Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

 

As importações cearenses no segmento têxtil e de vestuário da China, de janeiro a julho, cresceram 29,3% este ano em comparação com igual período de 2011.
O volume corresponde a US$ 27.318.307, o que coloca a China como maior exportador para o Estado, com 32,5% de representatividade na pauta. Na mesma medida, cai a participação da indústria têxtil nas exportações cearenses.

Há 10 anos, a participação do setor era de 18,1%.

Hoje, representa apenas 5,4%, segundo dados do Serviço de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Secex/MDI). O presidente do Sindicato da Indústria Têxtil do Estado do Ceará (Sinditêxtil), Germano Maia Pinto, diz que a cadeia produtiva é impactada com essa entrada desenfreada de produtos acabados.
“No Brasil, o custo sistêmico para produtos industrializados supera em muito o custo do concorrente chinês e de alguns outros países.
Temos evidências de que o governo chinês subsidia matéria prima de determinados produtos, inviabilizando uma concorrência sadia”. afirma.

Para tentar proteger esse setor, que no Ceará emprega cerca de 60 mil pessoas, o Sinditêxtil apoia a iniciativa da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), que protocolou, em agosto, um pedido de investigação de salvaguarda para vestuário, alegando que está ocorrendo um “surto” de importações de roupas no País, que causa prejuízos à indústria nacional. “Essa é uma ação que poderá proporcionar oportunidade da indústria se fortalecer, aproveitando principalmente o mercado interno, tão cobiçado pela concorrência”, afirma Germano Pinto.

Alternativas

O resultado dessa concorrência e o custo Brasil têm feito o empresário cearense pensar em novas alternativas para continuar no mercado. Segundo Pinto, a possibilidade de se instalar em outros países tem sido ventilada por alguns.
“No entanto, não temos dados precisos sobre quais ou quantas empresas já pensam nessa transferência”.
O economista Pedro Jorge Vieira, do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará, da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Indi), diz que o setor têxtil no Ceará se preparou nas décadas de 1960 e 1970 para ser um dos maiores do Brasil.
Com o bicudo (tipo de praga) atacando as plantações de algodão, o Ceará não conseguiu mais produzir matéria-prima e foi obrigado a importar, o que encareceu a produção.
Agora, a concorrência com o produto chinês complicou ainda mais a situação. “O argumento agora é que a indústria têxtil cearense precisa apresentar maior competitividade.
Isso seria verdade se a concorrência da China não fosse predatória por causa de três fatores: os salários na China são aviltados, o governo chinês dá incentivo para a indústria, e a moeda chinesa – o yuan – é mantida subvalorizada, o que beneficia as exportações”, diz Vieira.
Com este preço “fictício”, Vieira diz que fica muito difícil a indústria local concorrer nessas condições.

Por isso, é a favor das salvaguardas pedidas pelo setor têxtil nacional. As “cotas”, segundo ele, não precisam do aval da Organização Mundial do Comércio (OMC). “O Governo Federal não pode é sobretaxar o produto chinês, mas existem outras maneiras ‘mais suaves’, como exigir determinado tipo de tecnologia na fabricação, ou tipo de tecido e assim diminuir a entrada dos produtos”.

Segundo Vieira, a concorrência predatória da China teve início a aproximadamente 10 anos, quando o país assumiu o papel de líder internacional em exportação.
O quê ENTENDA A NOTÍCIA A indústria têxtil sofre cada vez mais com a concorrência chinesa, e mesmo os pacotes de renúncia fiscal e proteção à produção nacional não foram suficientes para recuperar o setor. Números 32,5% dos produtos importados pelo Ceará são provenientes da China Saiba mais
A indústria começou a apresentar sinal moderado de recuperação na produção, na avaliação do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, que participou ontem de audiência no Senado. Para Tombini, há um ambiente mais favorável para a indústria retomar a produção. O presidente do BC citou os estoques em níveis adequados, a produção em crescimento nos últimos meses, a expansão do emprego industrial, e a melhora na confiança dos empresários e nas condições de competitividade.
O presidente do BC ressaltou ainda que a demanda por produtos e serviços continua sustentada pelo crescimento da renda e do emprego.
Tombini voltou a dizer que a recuperação da economia tem se materializado de forma gradual. (das agências)

Fonte:|http://opovo.hands.com.br/opovo/items/importacao-de-produtos-chines...

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