Na pitoresca e charmosa Florença, Guccio Gucci trabalhava como maitre no conceituado hotel Savoy. Com pouco poder aquisitivo, e vindo de família humilde composta por artesãos, para fundar a luxuosa marca Gucci que permanece em alta, Guccio Gucci precisou utilizar todo o seu rendimento e economias que conseguiu ao deixar seu emprego no hotel.
Assim como outras marcas de luxo, a Maison Gucci iniciou a produção artesanal de peças de couro pelas mãos da própria família. Não demorou para que a loja ganhasse notoriedade entre a nobreza e a alta burguesia. Com o sucesso veio junto o retorno financeiro, possibilitando assim a construção de uma oficina nos fundos da loja, já que antes a produção ficava na região de Toscana.
Os anos foram passando, Guccio Gucci construiu família, teve filhos e prosseguiu seus negócios. Entre 1937 e 1938, duas novas lojas foram abertas em Lugano e Roma, sendo essa última muito aclamada devido sua localização. Os filhos cresceram e tornaram-se parte do negócio da família Gucci. Lançando tendências e peças icônicas no decorrer dos anos, destacou-se a bolsa com alça de bambu, item de desejo ainda atualmente. A última loja aberta por Guccio Gucci foi a de Milão, em 1951.
Logo após, em 1953, Guccio veio a falecer deixando completamente o legado para seus filhos que prosseguiram com a expansão e no mesmo ano abriram uma loja em Nova York, tornando a marca mais conhecida entre as celebridades americanas, o que contribuiu mais ainda para o sucesso da Maison.
Como forma de homenagem ao fundador Guccio Gucci, em 1960 criaram o design do logo que consagra a identidade da marca: duas letras G em sentidos opostos.
Quem se tornou CEO da marca a partir de 1953 até 1986, foi o filho mais velho Aldo Gucci. Sendo responsável pelo maior período de expansão da marca, lojas foram abertas em Londres, Tóquio, Hong Kong, Paris e Chicago no período de 1967 a 1971. Aldo também lançou a primeira linha de perfumes da marca. Deixou a empresa após muitas desavenças pessoais e profissionais entre os familiares.
Após esse período, uma empresa de investimentos árabes comprou 50% das ações da Gucci, com Domenico De Sole sendo o principal responsável pela reestruturação da marca. Nomeou seu amigo Tom Ford para diretor de criações, trazendo assim um toque mais moderno e sensual as peças, relançando itens icônicos, e substituindo celebridades que faziam a propaganda da marca, incluindo uma parceria com a cantora contemporânea Madonna.
Em 2004, Domenico e Tom Ford deixaram a empresa. Frida Gianinni tornou-se a nova diretora de criações e permaneceu até 2015, sendo substituída após um longo período de estagnação da marca. Seu sucessor é o Alessandro Michele.
Atualmente a marca faz parte do grupo Kering, um conglomerado de marcas de luxo da moda controladas pelo francês bilionário François Pineault.
O novo diretor de criações
Em janeiro de 2015 a marca foi repaginada e ganhou um visual jovem após a promoção do designer Alessandro Michele para o cargo de diretor de criações.
O estilista que estudou na Accademia di costume e di Moda em Milão, começou a carreira como designer de acessórios na Fendi e desde 2002 fazia parte do grupo de criação da antiga diretora Frida Giannini, e em setembro de 2014 tornou-se diretor criativo da submarca de porcelanas da Gucci, Richard Ginori.
Com a promoção para diretor de criações da Gucci, trouxe para as peças e artigos influências de décadas passadas, principalmente a de 70, estampas geométricas, superfícies metalizadas, cores da estética vintage, e questões consideradas polemicas como a quebra do tabu da liberdade de escolha e igualdade de gênero.
Ele constrói cada coleção como se fosse um filme, designando personalidades aos modelos da passarela e cuidando minuciosamente de toda a caracterização para que transmitam a mensagem de pessoas reais.
Reconhecido mundialmente no mundo da moda, o italiano ganhou dois dos maiores prêmios do segmento: Designer Internacional do Ano do British Fashion Award e Council of Fashion Designers of America (CFDA).
Lojas e finanças
Atualmente tem cerca de 45 lojas próprias pelo mundo, além de franquias e lojas de departamento de luxo. Na América do Sul, os únicos países que possuem loja física é o Brasil e o Chile, sendo no brasil oito lojas: quatro em São Paulo (sendo uma de departamento outlet), uma no Rio de Janeiro, uma em Curitiba, uma em Recife e outra em Brasília.
O atual CEO da marca é Marco Bizzarri, com aproximada 2400 funcionários no total. Ocupando a posição de terceira marca de luxo mais valiosa do mundo, é avaliada em 12,5 bilhões de dólares.
Recentemente abriram um call center de luxo em Florença, visando oferecer atendimento personalizado e consultoria de estilo em tempo integral a seus clientes (principalmente os millennials) através de telefone, chat e e-mail. Os assistentes são altamente treinados e incentivados a construir e manter relacionamentos pessoais com seus clientes, assim como nas lojas físicas.
Possui planos de expandir as unidades do call center por Nova York, Tóquio, Seul, Xangai e Cingapura até 2020.
10 fatos curiosos envolvendo a Gucci
Em 1925 lançaram a tendência das malas de viagens feitas com couro maleável, que virou febre entre os clientes da marca na época
Em 1932 veio outro lançamento icônico: os mocassins Gucci que são objetos de desejo até os dias de hoje
O primeiro cinto com a famosa fivela que traz o logo da Maison surgiu em 1964
Aldo Gucci se envolveu em um milionário escândalo de fraude fiscal em meados de 1980, que resultou em um período de estagnação e retrocesso criativo da marca
Maurizzio Gucci foi o último membro da família que restou na empresa, mas foi assassinado em 1995 em frente ao escritório da Maison em Milão, a mando de sua esposa, Patrizia Peggia que foi condenada a 26 anos de prisão
Em 2010, foi lançado a primeira linha infantil da marca com peças femininas, masculinas e artigos de couro
O cantor e grafiteiro Trevor Andrew, conhecido como Gucci Ghost, foi convidado por Alessandro Michele para colaborar em uma coleção de 80 peças de outono, onde teve a liberdade de alterar o próprio logo da marca, ação que gerou espanto no mercado já que não é um hábito comum e que poderia até mesmo render processos judiciais
O maior pedido que a marca já recebeu foi feito pelo sultão de Brunei, sendo 27 jogos de malas feitos em couro de crocodilo que custaram 2,4 milhões de dólares no total
Há relatos de ex-funcionários e outras testemunhas sobre brigas frequentes entre a família durante as reuniões de negócio, envolvendo gritos, palavrões e até cinzeiros sendo arremessados contra a parede
Em 7 de fevereiro de 2019, a marca retirou de todas as lojas um suéter que recebeu muitas críticas e acusação de racismo. A peça era um suéter preto com gola alta que subia até a altura do nariz, e ao redor da boca havia um recorte simulando lábios vermelhos. Muitos associaram a peça à prática do “blackface” e à um personagem de um livro infantil tido como o mais racista da história, chamado “As aventuras do pequeno Sambo Negro”
Fontes: Gucci Oficial; Forbes; Etiqueta Única, Shopping Iguatemi; blog Curiosidades de Hoy; Fashion Network; Vogue.
https://www.institutodoluxo.com/single-post/2019/08/29/Hist%C3%B3ri...
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