Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Claudio Belli/Valor / Claudio Belli/ValorKorytowski, diretor de expansão da Hope, diz que as vendas das "lojas dentro das lojas" crescem de 30% a 35% ao ano, o dobro do ritmo de expansão da companhia

A Hope, fabricante brasileira de roupas íntimas e de banho, resolveu acelerar o seu processo de expansão no país com o conceito de loja dentro da loja ("store in store"), um modelo de negócios intermediário entre uma franquia e um espaço em lojas multimarcas. Sylvio Korytowski, diretor de expansão da Hope, disse que a receita de vendas com essas unidades cresce entre 30% e 35% neste ano e responde por um quarto da receita da companhia com canais multivarejo, ou 11,5% da receita total da companhia, estimada em R$ 400 milhões.

A Hope não divulga dados de receita e lucro. Informa que as suas 116 lojas franqueadas movimentam por ano em torno de R$ 150 milhões e respondem por 37% da receita total da empresa.

O modelo de loja dentro de loja, batizado como Hope HSM, foi adotado pela companhia em 2012, para permitir à Hope aumentar sua presença em regiões onde o custo de uma franquia não compensa a abertura da loja.

O alvo são principalmente cidades de menor porte, ou seja, com menos de 200 mil habitantes, e bairros afastados nas regiões metropolitanas. Neste ano até julho, a Hope abriu 98 unidades sob esse conceito, chegando a 300 unidades. A expectativa da companhia é fechar o ano com 400 lojas dentro de lojas.

Claudia Valentim, coordenadora do projeto HSM, disse que as lojas dentro de lojas seguem o mesmo modelo visual das franquias, mas exigem um investimento mais baixo, entre R$ 5 mil e R$ 15 mil. A empresa oferece uma consultoria aos varejistas para instalar a unidade e seguir as campanhas adotadas por toda a rede da Hope. "Os varejistas que adotam esse modelo geralmente são grandes empreendedores situados fora das capitais, ou varejistas que sentem a necessidade de adotar linhas diferenciadas para fazer frente à concorrência", disse Claudia.

Sylvio Korytowski, diretor de expansão da Hope, diz que as vendas nessas lojas dentro de lojas apresentam um crescimento de 30% a 35% ao ano, quando a Hope como um todo apresenta neste ano um crescimento de receita de 17% até julho, em comparação aos primeiros sete meses do ano passado.

Além dessas unidades, a Hope também prevê a abertura de 40 lojas de franquia até o fim do ano. Atualmente a companhia possui 117 lojas, sendo uma própria e 116 franqueadas. As roupas íntimas da Hope também são vendidas em lojas multimarcas, totalizando em torno de 7 mil pontos de venda no país.

Korytowski disse ainda que a Hope planeja abrir ainda neste ano duas lojas no país com a marca Gisele Bündchen Intimates. A primeira loja foi aberta em Paris no primeiro semestre. Sem dar detalhes, o executivo disse que uma das unidades será aberta em um shopping center de luxo em São Paulo.

A Hope cresce acima da média estimada para o mercado. O Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), consultoria especializada no setor têxtil, estima que o mercado de roupas íntimas crescerá neste ano 0,9% em volume produzido e 3,7% em receita. No ano passado, a produção do setor de moda íntima e de dormir foi de 785 milhões de peças e movimentou R$ 5,3 bilhões em 2013.

Já a Marcyn, concorrente da Hope, adotou um caminho inverso. Enquanto a Hope tem se voltado à expansão em lojas dentro de lojas e franquias, a Marcyn procurou neste ano aumentar sua participação em redes varejistas multimarcas. "As lojas multimarcas ficaram um pouco órfãs neste ano com a saída da Valisere desse segmento", afirmou Carlos Eduardo Padula, diretor comercial da Marcyn.

Sem citar números, o executivo disse que as vendas da Marcyn tiveram um "crescimento abaixo do esperado até julho", devido ao enfraquecimento da economia e ao aumento do endividamento dos consumidores. O executivo disse que o crescimento deveu-se em parte à compra da UW Casa das Cuecas, adquirida no ano passado.

O grupo Rosset, dono das marcas Valisere, Valfrance e Cia Marítima, também prevê para o ano um crescimento mais baixo, de 4,4%, para R$ 700 milhões. Esse crescimento não inclui a compra da Triumph, anunciada no fim de junho. A Triumph fechou o ano passado com receita de R$ 70 milhões no Brasil.

A Lupo informou que fechou o primeiro semestre com um avanço de 4% no volume de vendas e de 15% em receita, em comparação aos seis primeiros meses do ano passado. Carolina Pires, diretora comercial e marketing da Lupo, disse que o desempenho ficou abaixo do esperado pela empresa para o período, devido ao crescimento mais fraco do consumo no país, aos feriados da Copa do Mundo e ao inverno menos rigoroso.

Para o segundo semestre, a companhia prevê um crescimento de 8% nas vendas, impulsionada em parte com as vendas de fim de ano e à ausência de feriados em dias úteis no semestre. De acordo com Carolina, a Lupo também tem apostado mais nas franquias, que apresentaram no primeiro semestre um desempenho mais forte em vendas que as vendas totais da Lupo, com um avanço de 9% nas lojas abertas há mais de 12 meses. No primeiro semestre, a Lupo inaugurou 11 lojas e prevê para o segundo semestre abrir mais 30 unidades.


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Por Cibelle Bouças | De São Paulo

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