Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Indústria têxtil amarga prejuízo com a “invasão” dos produtos asiáticos

Os principais representantes da cadeia têxtil brasileira estão preocupados com a concorrência dos países asiáticos, pois o setor amarga um cenário econômico desfavorável. Isso porque o produto interno tem sofrido com a ‘invasão’ dos produtos asiáticos, afetando diretamente uma das cinco maiores indústrias integradas do mundo e uma das que mais emprega no Brasil, em torno de dois milhões de pessoas.

Segundo dados do Sinditêxtil, o setor, que no passado representou 30% do Produto Interno Bruto nacional, hoje representa apenas 17%, um decréscimo fruto, principalmente, do avanço nas importações dos produtos provenientes, em sua maioria, da China e da Índia. “Aqui no Ceará é um reflexo do Brasil. Indústrias estão fechando, outras estão diminuindo, existe o movimento também de indústrias migrando para outros estados, por conta de incentivos fiscais melhores”, ressaltou o presidente do Sinditêxtil-CE, Germano Maia.

Para Raimundo Delfino Neto, diretor de marketing da Santana Textiles, fábrica especializada na produção de denim, o problema brasileiro está na diferença de foco dado à indústria têxtil nos países asiáticos. A Índia tem o Ministério da Indústria Têxtil e a China, nos últimos anos - através de investimentos nas províncias -, quadruplicou a produção de poliéster. “Enquanto no Brasil, ainda temos o trunfo de uma produção com qualidade superior aos produtos asiáticos.Contamos com diversos entraves administrativos, taxas e impostos para produção interna, que não permitem um preço competitivo com o mercado externo”.

INTERNACIONALIZANDO

Com instalações em Ceará, Mato Grosso, Rio Grande do Norte e Provincia Del Chaco, na Argentina, a Santana Textiles vem sentindo o impacto da ‘invasão’ dos produtos chineses e indianos. “Os obstáculos são tantos, que o setor vem perdendo força na economia nacional. Nossa saída foi investir em produção externa, com nossas fábricas dentro de outros países, que facilitam e incentivam mais a produção têxtil”, revela Delfino. Para ele, não há competitividade em relação aos chineses e indianos. “O sistema é muito injusto, pagamos altos impostos e o custo da matéria prima é elevado. Se o governo não revisar as suas políticas de incentivo, a situação tende a se inverter e seremos somente exportadores de matéria prima e importadores de tecidos e vestuário”.

Nos últimos cinco anos, as indústrias têxteis e de confecção perderam mais de 20 mil postos de trabalho. Entre 2011 e 2012, as vendas dos produtos brasileiros tiveram redução de 20%. De acordo com o presidente do Sindconfecções/CE, Marcos Vinicius Silva, esse declínio se deve por conta da carga tributária brasileira, que é muito alta.

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