Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Importação leva demissões - Americana sempre foi um forte pólo do setor têxtil no Brasil

Americana sempre foi um forte pólo do setor têxtil no Brasil,  que começou a enfrentar problemas com a abertura da economia em 1994, no governo Collor. Das 800 indústrias em atividade naquela época, apenas 300 estão em funcionamento hoje.


Em 1994, a confecção própria e as tecelagens foram duramente atingidas. Segundo Martins, as tecelagens deram uma pequena reativada e agora voltaram a ser prejudicadas e hoje representam entre 40% e 50% das 300 indústrias existentes. No processo de mudanças na cadeia têxtil em 1994, sobraram as tinturarias e as fiações.


Neste segundo momento, as fiações são atingidas por ataques das importações. “A desoneração e a redução do ICMS não mudam a nossa história. O grande problema é a importação, que é legal e o governo ora libera e ora suspende a entrada destes produtos no Brasil”, declarou.


“ O mais grave”, continuou Martins, “ é que quem decide sobre importação nunca entrou numa fábrica e nem sabe como funciona. Por exemplo, o governo suspende a importação de um fio de determinada especificação. O importador dribla a medida e importa o fio com um centésimo de diferença na especificação”.


Já a Tabacow, fabricante de tapete teve 500 funcionários entre as décadas de 70 e 80, hoje tem 130 e está em vias de fechar. Apareceu um novo grupo interessado em tocar a empresa, que negociou parte do maquinário para garantir o pagamento de 12 anos do FGTS. A meta dos novos patrões é readequar a produção e manter cerca de 90 trabalhadores.


Vicunha


De acordo com a Folha de S. Paulo, a fábrica começou a operar em 1949 e foi adquirida pelo grupo Vicunha em 1982. O fechamento foi anunciado anteontem.


Segundo a empresa, 300 funcionários foram demitidos, em mais um episódio que ilustra a crise do setor. Depois das confecções e tecelagens, agora é a vez de os fornecedores de matéria-prima sentirem o efeito da concorrência externa.


A importação de fios de viscose duplicou desde 2008. Com isso, a produção nacional caiu, levando a uma menor procura pela fibra.


A gota d'água, diz a Vicunha, foi o aviso dado pelo governo de que não renovaria o aumento da alíquota de importação para os fios da Indonésia e da Turquia --maiores produtores do mundo.


A empresa também argumenta que as medidas antidumping contra seis países, impostas em 2009, foram pouco eficazes, pois os importadores conseguiram contornar a barreira.


No ano passado, ela pediu a ampliação da lista de produtores restritos ao mercado brasileiro, o que foi negado.


O Ministério do Desenvolvimento informou que o fio e a fibra de viscose estão sob proteção até o próximo ano e as malhas, até 2016. A ampliação foi recusada, de acordo com o órgão, porque "não havia evidência de danos" às empresas do setor.


Em nota, a Vicunha informou que, se os pleitos solicitados ao governo forem concedidos até o fim do ano, poderá recontratar os 300 funcionários dispensados.


Roupas prontas


Segundo o presidente do Sinditêxtil-SP, Alfredo Bonduki, o setor é prejudicado pela crescente importação de roupas prontas confeccionadas no exterior.


O empresário tem uma fábrica de fios de costura em Americana (SP).


"A importação de vestuário desmonta toda a cadeia", diz. "Nós vendíamos fios para grandes empresas de confecção. Hoje, elas só importam roupas prontas."


Dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que as importações de vestuário subiram 214% entre 2008 e 2012, para US$ 2,2 bilhões.


Bonduki disse que o setor solicitou ao governo salvaguardas para roupas importadas, mas teve o pedido negado. O ministério informa que não há pedidos em análise.


Fonte: Assessoria de imprensa da Força Sindical e jornal Folha de S. Paulo - 14/08/2013

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Respostas a este tópico

Interessante.

Mas o que me interessa saber é: por que a Vicunha, detentora da tecnologia de fabricação do fio de viscose, nâo procurou obter mais competitividade dominando a cadeia produtora, para frente ou para trás? Mais fácil pensar para trás, onde ela poderia ter construído uma planta de fabricação da resina de poliéster, assim não ficando sujeita as intempéries dos fornecedores. Olhem o caso da Hering por exemplo.

O mau do empresário brasileiro é a sua mentalidade focada nos anos 70 e 80, onde fabricavam qualquer porcaria e o povo era obrigado a comprar por causa do fechamento do mercado imposto pelos seus amigos, os militares. Agora não adianta chorar: quem quiser que domine o mercado, seja nacional ou estrangeiro.

Quem quiser ficar aberto, que procure dominar completamente seu processo produtivo, eliminando custos, gargalos e variações de qualidade. 

É difícil? Sim.

Custa muito? Sim e não, depende de como irá fazer.

Leva tempo? Depende da sua força de vontade.

Os asiáticos vieram para nos ensinar a trabalhar mais, e com mais simplicidade, cobrando menos e GANHANDO MENOS. Agora, se eles vieram para ficar, aí é uma outra história, que depende muito mais de você do que deles.

