Investigadores do Fraunhofer Institute for Photonic Microsystems desenvolveram sistemas que usam inteligência artificial, algoritmos e espectrometria de infravermelho próximo para avaliar a possibilidade de têxteis descartados serem reciclados.
A tecnologia é suficientemente pequena para ser integrada num smartphone comum, o que cria várias potenciais aplicações para utilizadores finais, desde identificar a composição de uma peça de vestuário quando ainda se está na loja para comprar até identificar artigos contrafeitos.
Com ondas entre 950 e 1.900 nm, quase no espectro visível, esta tecnologia é versátil e fácil de usar, destacam os investigadores, que para aumentar a precisão no reconhecimento e análise de objetos, reforçaram a espectrometria de infravermelhos próximos com imagem e tecnologia de inteligência artificial.
Para o processo de análise têxtil, inicialmente uma câmara comum capta uma imagem de uma peça de roupa. A inteligência artificial seleciona um ponto específico nos dados da imagem que é analisado pelo módulo de análise espectral. O perfil espectroscópico gerado por esta análise reflete a composição das fibras têxteis, levando a uma identificação precisa do material.
«A resolução ótica é de 10 nanómetros. Esta alta resolução significa que o espectrómetro de infravermelho próximo pode também usar a inteligência artificial para identificar têxteis com misturas, como artigos de vestuário feitos com poliéster e algodão», refere Heinrich Grüger, investigador no departamento de micromódulos sensoriais no Fraunhofer IPMS.
Uma das aplicações para esta nova tecnologia está na reciclagem têxtil. A espectrometria de infravermelhos próximos pode melhorar a eficiência da reciclagem, tornar o processo de seleção mais fácil e contribuir para a redução de resíduos.
Ao identificar de forma precisa as fibras usadas no têxtil – como linho, seda, algodão ou liocel – estes materiais podem ser reutilizados, melhorando a sustentabilidade da reciclagem têxtil.
Para além da análise e reciclagem têxtil, a tecnologia pode igualmente ser usada pelos consumidores para verificar a autenticidade de um produto ou para conhecerem as instruções de conservação no caso da etiqueta ter sido cortada ou ter desaparecido com as lavagens.
Os investigadores também antecipam aplicações fora da indústria têxtil, como smartphones equipados com espectrómetros que podem ser usados para avaliar a qualidade de artigos alimentares. Eventualmente a tecnologia pode ainda ser usada no diagnóstico médico, por exemplo em dermatologia, no apoio à avaliação de potenciais melanomas.
https://portugaltextil.com/ia-ajuda-na-separacao-para-reciclagem/
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