Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

O HSBC decidiu rever o modelo de investimento do setor de vestuário como um todo na bolsa de valores. A área de análise do banco elevou a recomendação para as ações de Hering, de venda para neutra, mas manteve o preço-alvo para os papéis em R$ 30. As alterações incluem ainda cortes nos preços-alvo de Arezzo, Marisa e Lojas Renner, além de elevação para Guararapes, dona da Riachuelo.
 
Para o banco, a recuperação da Hering, assim como de todo o setor, deve se dar ao longo de 2014, de maneira lenta, mas gradual. A indicação mais positiva para o investimento na companhia se deve principalmente pela desvalorização das ações recentemente. Nos últimos 12 meses, foi registrada queda acumulada de 26,06%, sendo que a baixa alcança 12,98% só nos últimos 30 dias. Na segunda-feira, as ações da Hering fecharam o pregão cotadas a R$ 27,30, o equivalente a um ganho de potencial de 9,8%, levando em conta o preço-alvo estimado pelo HSBC.
 
De acordo com relatório, o grupo apresenta piora nas vendas sob o quesito "mesmas lojas", de unidades abertas há pelo menos um ano, desde ao menos o quarto trimestre de 2012. Por conta disso, o HSBC reviu seus cálculos e cortou as previsões para o balanço da Hering de 2013 e deste ano. A previsão de receita líquida foi reduzida em 0,8% para o resultado do ano passado, ficando em R$ 1,69 bilhão, e em 3,4% para 2014, até R$ 1,87 bilhão. A estimativa para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de 2014 foi reduzida em 3,7% nas contas da instituição, para R$ 468 milhões.
 
A própria diretoria da companhia já admitiu que o setor continuará enfrentando dificuldades e que a inflação vai provavelmente minguar ganhos de margem durante os 12 meses. Mesmo assim, o grupo já identificou áreas em que pretende investir para melhorar a tendência e planeja abrir 70 novas lojas da marca principal e 30 unidades da Hering Kids em 2014.
 
Apesar dos problemas enfrentados pelo setor de vestuário, o HSBC destaca que há como conseguir resultado investindo em ações do segmento. "Hoje, os investidores precisam ser mais seletivos", destaca o relatório. "Em nossa visão, a melhor maneira de explorar [as capacidades] permanece na compra de Renner e Arezzo."
 
Os analistas Francisco Chevez, Manisha Chaudhry e Stewart Ragar, que assinam o relatório, mostram que continuam pessimistas quanto ao crescimento das vendas neste ano. Os gastos dos consumidores provavelmente continuarão subindo a passos curtos, segundo a instituição prevê. Mas os números do quarto trimestre ao menos devem interromper uma queda de indicador para algumas empresas.
 
Para a Lojas Renner, ação preferida do HSBC, houve corte no preço-alvo de R$ 93 para R$ 75. Ante o fechamento da segunda-feira, o potencial de valorização é de 30,5%. A recomendação permanece em "overweight", equivalente à compra. A boa visão do banco sobre a companhia se dá pelo forte aumento nas vendas e pelo fato de a remodelagem de lojas do grupo já estar praticamente completa, aliviando a rentabilidade.
 
Para 2014, os analistas preveem faturamento de R$ 5,06 bilhões e Ebitda de R$ 956 milhões. Os aumentos, em relação ao ano passado, podem chegar a 15,3% e 22,9%, respectivamente. A perspectiva é positiva, mas as estimativas foram reduzidas em 0,9% e 11,3%.
 
No caso da Arezzo, o preço-alvo foi cortado de R$ 42 para R$ 35, ainda assim representando potencial de alta de 21,1% em relação à cotação de segunda-feira. A recomendação também permaneceu em "overweight", equivalente à compra. Segundo o banco, a baixa exposição da empresa ao financiamento ao consumidor e às oscilação do câmbio ajuda nessa visão. Além disso, o HSBC projeta altas consecutivas nas vendas "mesmas lojas", desde o último trimestre de 2013. Na metade do ano passado, a companhia provavelmente atingiu o menor nível nesse quesito, completa o relatório.
 
A instituição baixou ainda o preço-alvo de Marisa, de R$ 40 para R$ 35, o que indica um potencial de valorização de 33,3%. Contudo, manteve a recomendação de compra. Para a Guararapes, o preço-alvo foi elevado de R$ 96 para R$ 108 - alta potencial de 8% - e a perspectiva de volatilidade para as ações ordinárias, retirada. A recomendação foi mantida em neutra.
 
No setor de saúde, o HSBC cortou a recomendação para as ações da Fleury de neutra para venda, com o preço-alvo caindo de R$ 19 para R$ 18, queda potencial de 1,5%. A casa espera um ano desafiador para a companhia em 2014. Em outubro de 2013, o HSBC reduziu a recomendação para neutra, pois as iniciativas de corte de custos não se materializaram conforme o esperado. Recentemente, a empresa anunciou o cancelamento de contratos de baixo rendimento, inclusive com a Unimed Rio, que representava de 4% a 5% das receitas. Embora essa possa ser a estratégia certa no médio e longo prazo, os analistas acreditam em importantes impactos no curto prazo. (Colaborou Daniela Meibak)

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