Abraços,

Henrique Zucatelli

Grupo Cobra

Boa noite a todos

Realmente é o que esta acontecendo principalmente em SP ,eu como dono de oficina prestador de serviço estou a ver navios literalmente ,são navios e container que não param de chegar e nos que nos esforçamos para fazer parte das cadeias produtivas das grandes empresas agora estamos no retrocesso ,a ABVTEX não esta nem ai ,as oficinas que partiram para este caminha ou seja compactuaram junto a ABVTEX para manter a cadeia produtiva e agora estamos parados ou estamos nos sujeitando a fazer peças com valores muito baixo que mal da para cobrir os gastos ,as demições já começaram ,eu particularmente não vou renovar com ABVTEX ,vou ficar sem serviço mas não vou ficar com cara de PALHAÇO .Alguem ai nos ajude ,manda alguem da ABVTEX verificar como estas peças são produzidas na CHINA ,as condições do trabalhador chines etc.

Boa noite a todos  que DEUS nos abençoe e que as autoridades nos ampare .

Gilberto Conquista

Estimado Gilberto entendo sua posição, mas realmente se você tivesse a ideia de como trabalham hoje uma grande maioria das fabricas da China provavelmente devem ter condições de trabalho melhores das que possuímos na América Latina, e aqui no Brasil, com ambientes climatizados, refeitórios nas empresas, etc. para cada ano de evolução na China, aqui necessitamos 10, esta é a relação de evolução, no entanto aqui estamos discutindo o sexo dos anjos, lá estão trabalhando na busca de melhorias, com excelentes e eficientes  aeroportos, portos, autopistas fantásticas, pedágios justos, salários cada vez mais próximos dos nossos, já não são os de dez anos atrás, talvez você tenha uma ideia anacrônica da China, distorcida por quem opina sem saber.

Aqui fabricamos carros a mais de 50 anos, e não temos uma marca nacional de verdade, não fabricamos carros de ponta, no entanto lá com menos de 30 anos tem marcas próprias, que estão entrando no mundo inteiro, além de fabricar carros de ponta, BMW, Audi, e tantos outros.

O preço dos produtos no mercado interno são mais caros que aqui, pois alguém tem que pagar a conta e é o povo chinês que paga.

Aqui não tem planejamento, sonhamos com trem bala Rio - São Paulo, na China eles fazem, trem bala por todos os lados, Shanghai - Beijing em 5 horas com trem a 390 km/hora, mais confortável que avião, estações de trem que deixam, a maioria de nossos aeroportos passando vergonha, não será que o problema esta aqui?

Ainda tem lugares muito pobres, mas o que foi feito em 30 anos, nos levamos 2 séculos, Deus nos abençoa, mas nos pede algo mais que rezar se queremos mudar em este nível as coisas e o Pais.

Fizeram uma ponte de Ningbo-Shanghai, 36,5 km, verifica na internet qual foi o custo e quanto demoraram.

Outra ponte para aceder ao Porto de Qindao com 38.0 km, te pergunto quanto demoraríamos aqui?

Boa Noite se és que podes Dormir.

 

Luis Placeres Neri    
 
Gilberto Conquista disse:

Boa noite a todos

Realmente é o que esta acontecendo principalmente em SP ,eu como dono de oficina prestador de serviço estou a ver navios literalmente ,são navios e container que não param de chegar e nos que nos esforçamos para fazer parte das cadeias produtivas das grandes empresas agora estamos no retrocesso ,a ABVTEX não esta nem ai ,as oficinas que partiram para este caminha ou seja compactuaram junto a ABVTEX para manter a cadeia produtiva e agora estamos parados ou estamos nos sujeitando a fazer peças com valores muito baixo que mal da para cobrir os gastos ,as demições já começaram ,eu particularmente não vou renovar com ABVTEX ,vou ficar sem serviço mas não vou ficar com cara de PALHAÇO .Alguem ai nos ajude ,manda alguem da ABVTEX verificar como estas peças são produzidas na CHINA ,as condições do trabalhador chines etc.

Boa noite a todos  que DEUS nos abençoe e que as autoridades nos ampare .

Gilberto Conquista

Bom Dia a todos,
Nossas fábricas podem ser produtivas e eficientes da porta para dentro mas da porta para fora existe uma coisa chamada politica governamental brasileira, custo Brasil, e isso a China não tem lá existe mão de obra em abundância e subsíduos e incentivos do governo para tudo o que precisarem para serem competitivos mundialmente.
Só isso já é mais que suficiente para ficarmos para trás e perde.
Não dá para competir , assim é covardia. Tudo é questão comparativa, portanto vamos sempre sim e ainda depender nosso incompetente governo.
Não adianta alguém aqui querer não enxergar dessa maneira.
O pior cego é quem não quer enxergar. Do jeito que está e se assim continuar os chineses dominarão o mundo.
Vejam o que está acontecendo no EUA e Europa tudo vem da China e a crise se instala nos paises com desemprego.

Henrique Zucatelli, Grupo Cobra, mas é venenosa ou só firula? Não conheço V.Sa. , quem tem uma empresa têxtil, ou semelhada,confecção,facção, etc, não pensa como V.Sa.. Ou estamos em outro paiz, sem excorchantes impostos, importações idem, ou você não esta por aqui. Desculpe, mas você faz oque na COBRA?

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