A primeira tentativa de instalação de uma indústria têxtil em Pernambuco ocorreu em 1826, com a abertura de uma fábrica de tecidos no Recife. A experiência, porém, não deu certo e logo essa fábrica fechou. Duas décadas mais tarde, outras unidades surgiram e, desta vez, não fracassaram: aos poucos o setor foi-se consolidando.
Mas, a crescente ascensão da indústria têxtil no Estado só ocorreria a partir de 1860, principalmente por conta da Guerra da Secessão nos Estados Unidos, quando o abastecimento norte-americano para a indústria inglesa foi interrompido, gerando uma grande procura pelo algodão que, por isso, alcançou preços elevados.
Para se ter uma idéia de quanto a crise nos USA foi boa para Pernambuco, basta lembrar que, naquele período, nossas exportações de algodão equipararam-se às do açúcar que era o principal produto do Estado. Esse boom das exportações de algodão duraria dez anos e a partir de então os produtores se voltaram para a indústria local.
Uma indústria que teve, em síntese, a seguinte evolução:
Em 1876, surge a Fábrica da Madalena, no Recife, com 45 teares mecânicos de ferro e mestres tecelões trazidos de outros países. Depois, vieram outras unidades, tais como: a Cia de Fiação e Tecidos de Pernambuco (Fábrica da Torre), Fábrica de Tecidos Paulista (1891), Cia. Industrial Pernambucana, em Camaragibe (1891), além de fábricas de tecidos em Goiana e Apipucos e uma fábrica de malhas na Várzea.
No século XX o setor é ampliado com a instalação, entre outras, das seguintes unidades: Societé Cottonière Belge-Brasilienne, em Moreno (1908);
Fábrica Pirapama, em Escada, (1925); Cia. Manufatora de Tecidos do Norte/Fábrica Tacaruna, entre Recife e Olinda (1925); Tecelagem de Seda e Algodão de Pernambuco/TSAP, no Recife (1925); e Cotonifício José Rufino, no Cabo, em 1926.
No século XX o setor é ampliado com a instalação, entre outras, das seguintes unidades: Societé Cottonière Belge-Brasilienne, em Moreno (1908); Fábrica Pirapama, em Escada, (1925); Cia. Manufatora de Tecidos do Norte/Fábrica Tacaruna, entre Recife e Olinda (1925); Tecelagem de Seda e Algodão de Pernambuco/TSAP, no Recife (1925); e Cotonifício José Rufino, no Cabo, em 1926.
Os produtos com destaque eram: as chitas produzidas em Paulista; os brins da Cia Industrial de Pernambuco; os morins fabricados em Moreno; os panos trançados da Fábrica de Goiana; as toalhas de Pirapama; os cobertores da Fábrica Tacaruna; as malhas produzidas na Várzea.Na década de 1920, existia em Pernambuco um total de 442 indústrias, a maioria delas (108) do setor alimentício que era seguido pelo setor têxtil (95 unidades). Ou seja, o setor têxtil ocupava o segundo lugar na produção industrial do Estado. Dessas 95 unidades, apenas 13 eram fábricas de tecidos –as demais eram
descaroçadoras de algodão, produtoras de torta e farelo etc.Entre 1928 e 1930, as 13 fábricas de tecidos instaladas em Pernambuco tinham, reunidas, cinco mil teares e empregavam 80 mil pessoas. A produção pernambucana atingiu, nesse mesmo período, algo em torno de 70 milhões de metros de tecidos, o que representava 8% da produção
brasileira.
Em 1939, o setor têxtil pernambucano cresceu ainda mais e passou a ocupar o primeiro lugar na produção industrial do Estado, desbancando o setor de alimentos que passou para a segunda posição. A partir de 1950, quando teve início a interiorização da indústria pernambucana, o setor de alimentos voltou a liderar a produção no Estado.
Em termos regionais, a indústria têxtil pernambucana também teve grande desempenho. Ao longo dos anos 1960, por exemplo, das 97 fábricas de tecidos instaladas em todo o Nordeste brasileiro, 32 delas estavam situadas em Pernambuco. A partir de 1970, a situação começaria mudar: com a praga do bicudo que dizimou o algodão nordestino, a indústria têxtil do Nordeste (portanto, a de Pernambuco também) entrou em crise e acabou sucateada.