O relatório mensal do International Cotton Advisory Committee (ICAC) de agosto traz como projeções para a safra 2012/2013 de algodão brasileiro uma produção de 1.493 milhão de toneladas, cerca de 400 mil toneladas a menos que na safra atual. Para as exportações, a previsão do ICAC é de que o Brasil exporte apenas 482 mil toneladas, número bem abaixo das atuais 1 milhão de ton exportadas na safra 11/12. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Sérgio De Marco, os números batem com o que pensa o produtor brasileiro. “Devemos ter uma redução de 30% na produção. Com o consumo médio de 900 mil toneladas da indústria nacional, temos, mesmo, só cerca de 400 mil toneladas para exportação”, afirma o presidente. Segundo ele, no entanto, é preciso ficar atento pois o cenário das commodities pode mudar a qualquer momento. “Esse cenário é de hoje, daqui a pouco podemos ter outro completamente diferente”, diz.
O grande destaque do relatório do ICAC, no entanto, fica por conta das ações políticas do governo chinês, que têm influenciado os preços do algodão. Segundo o relatório, após a queda nos preços do algodão em 2011/12, a produção mundial da fibra está revista para baixo em 9%, para 24,7 milhões toneladas em 2012/13.
Muito disso se deve à formação chinesa de estoques, estimados para 6 milhões de toneladas em 11/12, e o anúncio do governo chinês de um preço mínimo ligeiramente maior para 12/13, o que levaria o país a comprar uma grande parte da nova safra de algodão, tornando seus estoques ainda maiores, e diminuiria a importação. Isso deve gerar uma queda de 20% no comércio mundial de algodão.