Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Indústria de moda praia lança promoções para atrair clientes

Objetivo é superar a baixa expectativa de crescimento por parte dos empresários, que reclamam da falta de incentivos do governo para a produção nacional


Vem chegando o verão e o comércio já está de olho nas vendas da coleção moda praia. Mesmo antes de a estação mais quente do ano começar, a indústria e o varejo pensam em fazer promoções para atrair mais consumidores. As ofertas vão desde descontos de 25%, até biquínis grátis na compra de três peças. O objetivo é superar a baixa expectativa de crescimento por parte dos empresários, que reclamam da falta de incentivos do governo para a produção nacional.

Proprietário da loja de biquínis Kipanema, na Zona Sul do Rio, Julio César Andrade explica que o período após o dia 20 de dezembro costuma ser o mais lucrativo. “É quando as pessoas já compraram os presentes de Natal e começam a escolher algo para elas próprias”, explica o empresário.


Bianca Leão usa um modelo transpassado. Já Gabi D’Avila aposta no biquíni franzido no bumbum para realçar a silhueta
Foto: Bruno de Lima / Agência O Dia

Segundo ele, as vendas já foram melhores e os comerciantes terão que investir em promoções se quiserem lucrar neste verão. “Mesmo os turistas, que compravam muito até no inverno, não têm gastado tanto. Por isso, decidimos fazer uma promoção em que na compra de três biquínis, o quarto sai de graça”, conta ele.

A marca NO3, de Nova Friburgo, tem confecção própria e vende no varejo e, principalmente, no atacado. Para o empresário Ronaldo Barbosa, dezembro é o mês mais forte para as vendas.
“As famílias geralmente tiram férias, viajam, e as mulheres costumam comprar biquínis para não repetir o do ano anterior”, brinca.

MERCADO DIFÍCIL

O mercado, de acordo com Ronaldo, está difícil. “Existe uma falta de atenção com empresários brasileiros, principalmente os pequenos e médios”, critica. Para aumentar as vendas, ele também vai adotar promoções: “Vamos reduzir os preços em até 25% no varejo”.

O Brasil conta hoje com 1.330 empresas fabricantes de moda praia, que geram 53 mil empregos diretos. De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Indústria Têxtil (Abit), 70% dessas confecções são de pequeno porte. Em 2013, a produção de moda praia no país alcançou 267,2 milhões de peças, um crescimento de apenas 1,5% em relação ao ano anterior.

Além disso, a exportação de biquínis diminuiu, enquanto a importação aumentou. Em 2013, foram importadas 3,5 milhões de peças e exportadas apenas 763 mil, ainda segundo a Abit.
Diretor-superintendente da associação, Fernando Pimentel afirma que em 2009 essa relação era invertida: o país importou 716 mil peças e exportou 1,5 milhão.

“A venda de produtos para o exterior diminuiu porque o custo Brasil aumentou. O câmbio também prejudicou, além da recessão mundial. Mas o país é competitivo no segmento e tem potencial fantástico para atender aos mercados local e mundial”, afirma Pimentel.

Indústria quer menos taxas

A Abit apresentou ao governo um projeto para a implementação de um regime tributário competitivo. Segundo Fernando Pimentel, o objetivo é que os impostos e contribuições federais correspondam a 5% da receita bruta de venda das empresas, menos exportações, vendas canceladas e devoluções.


Bianca com biquíni de crochê da Kipanema, uma das tendências da estação, assim como os babadinhos usados por Gabi
Foto: Bruno de Lima / Agência O Dia

“A indústria de vestuário corresponde hoje a 85% do consumo nacional agregado. Mas a curva é ascendente para os produtos importados. Se nada for feito, até 2025 a produção nacional pode cair para 45% do consumo nacional”, alerta o superintendente da Abit.

Proprietário da confecção NO3, Ronaldo Barbosa afirma que os tributos são muito altos. “Hoje, em cada peça vendida eu pago cerca de 6% a 7% de imposto. Com o tempo, isso pode subir para 8%. Sem falar na taxação para uso da máquina de cartão, por exemplo”, explica.

Segmento de fitness cada vez mais integrado com moda praia

Como o segmento de moda praia acaba ficando restrito a uma época do ano, a solução encontrada por muitos tem sido integrar às coleções peças de moda fitness. É o caso de Julio César Andrade, dono da KiPanema, que vende também roupas de ginástica, como leggings.

Para Fernando Pimentel, da Abit, essa é uma forma de ter uma produção mais regular. “Agrega no faturamento e diminui a pressão fora de temporada”, afirma. Segundo ele, as exportações também são bem vindas, em função da troca de estações: quando é verão no Brasil, é inverno no Hemisfério Norte, gerando demanda para produção o ano inteiro.

“A moda praia depende muito do verão. Se a estação for forte e marcante, mesmo que a economia não vá bem, melhora a perspectiva de consumo. Em contrapartida, um verão chuvoso tem impacto negativo nas vendas”, avalia Pimentel.

Ronaldo Barbosa, da NO3, fez o caminho contrário: começou vendendo roupas de ginástica e recentemente lançou sua primeira coleção de moda praia. “As duas coleções usam o mesmo maquinário e tecido. Além disso, quando fazemos o encaixe da linha fitness, há sobras de tecidos que podem ser usadas depois nos biquínis. Evita o desperdício”, conta o empresário.


“Estampas florais e animal print são apostas certeiras”

As tendências para o verão 2015 seguem a mesma filosofia das praias cariocas: vigora a democracia. Por isso, não faltam opções na hora de escolher um biquíni, um maiô ou mesmo um visual para o pós-praia. São muitas as modelagens do biquíni.

Tem desde o modelo com franzido na parte de trás da calcinha, truque que ‘arrebita’ o bumbum, até as hot pants, que inclusive podem ter detalhes artesanais nas laterais, como o macramê. As estampas tropicais, florais, geométricas, de animal print e as tradicionais listras são apostas certeiras e algumas delas vêm no tamanho máxi.

Entre as novidades, o top cropped que sai das passarelas e invade as areias como alternativa para o tradicional sutiã. Franjas e babados também têm lugar ao sol, assim como bodies e maiôs, que prometem, mais uma vez, fazer a conexão entre a praia e a rua.

FONTE: http://odia.ig.com.br/noticia/economia/2014-11-30/industria-de-moda...

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