozinha por 39% dos negócios do Grupo Soma. É uma marca relevante e, com certeza, referência para toda a estratégia da empresa — afirma Souza, lembrando que os investimentos de todo o grupo somaram R$ 104,3 milhões nos primeiros seis meses deste ano, maior que os R$ 86 milhões do ano passado.
Por Bruno Rosa
Fonte: O Globo
https://sbvc.com.br/hering-quer-rejuvenescer-marca-com-megalojas/