Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Desde o início da pandemia setor é afetado pelo aumento de custos | Crédito: Divulgação

A indústria de malhas mineira segue o ritmo de recuperação de tantos outros setores que buscam, em 2022, deixar para trás os períodos de queda que chegaram junto aos meses mais severos da pandemia da Covid-19. A expectativa do Sindicato das Indústrias Têxteis de Malhas no Estado de Minas Gerais (Sindimalhas-MG) é que as empresas tenham resultados positivos neste ano, com um crescimento projetado em 8%. O alcance da projeção representaria fôlego após uma queda registrada em 2020 e um período estável em 2021. 

O alcance da meta depende, no entanto, de um cenário que perpassa pelas oportunidades de suprir a demanda nacional devido às incertezas que rondam a importação de produtos e a deterioração do poder de compra da população em geral, o que pode mudar a demanda na ponta e reduzir o volume de vendas para as empresas de confecção. A análise do presidente do Sindimalhas-MG, Aroldo Teodoro Campos, considera também a dificuldade de prever a demanda. 

“A gente tem um cenário muito diverso. Cada dia é uma surpresa diferente. Mas, no contexto geral, acreditamos que será um ano bom, de recuperação. É possível que haja diminuição dos importados e que isso faça com que a indústria possa suprir a demanda nacional. A incerteza é fator determinante. Apesar do dólar ter caído muito, o cenário instável deixa os importadores inseguros em determinar o volume de importação”, avalia Campos

Dessa forma, ainda de acordo com o presidente do Sindimalhas-MG, a indústria tem a complexa responsabilidade de equacionar um cenário volátil, cujas mudanças diárias dificultam a programação da produção. Nesse sentido, Aroldo lembra que os fatores externos, como é o caso da guerra no Leste europeu, das variações cambiais e de retornos de surtos da Covid-19 na China, mudam o projeto das fábricas o tempo todo, o que gera cautela entre os empresários e coloca a segurança como primeira ordem em meios trabalhos contínuos que se projetam ao alcance do crescimento estimado no ano.

Perfil da demanda

A incerteza também permeia os pedidos de matérias têxteis e malhas. Os confeccionistas, responsáveis pela transformação dos tecidos nos produtos entregues ao consumidor final, por exemplo, mudaram as estratégias de compra. Campos afirma que há dois tipos de empresas demandantes: aquelas que fazem pedidos programados e menores; e uma parcela do mercado que faz pedidos de forma mais imediatista, optando por compras nos dias anteriores à utilização nas fábricas e nas coleções. “Os confeccionistas sabem o que querem comprar, mas não sabem quantificar o que será suficiente para as coleções, para a demanda”, acrescenta Campos. 

Insumos e repasse de preços 

O preço dos combustíveis afeta toda a cadeia de suprimentos e logística. No caso da indústria de malhas, o peso do aumento do petróleo na cotação mundial recai também sobre os materiais sintéticos. Contudo, são as indústrias que trabalham com o algodão que sentem os efeitos mais fortes da alta das commodities agrícolas, que segue em alta no mercado. 

Em meio às diversas altas que o mercado acumulou em dois anos não só nas matérias-primas mas em toda a cadeia produtiva da indústria têxtil, os preços não foram absorvidos apenas pelos fabricantes. O sindicato estima que em comparação ao período anterior à pandemia os preços subiram entre 30 e 40%. “Ao longo dos dois anos os preços vêm sendo repassados. Todos os produtos tiveram reajustes. Isso não ocorreu agora porque o câmbio aliviou. Mas sabemos que cada elo da cadeia absorveu um pouco dos aumentos das fábricas”, afirma Aroldo Teodoro Campos. 

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