Um professor da De Monfort University Leicester descobriu uma forma de embeber um holograma em fibras para evitar a contrafação na indústria de vestuário e marroquinaria. A inovação está a ser mostrada no pavilhão do Reino Unido na Expo Dubai 2020.

Martin Richardson [©De Monfort University]

Martin Richardson, professor de holografia na De Monfort University Leicester, encontrou uma forma de embeber um holograma – como os que são usados, por exemplo, em notas – nas fibras dos fios, permitindo que os mesmos sejam vistos quando o tecido é colocado no microscópio.

Os fios foram colocados num tear para produzir tecido para paraquedas, que pode agora ser visto na Expo Dubai, que decorre até 31 de março de 2022.

Segundo a notícia publicada no website da universidade, esta nova abordagem pode ser utilizada para proteger outros tipos de têxteis, como os que a indústria de vestuário e marroquinaria produzem. O mercado mundial de contrafação deverá atingir o marco de 4,2 biliões de dólares (cerca de 3,67 biliões de euros) em 2022 e, no ano passado, a indústria da moda perdeu mais de 50 mil milhões de dólares com a venda de produtos falsificados, incluindo aqueles a imitar as marcas reputadas de vestuário e acessórios.

«A tecnologia holográfica que está a ser desenvolvida na De Monfort University está pensada para proteção das marcas, para ser capaz de distinguir um artigo genuíno de uma falsificação. As contrafações proliferam atualmente nos bens de consumo e é vital proteger tanto o público como a indústria, se queremos continuar a desenvolver uma economia forte e segura», considera Martin Richardson.

A pirataria têxtil coloca uma grande ameaça à indústria têxtil, refere a De Monfort University, salientando que os métodos estão cada vez mais sofisticados, com o uso de novas tecnologias e formatos que afetam inclusivamente artigos de segurança.


[©De Monfort University]

Martin Richardson, que é considerado um pioneiro de imagética, lidera o HOLO-Lab, uma unidade técnica da De Monfort University e há várias décadas que trabalha na indústria holográfica, tendo este ano produzido o primeiro holograma completamente a cores, em parceria com a investigadora sénior Vivian Suresh Kumar. «É um enorme salto tecnológico», afirmou na altura. «Produzir hologramas com “cores reais” é muito difícil e a De Monfort University é uma das primeiras universidades do mundo onde isto foi conseguido. Os hologramas a cores são as imagens mais realistas que é possível fazer e as aplicações comerciais são fantásticas. Estamos a fazer a nossa parte a trazer a holografia para o uso generalizado», salientou.

As aplicações deste tipo de holograma variam desde a saúde, onde as imagens realistas podem ajudar os médicos a encontrar problemas internos mais rapidamente, a arquivos de museu e notas e cartões bancários.

O professor fez já hologramas de vários famosos, incluindo os realizadores Martin Scorsese e Alan Parker, o artista plástico Peter Blake e o escritor Will Self. Martin Richardson trabalhou ainda com David Bowie num projeto que usou material promocional em 3D.

https://www.portugaltextil.com/hologramas-combatem-contrafacao/

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